Tarefas comuns como transportar mercadoria, receber clientes, visitar amigas ou levar os filhos para a escola ficaram mais simples para a população de ruas e avenidas que receberam o programa Asfalto Novo, da Prefeitura de São Paulo. “A via está ‘um tapete’”, diz Geraldo Ferreira da Paixão Filho, de 58 anos, manobrista de uma cantina na Rua dos Pinheiros que, antes do recapeamento, precisava ouvir as constantes reclamações dos clientes sobre os buracos.
O programa Asfalto Novo começou no ano passado e investe R$ 550 milhões para recapear mais de 400 km de ruas e avenidas. Deste total, R$ 310 milhões são do dinheiro arrecadado com multas de trânsito. É a primeira vez que este recurso é investido na melhoria da qualidade do asfalto da cidade.
O “malabarismo” com os buracos fazia parte da rotina de Márcio Ambrósio, de 40 anos, comerciante de ovos na Avenida Francisco Vieira Bueno, na Zona Leste. Mas tudo mudou com o novo asfalto. “Ficou muito bom. Uso moto para fazer as entregas e os ovos quebravam. Precisava mudar o percurso para não perder a mercadoria. Os ovos passaram a chegar inteiros depois do recapeamento”, conta.
Para o mecânico José Carlos Costa, de 57 anos, que mora e trabalha na Avenida Egydio Martins há 23 anos, o programa Asfalto Novo trouxe vida nova para quem depende da via. “O piso estava horrível, sem condições e sem sinalização. Algumas vezes ficava com receio de manobrar os carros dos clientes. Mas essa fase já passou”, afirma.
No caso das irmãs Marcelina Conceição Silva, de 78 anos, e Teresa Lavona, de 86, que moram há duas décadas na Avenida Engenheiro Feijó Bittencourt, as visitas às amigas e as compras no mercadinho local deixaram de ser sinônimo de preocupação. “Tropecei uma vez e cai no meio da rua”, lembra Teresa. “Depois que mudaram o asfalto, ficamos mais seguras e a avenida ficou bonita”, diz Marcelina.
Pneus estourados
O dia a dia da dona de casa Edileuza Aroeira Soares, de 44 anos, e de sua família ficou mais fácil após o recapeamento da Avenida Flamingo, também na Zona Leste. “Quando eu levava minha filha para a escola, muitas vezes às pressas, tínhamos que tomar cuidado para não tropeçar no meio da rua. Também víamos carros que ficavam com os pneus estourados devido à má conservação do asfalto”, recorda.
O frentista David Melo, de 30 anos, que há três anos trabalha na Avenida Marechal Tito, abandonou a rotina de colocar, com a ajuda dos amigos, entulho nos buracos que se abriam na via. “Corríamos para encontrar cascalho e fechar os buracos. Todo mundo precisava desviar deles: quem estava a pé e de carro. Agora está tudo em ordem”, conclui.
Vem muito asfalto por aí
O programa Asfalto Novo tem duas etapas com investimento público: na primeira, iniciada em novembro do ano passado e com término previsto para o fim de março, serão R$ 350 milhões para asfaltar 257 km em 76 vias. A segunda etapa começa em março e investirá R$ 200 milhões para recapear mais de 60 vias, num total de 147 km.
As obras da 1ª etapa do Asfalto Novo já foram concluídas na Avenida Braz Leme (Zona Norte), na Rua dos Pinheiros (Zona Oeste), Avenida Agenor de Oliveira (Zona Sul), nas avenidas Flamingo, Afonso Sampaio e Souza, Engenheiro Feijó Bittencourt, Capitão Mor Pero de Goes, Manoel Pimentel, Doutor Paulo Colombo Pereira de Queiros, Francisco Vieira Bueno, Egídio Martins, Estrada de Poá, Rua Luis Mateus, além dos primeiros trechos das avenidas Marechal Tito e Aricanduva (Zona Leste).