Local pegou fogo e desabou após uma explosão, diz polícia
Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar da BahiaA conclusão do inquérito sobre a investigação do incêndio que matou dez pessoas e feriu outras nove foi anunciado nesta sexta-feira (26). Oito pessoas foram indiciadas por homicídio e tentativa de homicídio, entre elas um dos sócios da rede de Farmácias Pague Menos.
O crime ocorreu em uma farmácia em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, em 23 de novembro de 2016. A delegada Thaís Siqueira, titular da 18ª DT(Delegacia Territorial), disse que chegou a essa conclusão baseada no depoimento de mais de 60 pessoas e nos laudos produzidos pelo DPT.
Ainda de acordo coma delegada, os envolvidos agiram diretamente para o desfecho dos fatos ao infringir as normas e regulamentos relacionadas ao trabalho de manutenção que vinha sendo realizado na loja.
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Josué Ubiranilson Alves, diretor da empresa Pague Menos; Augusto Alves Pereira, gerente regional; Maria Rita Santos Sampaio, gerente da farmácia incendiada em Camaçari; Erick Bezerra Chianca, sócio da empresa de manutenção Chianca; Rafael Fabrício Nascimento de Almeida, sócio da empresa de manutenção AR Empreendimentos; e Luciano Santos Silva, técnico em refrigeração pela AR, vão responder por homicídios por dolo eventual, quando se assume o risco de morte, e tentativas de homicídio das nove pessoas que ficaram feridas.
Já Fernando Vieira de Farias e Edilson Soares de Souza, funcionários da empresa de manutenção Chianca, foram indiciados por homicídio culposo, sem intenção de matar, visto que agiram com negligência. No local do incêndio, a perícia encontrou botijões de gás GLP e soldas elétricas que estavam sendo utilizadas pelos operários que trabalhavam nas obras de reparo do telhado e do sistema de ar condicionado da loja.
O perito Eduardo Rodamilans explicou que várias irregularidades foram observadas na execução da obra, expondo a riscos os funcionários e clientes do local. Ele disse que o gás GLP estava sendo utilizado para soldar objetos num ambiente fechado e sem ventilação adequada, o que aumenta o risco de explosões.
Além disso, os materiais inflamáveis não foram retirados da loja durante a obra. O resultado da perícia foi de que a explosão causou o desabamento da estrutura da loja.
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O inquérito concluído pela delegada Thaís Siqueira foi remetido ao MP (Ministério Público), de Camaçari, no final de março, e contava com mais de 350 páginas. Para ela, não restam dúvidas de que todos os indiciados sabiam dos riscos e, mesmo assim, consentiram a abertura da loja naquele dia.
Em nota, a Pague Menos informou que presta apoio irrestrito e incondicional aos funcionários, clientes e familiares, na medida das necessidades, cobrindo despesas médicas, estruturais e rotineiras. A farmácia disse que acredita na total isenção de responsabilidade dos funcionários citados e acredita que isso será provado até a conclusão do processo.