O empresário contou que o policial afirmou que ele só poderia prestar queixa se estivesse usando calça
Reprodução/Record TV ItapoanUm empresário foi impedido de registrar um B.O. (Boletim de Ocorrência) em uma delegacia no município de Lauro de Freitas, na RMS (região metropolitana de Salvador). O homem, vítima de furto, foi proibido de fazer o B.O., pois estava usando bermuda.
A vítima contou que estava almoçando e, ao entrar em seu carro, percebeu que alguns pertences tinham desaparecido. Ele voltou para o estabelecimento e foi orientado por três policiais militares que estavam no local a procurar a 23ª DT (Delegacia Territorial), de Lauro de Freitas, para registrar a ocorrência.
Mas, após chegar a unidade policial, ele foi surpreendido por um aviso informando que era proibido entrar no local com traje de banho, camiseta, bermuda.
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Ele entrou na unidade e falou com um funcionário. A vítima contou que tinha sido furtada e passou detalhes sobre o fato. Mas, o policial afirmou que não poderia fazer nada, pois ele estava de bermuda e um aviso proibia a entrada com esse traje na unidade.
O empresário contou que o policial afirmou que ele só poderia prestar queixa se estivesse usando calça. Ele foi orientado a voltar para casa e vestir uma calça.
— Eu ainda cheguei a dizer assim: mas, amigão, eu tô vindo dar uma queixa. Eu não tô vindo fazer uma entrevista de emprego. Ele disse que eu poderia inclusive ser denunciado por desacato, que ele tava seguindo norma de um aviso que tinha na porta, que não foi ele que botou. Eu agradeci, deu as costas e fui embora.
O empresário perdeu documentos, equipamentos de informática e de som, além de outros objetos de valor.
Mas, foi a atitude do agente policial que mais revoltou o empresário.
—Às vezes, você entra pra dar uma queixa e parece que o bandido é você.
Mesmo sendo uma cidade litorânea, onde é comum usar bermuda, também é fácil encontrar nas portas das delegacias de Salvador avisos impedido o acesso de pessoas trajando roupas mais despojadas.
Em nota, a secretaria de comunicação da Polícia Civil da Bahia informou que a conduta adotada pelo policial não condiz com as normas da instituição. Ainda segundo a secretaria, as regras valeriam apenas para as pessoas que querem entrar na delegacia para trabalhos administrativos.
O delegado titular da unidade onde o empresário foi impedido de prestar queixa disse que já identificou o agente. Segundo ele, o servidor vai sofrer punição administrativa. Mas, a vítima afirmou que não seria possível aplicar a sanção, pois não teria como identificar o policial.