A notícia de que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) estaria negociando uma possível delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) gerou rebuliço na política baiana desde as primeiras horas desta quarta-feira (27).
A partir do link de nota divulgada pela coluna Radar, da revista Veja, um texto que circula pelas redes sociais envolve o nome do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), como um dos associados aos R$51 milhões encontrados pela Polícia Federal, em setembro, dentro de caixas e malas em um apartamento do bairro da Graça, em Salvador.
A presidência estadual do Democratas (DEM) na Bahia afirma que o vereador José Trindade (PSL) é um dos remetentes da publicação, a qual classificou como "falsificação grosseira" e "fake news".
Em vídeo enviado à RecordTV Itapoan, o deputado federal José Carlos Aleluia, presidente do partido na Bahia, disse que Trindade praticou "falsidade ideológica" e "um verdadeiro crime de terrorismo digital". O Democratas afirma que vai processar o parlamentar e solicitar à Polícia Federal que investigue "essa onda de notícias falsas".
Procurado, José Trindade enviou nota de repúdio às declarações do presidente do DEM na Bahia, dizendo que "o conteúdo reverberado nos [seus] discursos oficias e redes sociais digitais são rigorosamente checados antes da publicação e retratam a mais pura verdade".
Leia a íntegra da nota de José Trindade:
Repudio veementemente as declarações caluniosas do presidente do DEM na Bahia, o deputado federal José Carlos Aleluia, sobre a minha atuação na Câmara Municipal de Salvador. Reitero que o conteúdo reverberado nos meus discursos oficias e nas minhas redes sociais digitais são rigorosamente checados antes da publicação e retratam a mais pura verdade, a partir de documento oficiais, de notícias da imprensa e/ou de denúncias de órgãos de controle como o Ministério Público Estadual.
Estou tranquilo, como vereador soteropolitano e líder do bloco de oposição na Casa Legislativa, quanto ao cumprimento dos meus papéis de legislar e fiscalizar o Poder Executivo Municipal. E espero que o presidente do DEM, ao se prestar à função de porta-voz do prefeito de Salvador ACM Neto, tenha provas das acusações que fez sobre mim.
Deveria o deputado José Carlos Aleluia, ao invés de atacar um vereador que cumpre sua função parlamentar, explicar a relação que seu grupo político possui com o ex-ministro Geddel Vieira Lima e com os 51 milhões encontrados em um bunker montado no bairro da Graça para financiar ilicitudes.
Deveria o presidente do DEM, em vez de fazer acusações infundadas, explicar aos seus eleitores as informações sobre supostos superfaturamentos de obras municipais investigados pelo Ministério Público, amplamente divulgados pela imprensa, assim como as acusações da sua participação na Operação Lava Jato, conhecido como o "Missa", quando foi acusado por prepostos da Odebrecht de receber dinheiro ilícito.
Assista à íntegra do que disse José Carlos Aleluia: