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Desabafo Social é o nome do projeto que a baiana Monique Evelle está espalhando pelo Brasil. A ideia surgiu em 2011, quando Monique começou a debater com crianças e adolescentes sobre Direitos Humanos, exploração sexual, segurança na internet, racismo, entre outros.
Conheça a iniciativa da soteropolitana, que já se estendeu por mais doze Estados, além da Bahia, e conta com 52 colaboradores
*Colaborou a estagiária Kátia PradoReprodução/ Facebook
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Criada no Nordeste de Amaralina, bairro periférico de Salvador, Monique teve uma infância humilde. Filha única, ela contou a reportagem do R7 BA que recebeu de seus pais uma educação sólida e aprendeu cedo quais eram os seus direitos enquanto cidadã.
— Sou muito apegada a eles. Quando viajo sinto uma falta enorme deles e apesar de me apoiarem no projeto, também ficam preocupadosReprodução/ Facebook
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A ideia do projeto surgiu enquanto ainda era estudante do ensino médio.
— Teve uma seleção para formar o grêmio na escola e fiz parte de um grupo. A diretora disse que a gente não ia ganhar, porque a outra chapa tinha um menino que tinha ido para os Estados Unidos. Isso mexeu comigo e decidi que iríamos vencer. Coloquei o nome Desabafo Social, ganhamos e resolvi levar as ações para fora da escola.
Essa vontade de transformar a realidade de crianças, adolescentes e jovens por meio da educação e comunicação na área dos Direitos Humanos inspira Monique todos os dias.
— Sempre ouço pessoas dizerem que quem mexe com Direitos Humanos quer defender bandido. Pela nossa constituição, todo cidadão tem direitos e deveres. Mas, a questão é apresentar estes direitos a todos e não apenas os deveresReprodução/ Facebook
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— Andando pelas quebradas, transformando nossas crianças. Ocupamos espaços públicos para desenvolver atividades educativas e culturais
Veja também: Conheça dez mulheres negras que fazem a diferença na BahiaReprodução/ Facebook
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Em março de 2014, seu projeto Desabafo Social ganhou o Prêmio Protagonismo Juvenil pela Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e Juventude. Este ano, o projeto foi selecionado para a Conferência do Mapa Educação, realizado em Brasília. No evento, poderão ser divulgadas as ações do Desabafo Social, com o objetivo de formar uma rede de agentes transformadores pelo País
Reprodução/ Facebook
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Feliz com as ações que tem promovido, Monique diz que já tem até uma sucessora: a prima Lara, de dez anos, que faz questões de acompanhá-la em algumas atividades.
— Isso me dá o maior orgulho. Ela ainda é pequena, mas já entendeu o valor de ser uma pessoa consciente, um cidadão com conhecimento de todos os seus direitos.
Tanto nas ruas quanto nas escolas, ela afirma que as abordagens são feitas com os temas atuais.
— Falamos sempre de algo que é comum para aquela criança ou jovem. Debatemos uma cena da novela, analiso a letra de uma música, e assim por diante. Um assunto comum ao dia-a-dia deles faz com que a conversa seja produtiva e de fácil entendimentoReprodução/ Facebook
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A iniciativa de Monique chamou a atenção da Defensoria Pública do Estado, que se tornou parceira do projeto e cedeu uma sala para palestras, aulas e outras atividades.
— Isso foi de suma importância. Ter o apoio da defensoria, trouxe respaldo ao projetoReprodução/ Facebook
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A jovem baiana se tornou conhecida nacionalmente e hoje viaja para diversos lugares do País para participar de eventos relacionados aos Direitos Humanos da Infância e da Juventude, Comunicação e Educação. Monique foi indicada entre as 25 mulheres negras mais influentes da internet no Brasil e saiu na lista das "30 mulheres com menos de 30 para ficar de olho em 2015", de uma revista feminina.
Estudante de bacharelado interdisciplinar em humanidades com ênfase em política e gestão da cultura na Ufba (Universidade Federal da Bahia), ela se define como empreendedora social e amante das coisas simplesReprodução/ Facebook
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Quem acompanha as atividades impulsionadas por Monique nem imagina que ela é uma jovem tímida. Pelo menos, é assim que se descreve.
— Sou tímida e as pessoas nem acreditam! (risos) Agora, quando se trata dos Direitos Humanos e do acesso à informação, aí eu me expresso.
Sua história, desde quando fundou o Desabafo Social, aos 16 anos, será contada em um documentário com previsão de lançamento para 2016. Enquanto isso, você pode acompanhar o projeto pelas redes sociais e fazer parte da plataforma colaborativa, interagindo com outros jovens e se tornando agente de transformação social
Experimente grátis toda a programação da Record no R7 Play!Reprodução/ Facebook