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Elisama é mãe de duas crianças: Miguel, três anos, e Helena, um ano e meio. A baiana, natural de Feira de Santana, é advogada e tem experiência em tratar de muitas causas judiciais. Mas, foi na maternidade que ela encontrou o seu maior desafio. De forma bem humorada, ela resolveu escrever sobre suas experiências maternas e, sem querer, se tornou uma referência para muitas mulheres que desejam falar sobre a maternidade real
*Colaborou a estagiária Kátia Prado
Experimente grátis toda a programação da Record no R7 PlayDivulgação/ Nti Uirá
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Em entrevista ao R7 BA, Elisama diz que se tornou escritora por acaso.
— Isso é muito engraçado (rsrsrs) Mas, posso dizer que aconteceu. Comecei a escrever porque me deparei com uma maternidade não tão 'açucarada' como divulgam por aíDivulgação/ Nti Uirá
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Para ela, a escrita foi a melhor forma de falar da maternidade de uma maneira menos romântica, mas não menos apaixonada.
— Ser mãe é maravilhoso, mas precisamos ser entendidas. As pessoas sempre postam lindas fotos e falam maravilhas, mas descobri que a maior parte das mulheres têm medo de falar sua realidade. Pensa que é fácil você dormir pouco e não ter tempo para se cuidar? É uma mudança brusca na rotina da mulher e as pessoas precisam compreendê-la e apoiá-laDivulgação/ Nti Uirá
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A escrita foi um meio de colocar para fora seus anseios e entender a si própria. Incentivada por amigas, ela resolveu escrever um livro, intitulado Tudo Eu- Confissões de uma mãe sincera. Para divulgar a obra, que foi publicada de forma independente, Elisama lançou uma campanha de financiamento coletivo, que foi bem sucedida, e compartilhou nas redes sociais
Divulgação/ Gabriela Soares
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— A ideia era apenas divulgar o livro, mas comecei a escrever crônicas e postar nas redes sociais. Não pensei que a repercussão ia ser tão grande, mas fiquei feliz por saber que estava ajudando outras mulheres. Elas se sentem aliviadas em saber que não estão só, por isso resolvi criar também um blog para dizer: está tudo bem, estamos juntas
Divulgação/ Nti Uirá
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Atualmente, a página do livro nas redes sociais tem mais de 16 mil seguidores e com humor e sinceridade, Elisama traz textos com uma linguagem para que ninguém caia no conto do vigário da maternidade perfeita.
— As mulheres não precisam se culpar. Elas precisam saber que são humanas e precisam dividir as tarefas. Algumas ainda passam pelo desafio de não ter o apoio do pai da criança, que não é o meu caso, e carregam esse desafio sozinhas.
Ainda que a família e amigos não compreendam de fato essa nova etapa da vida, Elisama acredita que se a mulher tiver conhecimento sobre o que pode acontecer, ficará mais tranquila e aceitará a maternidade real.
— Temos uma expectativa e a realidade é outra. Tem pessoas que visitam a mulher depois do parto e querem encontrá-la com um lindo sorriso no rosto, quando tudo o que ela quer é dormirDivulgação/ Nti Uirá
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Sua primeira gestação lhe deu noção da realidade, mas foi com a chegada da Helena, que Elisama percebeu que não dava para fantasiar e se cobrar tanto.
— O livro é um grito que desata o nó na garganta. É um retrato da maternidade sem firulas, sem enfeites, sem filtros. Vai além da foto sorridente na rede social. Fala de amor, de dor, de riso, de medo. Ser mãe faz sentir uma amor descomunal, mas também faz chorar em posição fetal embaixo do edredom. Tudo junto, misturado e pulsante. E alguém precisa falar sobre issoDivulgação/ Nti Uirá