Uma vendedora ambulante de prenome Edilene diz ter sido injustiçada, após ter sido filmada enchendo uma garrafa com água suja de isopor, no circuito do Carnaval. O vídeo viralizou na internet e denegriu a imagem da mulher
A comerciante informal é natural de Feira de Santana, a 108 km de Salvador, e revela que veio para a capital baiana a trabalho, já que tem dois filhos e está gestante do terceiro. Revoltada, a mulher desabafou e explicou que apenas encheu a garrafa para dar água aos integrantes do Bloco As Muquiranas, que desfilam com bombas de água para jogar nos foliões.
— Eu estava pegando a água para encher para dar a Muquiranas, porque eles estavam pedindo água para encher, eles só compravam cerveja se a gente pegar água para encher as bombinhas. Agora, o povo botou (sic) como se eu estivesse vendendo água do isopor, não tenho precisão disso
Reprodução/Record Bahia
Edilene afirmou que tomou conhecimento da filmagem após colegas repassarem o vídeo por aplicativos multimídias. Envergonhada com a situação, a vendedora disse que, além dos danos emocionais, perdeu toda mercadoria e não pôde trabalhar no último dia de Carnaval para vender sua mercadoria, pois temia represálias.
— Eu vim trabalhar na honestidade e a gente passa tanta humilhação aqui. Eles (quem gravou o vídeo) deveriam procurar saber se eu estava vendendo a garrafa, eu perdi toda minha mercadoria, porque eu nem trabalhei com vergonha, vou para a Justiça procurar meu direito
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Outra vendedora ambulante, que trabalhou no mesmo circuito que Edilene, sustentou a versão da vítima e disse que a mulher foi injustiçada
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Edilene informou, ainda, que teve os filhos levados pelo Conselho Tutelar que entendeu que as crianças estavam expostas e trabalhando na avenida.
— Com que cara eu vou voltar para Feira (de Santana)? A pessoa vem trabalhar e não deixam, ainda trouxe dois meninos e o conselho pegou meus meninos, meus filhos não estavam trabalhando
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Após esclarecer os fatos, a mulher recuperou os filhos que estavam em um abrigo instalado pela Prefeitura de Salvador. A vítima retornou para a cidade natal marcada pela repercussão negativa de um julgamento precoce gravado por um vídeo equivocado