Os casos de violência envolvendo guardas municipais estão se tornado frequentes em Salvador. Um gari denuncia ter sido baleado por um guarda municipal no bairro de Paripe, subúrbio de Salvador.
Balbino Gomes, agente de limpeza, foi baleado durante uma briga entre vizinhos, no Dia das Mães, por causa de futebol.
— Ele é guarda-municipal. Ele não tava de serviço. Eu acho que ele não deveria tá armado, né isso?
O cunhado e a irmã da vítima estavam comemoravam o título do campeonato baiano de 2016, conquistado pelo Vitória. Nesse momento, teria começado uma briga com o vizinho, torcedor do Bahia.
O filho do vizinho, identificado como Rodrigo, que já estava indo embora, ouviu os gritos e retornou. O rapaz desceu do veículo com uma arma, tentando acabar com a confusão.
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O homem tentou agredir o cunhado da vítima, Aurelino dos Santos, e o gari saiu em defesa do cunhado. Aurelino afirma que o guarda efetuou dois disparos para cima e outro para baixo, que acabou atingindo o gari. O tiro atingiu a perna e saiu nas nádegas.
A mãe do agressor, que preferiu não se identificar, deu outra versão para o desentendimento.
— Quando ele deu a ré, que foi sair do carro, então muita gente partiu para cima dele. Foi quando ele puxou a arma. Quando ele puxou a arma para se defender, quando ele atacou meu filho por trás, tentou tomar a arma da mão do meu filho. Foi quando a arma disparou acidentalmente.
Em um mês, esse foi o quarto caso de agressão envolvendo guardas municipais. Uma professora denuncia ter sido vítima de racismo durante uma abordagem. Dias depois, um gari foi baleado após tentar fugir de uma blitz na avenida Boconô, em Salvador, por medo de ser parado por causa da documentação vencida.
Há pouco mais de um mês, um homem suspeito de roubo e tráfico de drogas foi morto por agentes no bairro do Comércio, na Cidade Baixa. A perseguição foi registrada por uma testemunha.
Em nota, a Guarda Municipal informou que não tomou conhecimento do caso envolvendo Balbino Gomes. A guarda orienta as pessoas que foram vítimas de ações envolvendo alguma agente a denunciar na ouvidoria do órgão pelo telefone 3202-3609.
A respeito do porte de arma, a Guarda Municipal afirmou que os agentes podem usar, de acordo com o Estatuto do Desarmamento.