Há dois anos, uma família em Salvador esperar por vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o filho pequeno. Mirian Cerqueira e o marido aguardam uma vaga na UTI pediátrica desde o nascimento do pequeno João Daniel. O garoto precisa operar por causa de hérnias nos dois testículos.
A mãe contou que o garoto é acompanhado pelo Hospital Martagão Gesteira, mas, devido a demanda, não tem vaga na UTI.
— É muito complicado porque ele é pequeno, não sabe falar quando está doendo. Já tentei em outros hospitais, mas quando chego lá avisa que está na mesma situação, sem leito na UTI.
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O pequeno João Daniel é o primeiro na lista de espera da Secretaria de Saúde da Bahia. Esta é a segunda vez que a família sofre por causa da falta de leitos na Bahia.
Há dois anos, a criança precisou fazer uma cirurgia de risco, pois nasceu prematura, mas a família não conseguiu a vaga para realizar a cirurgia cardíaca. A médica que acompanhava a criança achou melhor compensar a doença com medicação, pois o problema no coração tinha diminuído.
A história dessa família é o reflexo do caos que está a saúde pública no País. Nos últimos seis anos, mais de 10 mil leitos foram desativados no Brasil, sendo quase mil na Bahia.
Atualmente, os baianos têm apenas 324 leitos de UTI neonatal e 141 leitos de UTI pediátrica disponíveis. Segundo a Associação Brasileira de Pediatria, a situação é grave.
No SUS (Sistema Único de Saúde), além de faltar leitos infantis, faltam médicos.
Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia informou que as internações pediátricas e a demanda por leito diminuíram. Ainda segundo a secretaria, o estado abriu 98 novos leitos infantis, sendo 84 em Salvador e 14 em Jequié.