Hotel teve bens saqueados, cômodos destruídos e paredes pichadas
Divulgação/ Namídia ComunicaçãoO hotel que o doleiro Alberto Youssef construiu no sul da Bahia foi alvo de vandalismo. O Web Hotel Príncipe da Enseada, que fica no município de Santa Cruz Cabrália, teve bens saqueados, cômodos destruídos e paredes pichadas.
No dia 18 de fevereiro, algumas pessoas foram conduzidas para a DT/Porto Seguro (Delegacia Territorial), suspeitas de estarem saqueando o hotel. Segundo a polícia, como não houve flagrante e não podia confirmar quem teria participado da ação, todos foram liberados. Ainda de acordo com a DT/Porto Seguro, a ação é comum nos municípios, que têm vários hotéis abandonados.
O caso foi repassado para a delegada Teronite Bezerra, da DT/ Santa Cruz Cabrália, que conversou com os suspeitos quando foram retirar os seis carros apreendidos por terem sido usados no furto do hotel.
Populares picharam paredes do hotel
Divulgação/ Namídia Comunicação— Só quando vi os carros na delegacia foi que pedi o B.O. (Boletim de Oocrrência) para saber o que estava acontecendo. Instaurei um inquérito regular, porque a delegacia de Porto Seguro não lavrou flagrante.
Em entrevista ao R7 BA, a delegada disse que irá concluir a investigação e que as pessoas envolvidas podem ser enquadradas por furto qualificado e formação de quadrilha.
— Eles disseram estar indgnados com as revelações da Operação Lava Jato, com os roubos de Youssef.
Ainda de acordo com Teronite Bezerra, três funcionárias chegaram a registrar um B.O. na DT/ Santa Cruz Cabrália, alegando não terem recebido salários.
— Eu registrei a queixa e as orientei procurar a Justiça do Trabalho. Acontece que o gerente do hotel, um italiano, vendeu móveis e eletrodomésticos a preços baixos e depois fugiu, deixando as funcionárias sem pagamento. Elas até ficaram lá tomando conta do hotel, esperando a Justiça penhorar, mas cortaram a água e energia e não tiveram condições de permanecer.
Alberto Youssef
Réu da Operação Lava Jato, o doleiro está preso desde março de 2014 na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele é acusado de ser um dos chefes de um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado ao menos R$ 10 bilhões — essa cifra vem aumentando com o decorrer das investigações.
Descrito pelo juiz Moro como um “criminoso profissional”, ele já tinha sido condenado a mais de 4 anos de prisão pelo próprio Moro em outro escândalo, o do Banestado — banco privatizado em 2000 pelo ex-governador do Paraná Jayme Lerner (então no antigo PFL, atual DEM), o banco foi usado, segundo as investigações, para remeter cerca de R$ 30 bilhões ao exterior. Assim como no caso da Lava Jato, Youssef fez um acordo de delação premiada na ocasião, prometendo jamais voltar a trabalhar com dólar, o que não aconteceu, como mostram as investigações da Lava Jato.