Segundo a Polícia Civil, os índios fazem parte de uma milícia local
Divulgação/SSPO funcionário da Funai (Fundação Nacional do Índio) e o grupo de indígenas que foram presos na última terça-feira (2) denunciaram os Policiais Civis que efetuaram a operação de agressão. O grupo acusado foi liberado no dia seguinte da Delegacia de Itambé, 566 km de Salvador, mediante pagamento de fiança no valor de R$350 reais cada.
Nesta quinta-feira (11), a DPU (Defensoria Pública da União) de Salvador informou que enviou um representante para acompanhar denúncias. Segundo o órgão, os indígenas aguardam para prestar depoimento e serem submetidas a exame de corpo de delito na sede da Polícia Federal de Ilhéus, no sul da Bahia.
Os indígenas Wallace Almeida, Israel Sales, Ricardo Costa, Suelton Sales relataram ao DPU que se dirigiam com o funcionário da Funai, Rômulo Siqueira, para buscar água dentro de um terreno quando foram abordados. Eles foram autuados por portarem armas de fogo e, segundo a polícia, por fazerem parte de uma milícia que pratica roubos na região.
Os suspeitos acusam os agentes que participaram da abordagem de “plantar” o armamento, ou seja, colocar as armas no carro da Funai e simular o flagrante. De acordo com o defensor federal Ricardo Fonseca, que acompanha o caso em Ilhéus, o servidor e os indígenas relataram ainda que, antes de serem conduzidos à delegacia de Itambé, onde foram agredidos com murros e chutes, ficaram horas deitados em cima de pedras quentes na estrada.
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O local onde o grupo foi encontrado foi doado por Luis Carlos Rodrigues Caribé para servir como território indígena na região de Ibicuí. O delegado Márcio Allan Assunção, que responde pela Delegacia de Ibucuí, na mesma região, disse que Luís é apontado como líder de uma milícia que age naquela cidade, e também será intimado para depor.
O funcionário da Funai contou ao DPU que, no momento da abordagem, perguntou aos agentes se eles tinham mandado judicial e apresentou o documento de doação das terras em favor do líder tupinambá da Serra do Padeiro, Cacique Tupinambá Rosivaldo Ferreira da Silva, conhecido como Cacique Babau.
— Eles falaram “olha aqui o seu documento” e me deram um murro
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O defensor federal disse que a defensoria foi acionada pela comunidade indígena da aldeia tupinambá Serra do Padeiro por encontrar dificuldades de denunciar a violência que dizem ter sofrido.
— Entramos em contato com o Ministério Público Federal da região e decidimos vir acompanhar os depoimentos e a realização dos exames de corpo de delito para posterior formalização de inquérito policial pela Policia Federal e outras medidas jurídicas que poderão ser tomadas pela própria DPU