A Bahia é o segundo Estado mais violento do País para o público gay. De acordo com levantamento do GGB (Grupo Gay da Bahia), 32 homossexuais foram mortos em 2016. O jornalista Genilson Coutinho já perdeu mais de dez amigos assassinados: todos eram homossexuais. Só no ano passado, foram dois.
— Para mim é muito triste porque eu sinto na pele.
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O jornalista anda com medo pelas ruas de Salvador e teme ser a próxima vítima da homofobia.
Todo ano o GGB contabiliza os casos de mortes violentas envolvendo homossexuais no Brasil. Em 2016, o resultado assustou ainda mais: o ano registrou um recorde de assassinatos no País: 342. O Estado de São Paulo liderou o número de ocorrências, seguido de Bahia e Rio de Janeiro.
Uma das vitimas foi Henrick Assis das Neves, morto a tiros, em março, durante um assalto, no centro da capital baiana. O jovem fazia shows como transformista em boates da região. O grupo Gay da Bahia incluiu o caso no levantamento, pois acredita que qualquer crime contra homossexuais é homofóbico, já que, segundo o GGB, o criminoso costuma matar quando percebe que a vítima é homossexual.
Luiz Mott, fundador do GGB, o Brasil lidera o ranking mundial, é o país onde mais se mata gays, travestis e lésbicas.
— Respeitem os gays, não há razão para tanta intolerância, para tanto preconceito. É legal ser homossexual.
Em Salvador, desde que foi criado há 10 meses, o centro municipal de referência LGBT, que fica no Rio Vermelho, já atendeu 980 pessoas vítimas de homofobia na capital baiana. No local, elas recebem apoio psicológico, social e jurídico.
Para o GGB, é preciso tomar medidas urgentes para frear o aumento da violência contra a comunidade LGBT. Segundo Mott, é preciso de leis que punam a homofobia igual ao racismo. Além disso, é necessário políticas públicas que ensinem a respeitar os gays, lésbicas e transexuais.
— Não é crime ser homossexual, não é pecado e não é doença. É somente o preconceito.