Em tempo, às 10h45 de 9.4:
O grande repórter e excepcional ser humano Elpídio Reali Júnior, meu velho amigo, morreu às 8 horas da manhã deste sábado, em sua casa, em São Paulo. Por quase 40 anos ele foi correspondente da Jovem Pan e do Estadão em Paris.
A sua longa e bela trajetória pelo jornalismo está resumida no texto "Reali Jr., o repórter que virou doutor", publicada no Balaio em 19 de março de 2009 (pesquisar no arquivo), dia em que ele recebeu o título de "Doutor Honoris Causa" das Faculdades Metropolitanas Unidos.
Ao final do post, encontra-se a íntegra do discurso de Reali Jr. ao agradecer a honraria.
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Ao meio dia, na Catedral da Sé, será celebrada missa em homenagem a outro amigo, o ex-vice-presidente José Alencar, falecido na semana passada.
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Atualizado às 10h30 de 9.4
Caros leitores,
terminei agora de ler e liberar os comentários sobre o post abaixo que trata deste tema tão delicado e doloroso da chacina de Realengo. Quero agradecer a todos pelo alto nível das mensagens enviadas, com raras exceções. Notei uma condenação generalizada do sensacionalismo da imprensa na cobertura destes episódios _ um bom sinal de que o público quer um jornalismo com mais qualidade e compromisso social .
Ricardo Kotscho
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Os repórteres ainda estavam apurando as primeiras informações sobre a tragédia da escola em Realengo, zona oeste do Rio, quando apareceram os primeiros ólogos e ólogas para "explicar" o que aconteceu.
Ao longo de várias horas, ficaram diante de câmeras e microfones declamando as "razões" _ do islamismo ao "bullying", do computador às drogas _ que poderiam ter levado o celerado Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, a matar 12 crianças antes de se matar numa escola onde havia estudado, e ensinando que deveria ser feito pelos poderes públicos para evitar que esta barbaridade se repita.
Pode ser um incêndio ou uma enchente, uma queda de avião ou um acidente num parque de diversões, lá vêm os engenheiros de obras feitas oferecendo soluções que já deveriam ter sido adotadas há muito tempo. Se dependesse deles, todos nós só morreríamos de velhice.
Por mais sábias e estudadas que estas pessoas possam ser, que explicação pode se dar a tamanha monstruosidade? O que isto ajuda as pessoas abaladas com as imagens de crianças assassinadas, mães e pais em busca de seus filhos, policiais e médicos perplexos sofrendo também e tentando diminuir o sofrimento dos outros?
Chegaram a falar até na instalação de detectores de metais na entrada das escolas, como se isso fosse possível, e a educação pública brasileira tivesse recursos sobrando para investir em sofisticados sistemas de segurança, que não existem nem nos países ricos porque inviáveis.
Pode alguém imaginar policiais armados ao lado de aparelhos de raio-X revistando quem entra nas escolas? Quem pode prever quando, como e onde um doido drogado vai sair atirando, a tempo de evitar uma tragédia como a de quinta-feira, a primeira destas proporções registrada numa escola brasileira?
Toda esta histeria em busca de explicações para aquilo que não tem explicação serve apenas para aumentar o medo das crianças de sair à rua e ir à escola.
Em meio à cacofonia de horrores, desesperos e pânico generalizado diante do inexplicável, louve-se a lucidez de duas pessoas: do educador Mário Sergio Cortela, em São Paulo, e da secretária municipal de Educação do Rio, Cláudia Costin.
No telejornal "Hoje", da TV Globo, Cortela orientou os pais a garantir aos filhos que poderiam ir para a escola tranquilamente porque a possibilidade de um caso destes se repetir tão cedo e tão perto era quase nenhuma.
Na mesma linha, Costin resumiu o que eu penso a respeito: "Não há proteção contra um psicótico em qualquer lugar público".
Também sou a favor de qualquer campanha de desarmamento sempre, não só após as tragédias _ por mim, seria proibida a fabricação de armas _ e concordo que o nível de violência nas nossas escolas, vitimando cada vez mais professores e alunos, está atingindo níveis alarmantes.
Sim, estamos todos de acordo, mas o que fazer? Certamente, não é colocando mais policiais nas ruas e nas escolas que vamos minorar o problema.
Se não podemos ajudar, se não temos nenhuma informação nova a acrescentar, melhor é não contribuir para aumentar o sentimento de insegurança e de perplexidade. Toda vez que acontece um fato que foge à minha compreensão resisto a escrever qualquer coisa, mas também não consigo ficar calado.
Nestas horas, pensando bem, melhor é se recolher a um canto, reconhecer a nossa insignificância e chorar as crianças que morreram. É nada, eu sei, mas é tudo o que podemos fazer sem cair no ridículo ou na pieguice.
Que Deus as tenha. Vida que segue.
"Após a tragédia, mil explicações para um ato alucinado"
8 de April de 2011 às 19:14 - Postado por admin
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Caro Kotscho, De que adiantará desarmar a população, enquanto os bandidos tiverem livre acesso a armas e munições de todos os tipos e calibres? De que adiantará desarmar a população, enquanto a legislação penal e processual penal em vigor no Brasil der aos bandidos (principalmente os menores de 18 anos, protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente) a certeza da impunidade? De que adiantará desarmar a população, enquanto a segurança do cidadão continuar a cargo de policiais despreparados, mal equipados, mal remunerados, violentos, corruptos e incapazes até de vigiar seus próprios arsenais - de onde, aliás, sai grande parte das armas que abastecem o crime? Ninguém mata ninguém porque tem uma arma, mas porque algo na mente faz usar essa arma contra o próximo: dinheiro, poder, prazer, ciúmes, vingança, ódio, intolerância, desavenças... Armas não matam por si só, mas por culpa ou dolo de quem as usa, e os países mais seguros não são, necessariamente, os que restringem ou proíbem a posse de armas de fogo por civis, mas aqueles que respeitam seus cidadãos e aplicam corretamente a lei contra o crime.
[...] Este post foi originalmente publicado por Ricardo Kotscho – Balaio do Kotscho [...]
Uma coisa é certa. A cada epsódio violento, seja nas guerras ou casos isolados, até praticados em grupos, plantam nos corações humanos, uma repúdia e ódio nos mais próximos das vítimas. Quem sobreviveu à um ataque com violência desproporcional numa guerra onde ''choveu'' bombas sobre comunidades civis, sem nenhuma possibilidade de defesa, perdendo seus entes queridos, jamais perdoará seus agressores. Da mesma forma, aquele que perdeu o pai de família (ou outro ente querido) pelas mãos de um assaltante que mesmo havendo o valor, atirou só para satisfazer o seu intento perverso, tem despertado o ódio no coração até com desejo de vingança. Vejam então pela quantidade de atos violentos, quanto ódio se tem plantado nas pessoas. Não dá para esquecer, tristes episódios na vida, quando se tem os sentimentos feridos, assim como os pais dessas crianças. Não dá para se mensurar o que se passa na cabeça das crianças que presenciaram esse massacre, o que poderá abalar até a personalidade de cada uma delas. Terão história para contar até para os netos, pois, não dá para esquecer uma coisa dessas. Precisamos repensar a sociedade em todos os estados brasileiros. A quantidade de psicopatas é enorme e não temos um atendimento médico suficiente. Crianças são sementes que se selecionadas e acompanhadas, darão sem dúvidas, bons frutos.
Caro Kotscho. Observe como funciona uma mente com idéias fixas; quando disse ''apenas'', com referência ao número de atentados nos EUA, lembrei que, infelizmente, não se trata de um fenômeno exclusivo daquele pais, mas que atinge várias nações. A maioria, nações civilizadas, uma vez que esta listagem trata de ataques efetuados, geralmente por um ou dois indivíduos e não se sabe ao certo a razão. Bem ao contrário dos ataques praticamente diários em nações conflagradas, como no Paquistão, Iraque e Afganistão, onde os suicidas deixam mensagens claras e objetivas. Na Russia, como se sabe, o governo não cedeu às exigências do grupo que invadiu uma Escola e, agindo assim, assumiu o risco de promover uma tragédia. O que, infelizmente ocorreu. Os EUA, por abrigar cidadãos do mundo inteiro e pela diversidade e choques de culturas tão díspares são vítimas de vários doidões que aproveitam, inclusive, a liberdade que lhes proporcionam uma democracia consolidada.
A grande midia (o PIG) se esquece que é uma das maiores culpadas dessa e outras tragédias , fazem tanto aue com essas bestialidades que na verdade deve ter maluco se inspirando nesse idiota para fazer o mesmo e virar noticia.
Nossa, escrevi quase com ''z'', me desculpem. Mas, gosaria de completar o comentário com referencia à segurança pública, indagando: Se não estivesse a polícia procedendo uma averiguação nas proximidades, quando uma criança os solicitou, quantos mais teriam morrido?
Li um trecho do seu comentario, meu amigo Kotscho, sobre a entrevista Cortela. Era tudo que eu não queria ter ciencia, alguém, com um turbante e uma bola de cristal, querendo adivinhar o futuro, dizendo que as possibilidades é quaze zero de ocorrer novamente um fato semelhante. Ora, quanta balela.
Bom dia a todos. A explicação é uma só: 1ª - não temos uma assistência médica pública suficiente para atender esses casos de psicopatia, assi como outras enfermidades. 2ª - a segurança (toda ela) é deficiente e frágil, quando se forma policiais em pouco mais de 4 meses; quando se encontra fuzil da polícia nas mãos de traficantes, dizendo que vão ''investigar'' (mas não notaram a falta nos almoxarifados?) não têm controle nem das suas próprias armas; quando tiveram em suas fileiras, a incursão de um falso ''oficial'' que chegou dar instruções à ''tropa''. 3º Somos uma sociedade doente, imaginem quantos psicopatas como esse estão neste momento entre nós. Pode não faltar um policial para levar ''chefes'' para casa (motorista), mas, para uma escola falta. Agora vem aquela velha evasiva: a escola era municipal, portanto, problema do muncipio. E...aquelas crianças eram municipais ou estaduais? Pafa que existem as guardas municipais? (expliquem aos pais dessas crianças). Agora é capaz que apareçam as seguranças escolares, depois da porta arrombada é que vão providenciar a tranca. Precisamos prevenir e não remediar.
Durante todo o julgamento do estudante que atirou na multidão no cinema, em São Paulo, a defesa tentou sustentar que ele sofre de desvios mentais, na tentativa de obter uma redução de até dois terços da pena Não valeu, ele foi condenado a 120 anos de prisão. A juíza que o condenou alegou “ELE INVADIU UMA SALA DE CINEMA DE FORMA COVARDE. ELE PLANEJOU O CRIME E MATOU PESSOAS DE BEM
Pois e meu caro Kotscho. Na Holanda, hoje 9 de abril de 2011(ou seja, 2 dias após Realengo), um doidão abriu fogo contra inocentes num shopping lotado. Matou 7 e deixou 15 feridos, muitos em estado grave. Mas, na América do Sul, o fato já ocorreu na Argentina em setembro de 2004 quando um aluno de 15 anos matou a balas três colegas e feriu cinco num colégio em B.Aires. EM 1999 UM ESTUDANTE DE MEDICINA DE CLASSE MÉDIA ALTA, COM 24 ANOS, INVADIU UMA SALA DE CINEMA NUM MOVIMENTADO SHOPPING, EM SÃO PAULO E DISPAROU CONTRA A PLATÉIA DEIXANDO TRÊS MORTOS E CINCO FERIDOS. Desde de 1989, é possível listar 21 atentados desta natureza, todos com grande repercussão e muitas mortes. AO CONTRÁRIO DO QUE SE PROPALA, DESTES 21 ATENTADOS, APENAS 6 FORAM NOS EUA. Lembrando ainda que o maior atentado foi na Russia em 3 de setembro2004. Um massacre de mais de 330 pessoas em uma escola. Desde o dia 1º daquele mês, terroristas mantinham mais de mil pessoas reféns, entre pais, professores e alunos, na escola. A maioria das vítimas, cerca de 300, era de crianças. E ao que saiba meu caro Kotscho, exceto este último na Russia que teve motivações puramente políticas, os demais, até hoje, carecem de lógica e sentido, pois todos foram praticados por doidões.
Prezado Ricardo, Não seria o momento para se analisar o papel da mídia no processo de construção de atos violentos como esse? Não seria o sensacionalismo desmedido, que cada vez se busca mais nas imagens e palavras veiculadas por nossa imprensa, um poderoso combustível para a cabeça de uma pessoa com a mente debilitada? Há que se buscar urgentemente um instrumento de regulação para os nossos meios de comunicação, que resgate na mídia sua função de meio, de informação e opiniões, e não essa assumida nos dia que seguem, de manipulação pelo sensacionalismo ou pela inverdade, de subversão de lógicas e valores, da destruição sistemática e programada de reputações, elementos capazes de alucinar até aqueles que, de perto, são normais.
Fato duro, pesado, doído. São crianças mortas e feridas por um adolescente. quem é o culpado ? todos nós - essa sociedade que não acompanha, não se interessa pelos deficientes, aqueles com problemas mentais, pequenos que sejam e, que em algum momento serve de gatilho para acionar a arma mental e, então... as consequências são imprevisíveis. A sociedade está precisando rever conceitos. Conceitos de familia, de fé, de religiosidade ( sem radicalismos) - algo que busque a integração e a solidariedade. O que tem me preocupado muito é a frquencia dos bullings nas escolas e nas empresas. Isso é perigoso, uma hora a pessoa massacrada pode reagir e, então ..... tudo pode acontecer. Vamos fazer uma campanha pelo fim do bulling e, pelo retorno aos valores da familia. Mais solidariedade, mais perdão, mais atenção ao próximo.
Somente os desgraçados são quem se locupletam nas desgraças !!! Vivem nelas e vivem delas !!! Lucram com elas....aumentam assim as suas audiências e as suas burras dinheiro !!! Fora das desgraças do dia a dia o que se assiste é uma outra desgraça maior. A de que invariavelmente "as suas piscinas estão SEMPRE cheias de ratos e as suas idéias NUNCA correspondem aos fatos" Na fatídica noite de 07/04 toda a mídia brasileira fez jorrar sangue para o assoalho das nossas salas através de seus noticiários televisionados com o único intuito de disputarem a nossa audiência entre si e com isso faturarem mais e cada vez mais !!! Diria um Ali Kamel qualquer: - Se o nosso Jornal Nacional não transmitisse ao vivo e a cores aquelas terríveis imagens DIRETO das portas ainda ensangüentadas da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, outros concorrentes o fariam !!! É a guerra pela audiência !!! É "Liberdade de expressão" valendo dinheiro !!! E que se lasquem pais e mães de família agora para consertarem os estragos nas mentes aterrorizadas de seus filhos !!! Que se explodam os temores dessas crianças de agora em diante para irem à escola !!! Que se danem as suas carinhas incrédulas e apavoradas !!! QUEM É QUE VAI PAGAR POR ISSO ? E se as nossas crianças fizerem perguntas melhor ainda !!! Há um estoque de especialistas "psiricológicos" prontos para serem usados na programação !!! A AUDIÊNCIA É A ALMA ( ARMA ) DESSE NEGÓCIO !!! Dirão então os "teletubes telespectadores teleguiados" conformados e acomodados nas suas poltronas emporcalhadas pela gordura de suas babas tão frias quanto inertes: - "Ora....desligue a TV !!! Não assista !!! Pois eu digo: - UMA OVA !!! Trata-se de concessão pública !!! Eu tenho, tu tens, nós temos o direito de escolher a quem conceder o direito de transmitir notícias, imagens e as suas opiniões particulares e não democráticas !!! Pelo que se vê, se ouve e se lê ESSES AÍ não fazem por merecer a nossa confiança !!! ESTÃO DESEDUCANDO OS NOSSOS FILHOS E EDUCANDO DELINQÜENTES !!! Antes a universidade do crime era a cadeia....AGORA VIROU TELE-CURSO !!! URGE REGULÁ-LOS POR LEI !!! Por ora não há lei que contenha os seus devastadores poderes !!! Por ora são FORAS DA LEI !!! " ...Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se eu deliro... ou se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? Quem são? Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa Musa, Musa libérrima, audaz!... " ( Castro Alves - trecho do poema Navio Negreiro )
"Sou um puro" até onde o poder alie nativo das palavras sagradas deturparão mentes? como culturas tão primitivas sobrevivem aos tempos modernos? herdamos da natureza o extinto agressivo, mas a cultura tornou-nos violentos. saúde mental já nos primeiros bancos escolares.
...já disse aqui...que este negócio das religiões ficarem maltratando satanás, metendo os pés na bunda do capeta...não funciona...pois é assim que ele reaje.
aos religiosos... ...em verdade vos digo... ...se, só Deus pode nos livrar destas barbáries... ...as vossas hipocrisia não os deixam concluir, que os culpados por estes fatos são voces, que ao dirigirem ao seu Deus, só o fazem para lhe pedir graças particulares. ...oremos assim: ...senhor, antes de atender os meus pedidos, atende àqueles que precisam de ti, mais do que eu.
Boa noite Ricardo! Boa noite amigos balaieiros! Bem, não lí todos os comentários mas o fato é que não dá para a vida seguir normalmente depois desse fato. Muitos estão esquecedo das cabecinhas das vítimas que sobreviveram e também daquelas que como todos nós, se horrorizaram com o fato. Qualquer um que ja tenha passado por um assalto, ou ato violento, leva um certo tempo para superar, e isso, se conseguir superar. Qualquer coisa que se faça de agora em diante, como colocar "revísta" nas entradas, pode até não ter nenhum efeito prático, mas ajuda em dar alguma tranquilidade naqueles que ficam olhando para o professor e para a porta da sala. O momento é extremamente importante. Não cabe aqui nesse momento, ficar discutindo o desarmamento, ou de quem é a culpa. Como já disse antes, ninguém é culpado. O choque foi intenso, mas é preciso seguir sem que os efeitos colaterais "esses sim importantes" nos façam pegar em tochas e caçar as bruxas. Os pais dessas crianças devem receber todo o apoio possivel. Os coleguinhas, os professores, e todos aqueles que se viram direta ou indiretamente envolvidos na tragédia. A vida segue com certeza, mas é preciso cuidar dos ferimentos graves daqueles que também foram vítimas diretas ou indiretas. No caso do rapaz que causou tudo isso, ninguém reclama o corpo por medo. É isso que irá ditar os passos durante um tempo.... ...o medo!!!! Robson de Oliveira nosbornar@ig.com.br
...muitos que apedrejam este rapaz, não o vendo como consequencia de uma psquicopatologia social da qual todos somos inconscientemente sujeitos, aplaudiam os torturadores de presos indefesos na época da ditadura.
... e continuo percebendo que a maioria das pessoas não se deu conta da principal causa dessa e de tantas outras tragédias. Até quando? Até uma tragédia maior ou teremos que esperar a terceira guerra mundial para acordar e rediscutir nossos valores e como tratamos os mais frágeis? Alguém diria que não somos também responsáveis por tragédias como essa? Alguém diria que não somos frutos de uma SOCIEDADE SUICIDA e ASSASSINA que abandona seus próprios filhos nas ruas das pequenas e grandes cidades? Pois é. Assim caminha a humanidade. Enquanto isso o jovem - DOENTE MENTAL - segue na sua SOLIDÃO - sem que a familia tenha ido buscá-lo para sepultamento. como se isso fosse normal. O que é normal? Ser vizinho ou parente de alguém com problema e não ajudá-lo a superar suas limitações? Quantos tentaram? Quantos Assistentes Sociais, Psicólogos... tem uma escola com tantos alunos e em comunidades visivilmente carente? Sei. Os amaricanos tem tudo e também matam. Claro. Não só os americanos. Mas lá a doença é outra e já a conhecemos. Se irão buscar saídas é com eles pois ainda precisamos nos voltar para os nossos que estão tão próximos - como o Sandro do 147 - gritando socorro - sem que ninguém veja. Ou então como o jovem que de DOENTE MENTAL passa a ser o monstro do REALENGO para que hipocritamente possamos nos sentir a salvo. Assim caminha a humanidade. Sempre apontando consequências e nunca atuando nas causas.
Sábias palavras, num momento em que a perplexidade é tamanha que nos permite apenas pedir misericórdia a Deus!