A onda de intolerância que varre o mundo não tem mais limites, como vimos nesta quarta-feira com a notícia da tragédia de Goiânia, em que um pai matou o filho e se suicidou em seguida, por divergências políticas sobre o movimento de ocupações de escolas por estudantes contrários ao governo.
Além de multiplicar os conflitos étnicos, religiosos e geopolíticos, deixando uma legião de refugiados e os deserdados da globalização, vagando por toda parte em busca de sobrevivência, a crescente intolerância atingiu as relações humanas em todos os níveis e latitudes.
Abalou até as relações entre velhos amigos, pais e filhos, irmãos, vizinhos, colegas de trabalho, saiu das ruas e foi entrando nas casas das pessoas. Quem hoje não tem um caso desses para contar?
Claro que devem existir outros motivos para o gesto extremo do engenheiro Alexandre José da Silva Neto, de 60 anos, mas as discussões sobre a participação do filho Guilherme Silva Neto, de 20, na ocupação da Universidade Federal de Goiás, onde estudava Matemática, foram o detonador dos tiros na rua 59A, segundo depoimentos de testemunhas à polícia (veja mais informações).
Tudo começa na falta de diálogo dentro de casa e nos ambientes sociais, a incapacidade para ouvir e entender as razões alheias, o que vai ficando cada vez mais difícil num mundo em que passamos a maior parte do tempo com um aparelhinho eletrônico nas mãos, os olhos numa tela e fones nos ouvidos.
Cada um fica ilhado nas suas certezas, alimentadas e reforçadas pelas redes sociais dos que pensam do mesmo jeito. Quem tem opinião divergente vira logo inimigo, como vimos ainda agora no "nós contra eles" da campanha eleitoral americana, da mesma forma como vivemos neste eterno Fla-Flu desde a disputa de 2014 aqui no Brasil.
Atravessamos o final de uma época em que os sistemas políticos nacionais baseados na democracia representativa são contestados, e ainda não se descobriu nada para colocar no lugar _ nada além das manifestações de rua e dos votos de protesto.
Num mundo cada vez mais armado e órfão de lideranças, em que as ofensas verbais e as balas viram argumentos, ainda vai morrer muita gente antes que a civilização volte a ser minimamente civilizada, em que um aprenda a respeitar o outro, por mais que pensemos de forma diferente.
Pior para o mundo que Barack Obama, um dos últimos líderes mundiais dotados de bom senso e equilíbrio, capaz de ouvir os outros, esteja em final de mandato _ e, ainda por cima, vai deixar Donald Trump em seu lugar.
Em sua última viagem ao exterior como presidente dos Estados Unidos para se encontrar com os principais líderes europeus, Obama resumiu este momento de transição sem horizontes que o mundo está vivendo, mostrando qual é o caminho possível:
"O futuro do mundo será definido pelo que temos em comum, em oposição às coisas que nos separam e que, no final das contas, nos levam ao conflito".
E o que temos em comum hoje para evitar novas tragédias como a de Goiânia?
Vida que segue.
"Tragédia familiar: até onde pode ir a intolerância?"
16 de November de 2016 às 12:31 - Postado por rkotscho
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O pai era psicopata,sem dúvida.O filho, um jovem como tantos outros,saindo da adolescência procurando se afirmar nas suas convicções. Certas ou erradas, essa tem der a busca do indivíduo. O jovem,admirável pela sua postura,não abrindo mão do que acreditava.O papel da mãe,delegada de policia aposentada, a mídia não menciona, nem mesmo a essa dupla perda brutal.
Gesiel, será que não dá para você enviar comentários mais curtos? Desse jeito, não dá para publicar. Ricardo Kotscho
Mídia, mídia, mídia. Direita facista, esquerda porca. Globo. Golpe. Como pode um artigo sobre tolerância geral comentários tão intolerantes? A culpa é de cada um de nós. Mídia, Direita, Esquerda, são pessoas, não ETs. O que eu busco em comum é ouvir mais e falar menos, ler mais e escrever menos, agradecer mais e xingar menos. Obrigado Kotscho!
Como evitar tragédia: Primeira coisa perguntar, com quem se conversa, se ele acompanha a política e com qual intensidade. Se ele responder que é pela TV ou pela opinião do povo, é melhor não discutir, porque ele só sabe pela opinião dos outros. não compensa dialogar. Agora, se ele falar que acompanha a ´política intensamente pela TVs e rádios mas também as TVs. do Senado e da Câmara, aí sim podem trocar opiniões com conhecimentos de causas. O que devemos evitar é discutir com pessoas sem opinião própria, Devemos só ouvir evitando, mesmo magoado, discutir o indiscutível, A opinião é de cada um, mas a verdade é para todos. Por isso peço sempre para que a mídia dê sossego para esse povo que sofre sem ter culpa de nada que esses políticos aprontam.
(Texto revisado) Vejo nos jornais a violência, intolerância, qual tsunami pós terremoto, abalando o mundo inteiro. A indignação de Kotscho é um chamamento à união das forças do bem comum, para evitar conflitos sangrentos e mortais, pasmem, entre os seres que se dizem humanos. Amar o próximo como a ti mesmo, parece brincadeira de roda entre criancinhas puras e inocentes. Após o ritual da passagem para a vida adulta, a grande maioria esquece que "PARA O OUTRO, O PRÓXIMO É VOCÊ". Basta, a sociedade não suporta mais. O Blog está a lembrar que é momento e se dar as mãos com o nosso hino e alertar, pra que tomem providência, pra que consultem a própria consciência, pelo menos pra escutar a nossa voz! Goiânia, São Paulo, Rio, África, Ásia, Europa, Oceania, New York, Caracas, Mariana, Rio Doce...Sonho com o mundo na mesma onda de amor..... caminhar e unir as forças do momento. Educar essa gente que polui, destrói e mata sem pensar. Gostaria de ajudar cada um: cristãos, judeus, árabes, índios, negros e brancos; os povos civilizados são assim, queremos viver de nossa bondade mútua e não de nossa desgraça.O caminho da vida é uma beleza, mas nós nos perdemos nesse caminhar; a cobiça envenenou a alma do homem, a ciência nos tornou cínicos e o EGOISMO fechou o planeta num círculo de ódio. Raciocinamos muito, Kotscho, muito mesmo, jornalista Ricardo Kotscho, mas não cultivamos o sentimento: a lamentável tragédia de Goiânia é a prova de que a amabilidade, a gentileza, a bondade humana, estão em extinção. Mas sem isso, a vida estará cada vez mais violenta. E tudo estará perdido. A falta de estrutura e Educação das células familiares da sociedade fazem do HOMEM, o maior problema que existe. Ele está destruindo a natureza, a vida... a si mesmo. Para o outro, o próximo é você! Ou criamos um novo homem, ou não haverá chance para a VIDA!
Esse estado de espírito não terá fim. Enquanto estudantes, movimentos sociais (????), centrais sindicais e outras congregações que se consideram representantes de parte de nossa população insistirem nessa história de "ocupar escolas", "prédios públicos", propriedades privadas, fecharndo ruas e avenidas em nome de algo que eles sequer compreendem, correremos risco de que histórias como essa se repitam. Um cinegrafista foi morto no RJ por rojões atirados por um bando de idiotas que andam de cara coberta. Um estudante idiota resolve se drogar junto com outro imbecil, se desentendem e um executa o outro a facadas e uma imbecil vai fazer discurso na AL do Paraná e pousa de heroína dizendo que os políticos estão com as "mãos sujas de sangue". De onde aparecem essas figuras grotescas? Quem está com as mão sujas de sangue é o imbecil que esfaqueou o outro. A polícia baixa porrada sem dó naqueles que protestam legitimamente ou ilegitimamente. Não vai acabar nunca. Não adianta culpar Rede Globo, os "golpistas" (papo furado), a mídia golpista, os black blocks, o MTST, a CUT ou quem quer que seja. Só tende a piorar. E aqui no Balaio já estamos acostumados a ler de tudo. Também a ter comentários censurados pelo mediador. Vai continuar assim. Não vai mudar. Estágio muito complicado que passa o Brasil e o Mundo.
Para pensar: "Não se pode fazer um processo em que a manchete do jornal vale mais do que a verdade" (Lula, hoje, em videoconferência internacional). Mestre, a tragédia em Goiás, como outras que acontecerão em maior escala se prosseguirmos nessa senda em que a sociedade brasileira mostra-se grávida da intolerância fecundada pelo coquetel jurídico-político-midiático, que atropelou a democracia, ao jogar na lata do lixo mais de 54 milhões de votos de brasileiros, que estilhaçou os preceitos da justiça, ao pratica-lá caolha pela seletividade associada a proteção maçônica, que abduziu o direito a informação, ao sumir com ou adulterar, informações, como a dessa tragédia, que praticamente ignoram por saberem-se "cúmplices", que eliminou a presunção da inocência, a partir da falta de provas para atende-los em condenar os que lhes atrapalham planos e objetivos. A sociedade brasileira está cúmplice dessa camarilha que deseja o poder a qualquer preço, custe o que custar, mesmo que seja colocar a economia em frangalhos ou colocar inocentes atrás das grades ou entregar ativos da pátria a estranhos ou colocar quadrilha para representa-los quanto governo, pois não reage, não os contesta, não os censura, não os desafia e não os enfrenta, sequer em relação a perda dos direitos básicos. A sociedade brasileira está doente e febril, fraca e covarde, a mercê de gangsteres políticos, pois permitir a perseguição escancarada que fazem ao ex-presidente Lula é corolário de uma tragédia anunciada, o estilhaçar efetivo de uma nação nascida e mantida partida, em que o que desejam e querem preso e, mais que preso, humilhado, é exatamente aquele com capacidade, liderança e condições, para resgata-la do fundo do poço onde lançaram-na e junta-la, transformando-a inteira, justa, tolerante, democrática e moderna, pois é o único em que a PRÁTICA na relação com os diferentes, se dá através da tolerância, da negociação e do respeito. Basta olhar para trás, à frente e confirmar.
em 64 o acerto de contas bateu na trave.......
Caro Ricardo a intolerância é de ambos os lados. Alguns aqui infelizmente foram vítimas dessa intolerância. Mas não fazem uma análise imparcial. Esquecendo quando o ex-presidente ameaçou caso instalassem o processo da afastada chamaria o exército de Stédile. Que afirmou ao lado da afastada iria colocar seu exército na rua. Também ao lado da afastada o presidente da CUT afirmou que pegariam em armas no mesmo sentindo. Sem que a afastada tenha se indignado afirmando que vivemos em um estado de direito não de anarquia. Até mesmo alguns hipócritas aqui afirmavam que se confirmasse o afastamento as ruas do Brasil se encheriam de sangue. Qual o nome para essas falas? Infelizmente os dois lados em muito ultrapassaram os limites legais e morais. Agora querer se fazer de vítima e anjinhos é muita cara de pau. O Brasil felizmente é outro. A última eleição para prefeitos e vereadores mostrou o que o povo quer e para que lado não querem ir. Exemplo claro que os partidos de esquerda e nem de direita representam hoje apenas a si e seus fanáticos. Manifestação dos Servidores Concursados no Rio de Janeiro ocupando totalmente as ruas em volta da ALERJ sem uma bandeira de partido político. Alguém poderia imaginar isso em algum momento da história do nosso Rio? Com policiais do Batalhão de Choque abandonando a formação, não aceitando o comando de afastar os Servidores Concursados de seus direitos de protestar contra esse escarnio que querem fazer com seus direitos. Alguns anos atrás os ditos partidos de esquerda estariam com suas bandeiras gritando. Numa simples pesquisa no You Tube poderemos ver agressões dos dois lados. A intolerância é de ambos os lados e aquecido pelos seus líderes que fomentam a guerra entre o bem e o mau. Achando é claro, que o mau é sempre o outro.
Tem gente aqui que passa do ridículo, pega meia dúzia de loucos pela frente e acha que todos são iguais a esses.....pior "profetiza" paz e amor mas é o maior intolerante, arrogante e prepotente.
caro jornalista toda essa intolerancia em parte e culpa da globo e de parte da midia golpista
Caro Kotscho, é no mundo todo mas no Brasil é pior, creio eu. Digo isso porque senti na cara o ódio dessa gente de direita. Sim!!! De direita fascista!!! Não se tem notícia de que o "fla" (o lado mais povão) tenha agredido algum "flu" (o lado mais bem de vida). Assim que começou a campanha do segundo turno da eleição de 2014, eu, um cadeirante, fui agredido na rua só porque vestia uma camisa vermelha. Na mesma semana o ator Gregório Duvivier foi agredido e expulso de um restaurante no Leblon. Creio que ali tomamos literalmente o "pontapé inicial dessa onda que se seguiu e perdura até agora. Se podem bater em um cadeirante incapaz de se defender e se podem agredir um ator tão querido então podem tudo (é o que pensam) Espero que essa tragédia que ocorreu em Goiânia possa nos alertar de uma vez por todas que a violência e o ódio sempre perdem no fim. Espero que PAREM !!! Não, não espero não, infelizmente enquanto persistir esse "jornalismo de guerra" praticado no nosso país desde 2002, essa gente não vai parar. A imprensa, especialmente a Globo é a culpada de tudo isso. Em tempo : E ninguém reage, ninguém fala nada.
Por falar em intolerancia, veja no que deu o ataque brutal da imprensa argentina a seu idolo Leo messi e sua seleçao após a derrota de 3x0 ao Brasil. Venceram a Colombia com autoridade pelo mesmo placar e declararam greve de imprensa. Mas ao calarem-se deram ao super craque a incumbencia de dizer a todos que tivessem o minimo de respeito ao time e agora ao seu silencio. Engoliram porque tem que engolir mesmo. O que eles podem falar para o Messi?
Espero que estejas se referindo á intolerância do filho.