Pode ter sido apenas a calmaria que precede as grandes tempestades, mas esta quarta-feira foi um dia atípico na guerra sem fim no front político, dedicado apenas a almoços e jantares do poder. Cuidado, vão todos engordar.
Não aconteceu nada de importante nas últimas 24 horas, não estourou nenhuma nova bomba nas manchetes, agora reservadas à guerra química na Síria.
No news, good news, comentou um amigo no final da tarde, e ele não deixa de ter razão, depois de tantos sustos e desassossegos nos últimos dias, semanas, meses.
Nem atualizei o Balaio ontem, algo também raro, por absoluta falta de novidades.
Sem soluções à vista no horizonte próximo, vamos empurrando tudo com a barriga: as reformas, o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, a divulgação da nova Lista do Janot e todas aquelas pendencias do ano passado.
Na pauta para esta quinta-feira, está outra notícia enguiçada há tempos: a ajuda federal aos Estados quebrados pode finalmente ser votada ainda hoje na Câmara.
Os governadores do Rio, Minas e Rio de Janeiro ainda tentam, pela terceira vez, fazer alterações para afrouxar as contrapartidas no texto do projeto de lei que cria o Regime de Renegociação Fiscal dos Estados e do Distrito Federal, o pomposo nome dado ao socorro financeiro para caloteiros e inadimplentes.
Querem deixar de pagar por três anos as dívidas com Banco do Brasil e BNDES, resistem a privatizar empresas estatais e se recusam a congelar os salários dos servidores, exigências do governo federal para liberar os bilhões que podem evitar ou pelo menos postergar a falência dos Estados.
Ou seja, querem só os bônus, sem os ônus.
Com Rodrigo Janot e Gilmar Mendes em viagens ao exterior _ como gostam de viajar! _ a PGR e o TSE entram em compasso de espera, o que talvez explique a repentina calmaria.
Claro que, enquanto escrevo, o cenário já poderá ter mais uma vez mudado, mas é o que temos para o momento.
As notícias enguiçadas (criação imortal do colega Alfredo Ribeiro, o Tutty Vasques) vão e voltam como a minha gripe, que não vai embora nunca, apesar de ter tomado vacina.
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Cultura de Freire
transforma-se em
"célula" do PPS
Camaradas derrotados nas últimas eleições estão tomando conta de cargos de confiança do Ministério da Cultura, agora sob a nova administração do pernambucano Roberto Freire, suplente de deputado federal pelo PPS de São Paulo.
A revelação foi feita em reportagem de Rodolfo Viana publicada pela "Folha" desta quinta-feira: "São 18 correligionários atuando em assessorias, secretarias, diretorias, entidades vinculadas e representações regionais".
No tempo em que o PPS (Partido Popular Socialista) ainda se chamava PCB (Partido Comunista Brasileiro), o partido de Roberto Freire se notabilizou por montar "células" nos órgãos públicos sob o pretexto de "combater a ditadura por dentro".
Pouco depois de assumir o cargo, Freire declarou em entrevista à "Veja": "Lamentavelmente, um ministério que teria muito a dar ao país ficou voltado para atender a interesses de facções políticas", fazendo referência ao "projeto de poder" da administração anterior do PT e PC do B (uma dissidência histórica do antigo PCB) no Ministério da Cultura.
Não há mais ditadura nem comunismo no Brasil, mas pelo jeito a prática de aparelhamento do PCB/PPS continua a mesma, só que agora por "motivos republicanos", segundo a nota enviada por Freire ao jornal.
"A escolha dos nomes para a equipe se dá por motivos republicanos. Nossa preocupação é com a competência, a experiência, a idoneidade e a conduta ilibada dos funcionários que aqui atuam".
Segundo a reportagem, "nomes alocados em funções técnicas têm pouca ou nenhuma experiência na área".
Em tempos de pós-verdade, o republicano Roberto Freire parece adotar a tese do "joio e do trigo" lançada pelo ex-presidente FHC, quer dizer: o que vale para os outros não vale para nós.
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João Doria no JRN
Ainda está em tempo de você mandar suas perguntas para a entrevista que Herodoto Barbeiro, Nirlando Beirão e eu vamos fazer com o prefeito João Doria, às vésperas de completar 100 dias no cargo, no Jornal da Record News, que vai ao ar às 9 da noite desta sexta-feira.
O que você gostaria de saber? As perguntas podem ser enviadas para a área de comentários deste blog ou para o zap-zap do JRN: (011) 9 4212 8782.
Vida que segue.
"Brasil viveu um dia atípico sem nova bomba"
6 de April de 2017 às 10:18 - Postado por rkotscho
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PARA O JORNAL DA RECORD NEW, em mãos do jornalista Ricardo Kotscho. Pergunta para o prefeito que saiu de 10 e chegou, segundo as boas línguas, a 70% de encantamento nos primeiros 100 dias de fantasia e governo sério. Dória está numa rampa de lançamento e acelerando na subida. O Prefeito já acumulou, sem papelão corrupto, gordurinhas consideráveis que incomodam o fogo amigo, por que tem tudo para fazer o ponteiro da balança subir implacavelmente. Sr. João Dória, valeria a pena deixar-se fritar pelo PSDB, porque pajés e caciques assim o querem? Não acha que o cavalo passa encilhado apenas uma vez na vida política e que governar a capital e ainda mostrar que a carne não é fraca, é praticamente impossível... por muito tempo? Subindo na expectativa da população, criando sonhos para si mesmo e para os eleitores do PSDB...... surpreendentemente, com tudo isso, vale a pena apostar seu gordo cacife eleitoral, empurrando no aclive, o caminhão pesado de seu padrinho Alckmin, sabidamente num dos piores momentos de sua vida política?
Caro jornalista Kotscho, foste profético. Apesar das notícias enguiçadas que insistem em pautar a rotina jornalística, a ausência de bomba política por aqui amenizou as manchetes do Post. Mas, lá fora, há seis anos ninguém enxerga a luz do fim do túnel de uma guerra que já ceifou 400 mil vidas. As nossas "bombas" de um gás diabólico corrompem... desencantando a frágil democracia. O povo as engole, esperançoso por dias melhores. As bombas na cabeça de mísseis desumanos partiram ontem de outro lugar e o mundo inteiro as engoliu sem saber, se agiu certo, ou errado. Vidas são vidas! Aqui, apesar de tudo, ela segue. Lá, Putin, apoiador do gás sarin, provocou, incentivou o massacre para Trump, quebrar a promessa e entrar no cenário beligerante. Caiu na armadilha. Putin, a história dirá, um dos articuladores mais perversos e sanguinário protagonista do caos mundial. A temperatura esquentou em seu país com os últimos fatos e nada melhor do que jogar Trump na fogueira para desviar o foco de seu governo russo. Foste profeta, Kotscho, as bombas caíram em outro lugar, destruindo nossas esperanças de paz. Prefiro as bombas da traição que ceifam apenas nossos sonhos e nos deixam vivos para esperar as próximas eleições. Lá, há seis anos, a vida... não segue.
As notícias sobre o ataque americano contra a Síria, o que pode desencadear um conflito de proporções imprevisíveis, nem é culpa do ditador Assad nem também culpa do tresloucado Trump. A culpa é do Sr Ricardo "Dinah" Kotscho! A premonição está no início deste artigo... "Pode ter sido apenas a calmaria que precede as grandes tempestades". Não sei se o parabenizo pela premonição e/ou excesso de percepção aguda, ou se bato na madeira! Na dúvida... toc... toc... toc... Em tempo, em entrevista do Dória ontem, na Globo News, um aperitivo para a entrevista de hoje, do Jornal da Record News, com o trio Ricardo Kotscho, Heródoto Barbeiro e o Nirlando Beirão, o "cabra" mostrou que está afiado com os destinos de São Paulo (*sorte dos paulistanos, ao menos para 70% deles), e pela disposição, me pareceu com plumagem boa para maiores vôos! *O Dória aumentou a aprovação para com o Prefeito de São Paulo, de 10% para 70% em 100 dias. Se fosse por aqui, diríamos.."Oh cabra da peste"!
O que fazer para o pobre e classe média baixa pagar menos Imposto de Renda? Apenas um Banco, lucrou em 2016, $22 bilhões de reais. O Prefeito não acha que metade desse dinheiro deveria ser pago como Imposto de Renda?) Eleito presidente, seu governo será de prioridades sociais, ou governará para os ricos? O senhor João Dória acha que os brasileiros sabem eleger legisladores competentes para a função? Eu e minha esposa temos 72 anos e nunca deixamos de votar. O senhor quer o nosso voto para presidente do Brasil? O senhor tem tempo de ler e interagir com a rede social? Como foi o seu dia de hoje, sexta-feira de chuva pesada, com o caos causado pelas enchentes? Conte como foi o sua dia a dia, pois muita gente está lendo e assistindo o Jornal d Record News. Abraços senhor RKotscho.
Prezado Kotscho: Só falta agora o "onda nova" do Roberto Freire dizer também que é um "não político".
O que Dória acha de uma reforma política para extinguir o Senado, já que os 513 deputados federais dariam conta do recado? Representar o povo é também representar o Estado. Já pensou na economia de gasto público?
A atipicidade do dia deixou passar um estrondo ensurdecedor. A decisão do STF de proibir greves nas polícias e agentes penitenciários foi, sem dúvida, um petardo nas ambições destas corporações. Aliás, é bom que fique claro que, a proibição já existia. Faltava, no entanto, sua regulamentação, o que fez que as corporações com base no princípio fundamental de que a greve é um direito previsto nas cláusulas pétreas da Constituição se achassem no direito de partirem para greves selvagens. Faltou, infelizmente, às sanções e penalidades para o descumprimento legal, que eu entendo ser de demissão com justa causa do serviço público ,ainda que, se necessário, em massa, caso as corporações entendessem se solidarizar com os punidos. Greve dos professores já nem se fala mais, pois a normalidade é a anormalidade. Aliás, os professores foram ''abduzidos'' pelos partidos de esquerda radical tornado-se instrumentos destes em suas ações deletérias e antissociais.