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AGU estima que Congresso levaria três anos para analisar os 3.000 vetos que trancam a pauta

Governo prevê “colapso institucional” se os vetos forem apreciados em ordem cronológica

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília

A AGU (Advocacia-Geral da União) protocolou, nesta quinta-feira (14), um pedido no STF (Suprem Tribunal Federal), solicitando que o plenário da Corte decida sobre a ordem de votação dos mais de 3.000 vetos que trancam a pauta no Congresso Nacional.

A AGU alega que, se o Congresso realizasse duas sessões conjuntas por semana para a análise dos vetos, e votasse dez por sessão, seriam necessários três anos para limpar a pauta. Por isso, o advogado-geral da União, Luís Adams, prevê um “colapso institucional” se os vetos forem apreciados em ordem cronológica.

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Adams alega, na petição, que “alguns dos dispositivos cujos vetos são pendentes abordam questões extremamente sensíveis para o interesse nacional” e lista projetos polêmicos, como o do fator previdenciário, da emenda 29 (que determina valores mínimos para a União investir em saúde), e o Código Florestal.

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O ministro lembra ainda que a grande quantidade de vetos aguardando votação consumirá muito tempo de análise devido às “práticas obstrutivas que são naturalmente exercidas pelas minorias congressuais como parte do jogo político” e que o resultado poderia gerar insegurança jurídica, fiscal e econômica.

O pedido da AGU está com o relator do processo sobre o tema, ministro Luiz Fux.

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Vetos x Orçamento

O Planalto está preocupado porque o orçamento de 2013, que ordena despesas e receitas da União, não foi aprovado ainda. Geralmente, a lei orçamentária anual é analisada no fim do ano com previsão de gastos para o ano seguinte.

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Com a polêmica dos vetos, a pauta ficou trancada no fim de 2012 e o acordo era votar o orçamento no início dos trabalhos parlamentares este ano.

No entanto, partidos da oposição conseguiram obstruir a votação, que deveria ter sido realizada antes do Carnaval, alegando que era necessário votar primeiro todos os vetos.

Entenda o entrave dos vetos:

O impasse começou no fim do ano passado, quando o STF determinou que os vetos fossem apreciados em ordem cronológica e não por meio de medidas de urgência, como os parlamentares tentaram fazer.

Esse foi o motivo do atraso na votação do Orçamento de 2013. E a divisão dos royalties do petróleo também fica indefinida até que os parlamentares votem todos os vetos apresentados antes.

São cerca de 200 matérias que, teoricamente, deveriam estar trancando a pauta do Congresso desde o ano 2000. Mas, graças a manobras políticas, os vetos não impediram os parlamentares de votar projetos nos últimos 12 anos.

A questão veio à tona quando a bancada do Rio de Janeiro, Estado produtor de petróleo, acionou o Supremo para impedir a votação, em regime de urgência, dos vetos dos royalties.

Como a derrubada dos vetos seria certa, uma vez que a maioria dos parlamentares é a favor da divisão igualitária dos recursos do petróleo, deputados do Rio apelaram para o Judiciário e conseguiram impedir temporariamente a manobra.

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