O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta terça-feira (18), em seu depoimento na CPI da Covid, que falou a verdade quando acusou a senadora Kátia Abreu (PP-TO) de o pressionar para que agisse a favor dos chineses na implantação da rede de internet 5G no Brasil.
"Em referência que fiz ao comportamento de Kátia Abreu, eu apenas disse a verdade, relatei um fato. Jamais vou me arrepender de dizer a verdade", disse, ao ser perguntado pelo senador Angelo Coronel (PSDB-BA) se não gostaria de se retratar pela acusação.
A acusação foi feita poucos dias antes da demissão, depois de audiência de Araújo com senadores em que os parlamentares pediram publicamente pela demissão do ministro. “Se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será um rei no senado”, publicou o chanceler na época, atribuindo a frase à senadora.
Kátia Abreu negou as acusações, chamou o ministro de "marginal" e pediu pela saída de Ernesto Araújo. O ataque tornou a situação de Araújo insustentável e ele acabou pedindo demissão do cargo.
Depois da fala, ele foi cobrado pela líder da bancada feminina no Senado, a senadora Simone Tebet (MS-PSDB). "Se Vossa Senhoria não tem provas do que disse, Vossa Senhoria agrediu, alegando à uma senadora respeitada, de credibilidade, como a senadora Kátia Abreu, um crime que ela – tenho certeza que não cometeu – de tráfico de influência", comentou.
Tebet também pediu ao ex-ministro para voltar a confirmar a acusação. Senadores governistas protestaram contra a pergunta, mas Araújo se dispôs a falar. "Esse tema já está judicializado, e as testemunhas falarão em juízo para esclarecimento desse tema", respondeu.