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'Atentado à advocacia e retaliação', diz Cristiano Zanin sobre operação

Nova fase da Lava jato, autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, fez buscas na casa e no escritório do defensor do ex-presidente Lula

Brasil|Marcos Rogério Lopes, do R7

Cristiano Zanin acusa Bretas de abuso de autoridade
Cristiano Zanin acusa Bretas de abuso de autoridade Cristiano Zanin acusa Bretas de abuso de autoridade

O advogado Cristiano Zanin Martins, famoso por ser um dos defensores do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, apontou a nova fase da operação Lava jato desta quarta-feira (9) como um "atentado à advocacia", além de "retaliação" a sua atuação contra os atos da força-tarefa.

A operação apura um suposto esquema de advogadosque teria sido responsável por desvios de R$ 355 milhões, entre 2012 e 2018, do Sesc-RJ (Serviço Social do Comércio), do Senac-RJ (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e da Fecomércio-RJ (Federação do Comércio). Também são investigados Ana Tereza Basílio, advogada do governador afastado do Rio, Wilson Witzel; e Frederick Wassef, ex-defensor do senador Flavio Bolsonaro.

"A iniciativa do Sr. Marcelo Bretas de autorizar a invasão da minha casa e do meu escritório de advocacia a pedido da Lava Jato somente pode ser entendida como mais uma clara tentativa de intimidação do Estado brasileiro pelo meu trabalho como advogado, que há tempos vem expondo as fissuras no Sistema de Justiça e do Estado Democrático de Direito", afirmou, em nota, Cristiano Zanin Martins. 

De acordo com ele, sua atuação tem ajudado a desmascarar "as arbitrariedades praticadas pela Lava Jato, as relações espúrias de seus membros com entidades públicas e privadas e sobretudo com autoridades estrangeiras".

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O advogado acusa o juiz Marcelo Bretas, responsável pela operação, de ser próximo do presidente Jair Bolsonaro. "E sua decisão no caso concreto está vinculada ao trabalho desenvolvido em favor de um delator assistido por advogados ligados ao Senador Flavio Bolsonaro. A situação fala por si só."

Em defesa contra as acusações feitas pela Lava Jato, Zanin afirma que tem como provar que não cometeu qualquer dos atos ilícitos apontados. "De acordo com laudo elaborado em 2018 por auditores independentes, todos os serviços prestados à Fecomércio/RJ pelo meu escritório entre 2011 e 2018 estão devidamente documentados." 

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Zanin acusa o magistrado de abuso de autoridade na ação desta quarta-feira. "Marcelo Bretas é juiz federal e sequer tem competência para tratar de pagamentos realizados por uma entidade privada, como é a Fecomercio/RJ, e mesmo de entidades do Sistema S por ela administrados por força de lei; a matéria é de competência da Justiça Estadual, conforme jurisprudência pacífica dos Tribunais, inclusive do Superior Tribunal de Justiça."

Ele também diz que a operação foi mais um "espetáculo impróprio a qualquer decisão judicial dessa natureza" e que ocorreu "na iminência do Supremo Tribunal Federal realizar alguns dos mais relevantes julgamentos, com impacto na vida jurídica e política do país", afirmou, referindo-se provavelmente ao julgamento da Segunda Turma sobre o habeas corpus que pede a suspeição do ex-juiz federal Sergio Moro. Caso ela seja aceita, Lula poderá ver suas condenações anuladas.

Por fim, o advogado afirma que levará o caso a foros nacionais e internacionais, para que os envolvidos sejam punidos e "para que seja reparada a violação à minha reputação e à reputação do meu escritório, mais uma vez atacadas por pessoas que cooptaram o poder do Estado para fins ilegítimos".

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