José Dirceu está preso desde novembro do ano passado
ALEX SILVA/15.11.2013/Estadão Conteúdo
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, negou nesta sexta-feira (9) o pedido feito pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de deixar o Presídio da Papuda, no Distrito Federal, durante o dia para trabalhar em escritório de advocacia em Brasília.
Barbosa entendeu que Dirceu não pode trabalhar fora do presídio por não ter cumprido um sexto da pena de sete anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto, definida no processo do mensalão.
Na decisão, o presidente do Supremo afirmou que a proposta de emprego em escritório de advocacia inviabiliza a fiscalização do trabalho externo.
“O proponente do emprego, por ser advogado, não permanece no interior do escritório durante todo o período de trabalho que deverá ser executado pelo condenado, o que evidentemente inviabiliza a fiscalização do cumprimento das normas, que é da essência do cumprimento de uma sentença criminal.”
O ex-ministro recebeu proposta para trabalhar no escritório do advogado José Gerardo Grossi, em Brasília. Ele iria trabalhar na pesquisa de jurisprudência de processos e ajudar na parte administrativa. A jornada seria das 8h às 18h, com uma hora de almoço, e o salário, R$ 2,1 mil.
Regalia
Também nesta sexta, a Folha de S. Paulo revelou que o governo do DF, comandado pelo PT, providenciou um carro oficial para que Joana Saragoça, filha de Dirceu, pudesse visitar o pai na cadeia sem ter que ficar na fila formada pelos familiares dos demais detentos.
Com a carona, Joana não enfrentou a longa fila de familiares de presos, de carro ou a pé, que começa a ser formada no final da tarde do dia anterior na entrada do presídio. Ela chegou às 8h55 e passou direto pela entrada de funcionários. A Justiça investiga se Dirceu é beneficiário de regalias na prisão.
Em nota, o governo do DF alegou "que notícias veiculadas na mídia davam conta de uma suposta possibilidade de greve de fome por parte de José Dirceu. A inteligência verificou que essas 'notícias' estavam tendo repercussão no presídio, o que poderia causar uma insegurança no sistema prisional. Por esse motivo, a inteligência da Sesipe procurou a Srta. Joana Soragoça e a convidou a colaborar com a investigação desse fato".
" A Srta. Joana Saragoça manifestou preocupação em ir até o presídio por estar se sentindo insegura. Por isso, a inteligência da Sesipe a levou, em dia e horário de visitas, em carro descaracterizado, para que ela se encontrasse com José Dirceu", termina a nota.