Câmara dos Deputados terá semana marcada por vários depoimentos na CPI da Petrobras
Bruno Lima/R7A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras planeja ouvir três depoimentos e fazer duas acareações entre terça-feira (7) e quinta-feira (9).
As acareações envolverão três pessoas acusadas de envolvimento no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras: o ex-gerente da área internacional da Petrobras Pedro Barusco; o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque; e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Na quarta-feira (8), às 9h30, serão colocados frente a frente Barusco e Duque. Barusco, em delação premiada, admitiu ter recebido propina de empresas e acusou Duque, seu superior na época, de envolvimento de propina em nome do PT. Duque já foi ouvido na CPI e negou envolvimento. Na quinta (9), também às 9h30, será a vez de Barusco e Vaccari Neto, que também já foi à CPI e nega as acusações.
Nos depoimentos anteriores, Duque e Vaccari usaram o direito de não responder perguntas que pudessem incriminá-los e podem repetir a estratégia. Já Barusco, alegando problemas de saúde, pediu para não comparecer às acareações, mas sua solicitação foi indeferida pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
Duque e Vaccari estão presos em Curitiba, mas o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução dos inquéritos da Operação Lava Jato, autorizou a ida dos dois à CPI, acompanhados por agentes da Polícia Federal. Já Barusco, embora seja réu, está em liberdade.
Depoimentos
Na próxima terça (7), em reunião marcada para as 9h30, devem prestar depoimento o ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Jorge Hage; o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues; e Stael Janene, viúva do ex-deputado José Janene.
Jorge Hage foi convocado para responder a acusação feita pelo advogado inglês Jonathan Taylor de que a CGU não investigou suspeitas de pagamento de propina pela empresa SBM Offshore no ano passado por conta do calendário eleitoral.
Já o presidente do Coaf vai falar do sistema de controle do mercado financeiro, principalmente sobre a atuação de doleiros, usados para lavagem de dinheiro de propina pela Operação Lava Jato.
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E a viúva de José Janene foi convocada para falar do relacionamento do ex-deputado com o doleiro Alberto Youssef. Youssef acusa Janene, morto em 2010, de ser o mentor do esquema de cobrança de propina na Petrobras. Devido a um habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Stael Janene não terá de assinar termo de compromisso para falar a verdade e não precisará responder a questões que possam incriminá-la.
Ricardo Pessoa
A CPI quer ouvir também outro acusado, o empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, mas o depoimento foi adiado depois que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, confirmou que ele também tem o direito de permanecer calado, como explica o presidente da CPI.
— A CPI fica muito dependente dessas decisões judiciais, seja com habeas corpus que possibilitam as pessoas ficarem em silêncio, seja com decisões que travam informações que são importantes para o nosso trabalho, mas resta a nós respeitar as decisões do Poder Judiciário. O ministro Teori Zavascki deu essa decisão e agora vamos aguardar. Eu irei tentar na volta do recesso uma audiência com o ministro Teori, em nome da CPI, para tentar ter acesso a essas informações.
Ricardo Pessoa assinou acordo de colaboração com a Justiça e as informações prestadas por ele ainda não foram liberadas.