Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Bradesco preserva rentabilidade e controle da inadimplência, vê alta na carteira de até 9%

Brasil|

Por Aluísio Alves e Guillermo Parra-Bernal

SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco divulgou um mix de melhora da qualidade da carteira e da rentabilidade no quarto trimestre, mas avaliações divergentes de analistas sobre as previsões do banco para 2015 pautavam comportamento volátil das ações da instituição nesta quinta-feira.

O segundo maior banco privado do Brasil anunciou mais cedo que seu lucro líquido no quarto trimestre cresceu 29,7 por cento ante mesma etapa de 2013, a 3,993 bilhões de reais, apoiado em maiores margens com crédito, robusta alta em seguros e menos despesas com provisões para calotes.

Excluindo itens não recorrentes, o lucro somou 4,132 bilhões de reais, alta de 29,2 por cento. A previsão média de analistas consultados pela Reuters apontava para lucro recorrente de 3,971 bilhões de reais.

Publicidade

O ano de "2014 não foi tão favorável em termos de crescimento econômico, mas acho que conseguimos progressos significativos", resumiu o presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, em teleconferência com jornalistas.

O resultado do quarto trimestre recebeu aprovação de analistas, que pontuaram o foco do banco na rentabilidade e a qualidade da carteira de crédito, mesmo no ambiente econômico adverso do país.

Publicidade

Porém, a reação imediata do mercado ao resultado gradualmente deu espaço a análises mais conservadoras dos investidores. Após ter subido mais de 2 por cento na abertura do pregão, às 14h16 a ação do banco caía 2,3 por cento.

Entre os pontos levantados por analistas é o cenário para 2015. Diante da fraca atividade econômica do país, o próprio Bradesco previu para este ano um crescimento de apenas 5 a 9 por cento de seu estoque de crédito este ano.

Publicidade

"Acreditamos que pode haver aumento de inadimplência como consequência de maiores taxas de juros, aumento do desemprego e cenário macro mais resistente", afirmou em relatório o analista Samuel Torres, da Fator Corretora.

Já os analistas Eduardo Rosman, Gustavo Lobo e Jose Luis Rizzardo, do BTG Pactual, previram que o ritmo de expansão do lucro do banco vai perder força em 2015, para cerca de 15 por cento.

Na conversa com jornalistas, os executivos do Bradesco sustentaram prever estabilidade ou variação mínima da inadimplência, e despesas com provisões para calotes crescendo em ritmo inferior ao da carteira de crédito.

Trabuco disse que o sistema bancário está protegido contra eventuais desdobramentos da operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras e grandes empreiteiras do país. Ele até previu queda no índice de inadimplência da carteira de grandes empresas.

None

CRÉDITO

A expansão do crédito do Bradesco em 2014, de apenas 6,5 por cento a 455,127 bilhões de reais, veio abaixo da previsão de alta de 7 a 11 por cento, que já tinha sido reduzida em outubro. A previsão inicial era de aumento de 10 a 14 por cento.

Mas o foco na qualidade da carteira deu resultado. O índice de inadimplência, acima de 90 dias, fechou 2014 em 3,5 por cento, no mesmo nível de um ano antes e abaixo dos 3,6 por cento no trimestre anterior.

Com isso, as despesas com provisões do Bradesco no quarto trimestre para perdas com calotes caíram 1,2 por cento na base sequencial, a 3,307 bilhões de reais, embora tenham subido 11,7 por cento em um ano.

E o retorno anualizado sobre o patrimônio líquido foi de 20,1 por cento, declínio de 0,3 ponto sobre o trimestre anterior, mas alta de 2,1 pontos percentuais sobre 12 meses.

As receitas do banco com tarifas e serviços cresceram 11,7 por cento em 12 meses, para 5,84 bilhões de reais. Já a emissão de prêmios de seguros deu um salto de 38 por cento em apenas 3 meses, para 17,8 bilhões de reais.

O Bradesco terminou 2014 com ativos totais superando 1 trilhão de reais, após terem crescido 13,6 por cento em 2014.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.