Cardozo participou de evento no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) ao lado do ministro da Justiça, Wellington César, e do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski
Gil Ferreira/1º.03.2016/Agência CNJO ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou nesta terça-feira (1º), em entrevista à colunista do R7 Christina Lemos, que a PF (Polícia Federal) continuará a ter autonomia com o novo ministro e garantiu que as investigações da força-tarefa da Lava Jato também vão prosseguir.
— Não tenho a menor dúvida disso [que as investigações da equipe do Paraná vão continuar]. [...] A PF continuará atuando com autonomia, será respeitada e o ministro só intervirá quando houver abusos. Eu tenho a mais absoluta tranquilidade que o rumo das investigações não será atrapalhado ou turvado ou obstado em nada.
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Cardozo disse que “o ministro continuará atuando apenas quando houver situações de abuso, que é o que diz a lei, a Constituição, e o que recomenda o estado do direito”.
Prestes a assumir a AGU (Advocacia-Geral da União) no lugar de Luís Inácio Adams, Cardozo reconheceu que sofreu um desgaste à frente da Justiça — tanto pessoal como de aliados e adversários políticos.
— Há sempre um desgaste pessoal, natural. Eu tenho críticas de aliados, de adversários. É hora de gente com sangue novo para conseguir dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito e o ministro Wellington Cesar é o homem para isso.
O procurador do MP-BA (Ministério Público da Bahia), Wellington César Lima e Silva, assume o posto deixado por Cardozo. Lima e Silva recebeu elogios do ex-ministro da Justiça, que também destacou a importância que terá à frente da AGU.
— Temos muitos processos. A AGU é um advogado de Estado e tem um quadro magnifico de advogados concursados. A ideia é defender os interesses públicos e a União, a lei e a democracia, dentro daquilo que uma advocacia de Estado exige. [...] Manterei a linha do Adams, magnífico advogado. Espero estar à altura para substitui-lo.
Impeachment
Cardozo voltou a afirmar que "não há nenhum fato que justifique o impeachment" da presidente Dilma Rousseff.
— É a primeira vez na história que se quer um impeachment e se busca um fato para justificá-lo. Normalmente é o inverso: se tem um fato e a partir daí se pede o impeachment. Há pessoas que querem lamentavelmente uma disputa no "tapetão" quando perderam nas urnas. Eu acho que a sociedade já tem isso claro.
Cardozo avisou ainda que não fará a defesa da presidente no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo Cardozo, a "tarefa é do advogado da campanha da presidente Dilma".