Chico Buarque chegou de óculos escuros à galeria do Congresso
ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDOChico Buarque rouba a cena e é tietado por senadores na sessão
Mariana Londres/R7O cantor, compositor e escritor Chico Buarque tentou ser discreto, mas a sua presença no dia da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no julgamento do Congresso roubou os holofotes.
Buarque chegou junto com os convidados da ré: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-ministros, intelectuais e dirigentes do partido.
Todos sentaram na galeria, a parte superior do plenário do Senado onde normalmente ficam jornalistas credenciados. Chico Buarque chegou de óculos escuros, mas logo tirou para acompanhar a sessão. Durante a fala de Dilma e durante os questionamentos dos senadores, Chico e Lula conversaram várias vezes.
Julgar e condenar, sem crime de responsabilidade, é rotundo golpe, diz Dilma
Simpático, o cantor posou para fotógrafos ao lado de Lula. Após o fim da fala da presidente afastada, um grupo de senadores subiu à galeria para tietá-lo. Roberto Requião (PMDB-PR), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) cumprimentaram, agradeceram a presença de Chico e tiraram fotos.
Questionada pela reportagem, a senadora Gleisi admitiu a tietagem e chegou a pedir uma foto tirada por um fotógrafo do Supremo que fazia a cobertura.
— Eu sou muito fã e a presença dele hoje é muito importante. Infelizmente nos encontramos nessas circunstâncias.
Ao sair para o intervalo do almoço, Chico limitou-se a dizer ao R7 que estava feliz de acompanhar a sessão e honrado com o convite.
No intervalo da sessão, Lula, Dilma e Chico Buarque almoçaram no gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que cedeu um espaço para a ré. Na entrada, a presidente afastada também ficou por um tempo no gabinete, onde tomou chá antes de seguir para os cinquenta minutos do seu discurso.
Chico Buarque se limitou a dizer que estava honrado no Congresso
Mariana Londres/R7A sessão de defesa de Dilma, o quarto dia do julgamento do impeachment, foi interrompida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski às 13h, após quase três horas. Até o intervalo, dez senadores haviam feito perguntas à Dilma, após ela ter discursado por cinquenta minutos
No retorno do intervalo de almoço, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) – que foi derrotado por Dilma no segundo turno da eleição de 2014 – foi o primeiro a questioná-la. Ao todo, 49 senadores se inscreveram para formular perguntas à petista.
Cada senador tem até cinco minutos para fazer sua pergunta. Dilma, no entanto, não tem limite de tempo para responder. Ela tem ainda o direito a ficar calada.
Para afastar de forma definitiva são necessários 54 votos favoráveis ao impeachment. A votação deve acontecer nesta terça-feira (30). Depois dos questionamentos à Dilma, ainda haverá debate entre acusação e defesa e encaminhamento (discursos de senadores). Na fase de discursos, cada senador pode falar por até dez minutos. A votação, em si, é rápida, nominal e feita por meio do painel eletrônico.