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Com processo no TSE e pedido de impeachment, Temer terá dificuldades para estabilizar economia

Sem apoio popular, vice responde por atos semelhantes aos que podem derrubar Dilma Rousseff

Brasil|Do R7

Michel Temer pode assumir o governo na quarta-feira
Michel Temer pode assumir o governo na quarta-feira Michel Temer pode assumir o governo na quarta-feira

Com um processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e um pedido de impeachment em andamento na Câmara, o vice Michel Temer pode chegar ao poder no final dessa semana em uma situação pior que a que vive atualmente a presidente Dilma Rousseff. A situação pode dificultar sua principal missão: estabilizar a economia.

Caso Dilma seja afastada na quarta-feira (11), Temer terá de resolver a situação do desemprego, que atinge 11 milhões de brasileiros, a inflação acima do teto da meta e a desconfiança do mercado.

A repercussão internacional do processo de impeachment de Dilma até agora tem assustado os investidores. Na segunda-feira (9), a rede americana CNN e o britânico The Guardian chegaram a falar em “caos” no País. A Bovespa tem operado em queda e, na semana passada, a agência Fitch, uma das três principais agências de risco do mundo, reduziu mais uma vez a nota do País.

Impeachment de Temer

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O pedido de impeachment contra Temer é semelhante ao que responde Dilma: ele é acusado de abrir créditos complementares sem autorização do Congresso. O trâmite do pedido na Câmara teve início após decisão do mês passado do ministro Marco Aurélio Mello, que ordenou que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desse andamento à questão.

Até a semana passada, Temer tinha em Cunha um aliado, que não demonstrava esforço para que a comissão do impeachment de Temer fosse formada. Com a saída de Cunha, por decisão do STF, o novo presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), que tem se aliado ao governo Dilma, pode indicar os membros da comissão, caso os líderes não indiquem.

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Processo no TSE

Além de um pedido de impeachment semelhante ao de Dilma, Temer enfrenta também processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por supostas irregularidades na campanha. Nesse caso, ele e Dilma respondem ao mesmo processo e, caso a chapa da presidente fosse invalidade, Temer também perderia o cargo.

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O vice tem se esforçado para separar suas contas das contas de Dilma na campanha eleitoral. Embora, nos bastidores, Temer pareça ter apoio de parte dos ministros do TSE, a separação das contas é algo inédito na Corte, o que dificulta bastante o sucesso do pedido.

Popularidade baixa

As dificuldades de Temer para se manter no poder podem aumentar devido à falta de apoio popular. Pesquisa Datafolha realizada com manifestantes paulistas no último domingo (17), quando a Câmara deu aval ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, aponta uma rejeição ao peemedebista. No grupo contrário a Dilma, 54% dos entrevistados disseram ser favoráveis também ao afastamento de Temer. Entre os apoiadores do governo, a porcentagem de entrevistados contrários a Temer chega a 79%.

Nova coalizão

Construir uma nova coalizão no Congresso Nacional também parece não ser uma tarefa exatamente fácil para Temer. A redução no número de ministérios, prevista pelo peemedebista, pode criar um efeito de “cobertor curto”, dificultando a distribuição de cargos entre possíveis aliados.

Além disso, embora o PMDB tenha as maiores bancadas da Câmara e do Senado, Temer pode ter dificuldade no trato com os senadores, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), é seu desafeto.

O apoio do PSDB também não é 100% garantido a Temer. Dividida, a cúpula tucana pode decidir por não participar diretamente do governo. Oferecer o ministério das Relações Exteriores a José Serra pode não ser suficiente para angariar o apoio da bancada do PSDB no Congresso.

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