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Comissão Especial da Câmara deve votar nesta quarta novo estatuto que reduz idade para compra de armas

Órgão termina trabalhos após reuniões polêmicas. Projeto terá ainda de passar pelo plenário

Brasil|Do R7, com Agência Câmara

Reunião de comissão nesta terça (20) teve protesto com faixas
Reunião de comissão nesta terça (20) teve protesto com faixas Reunião de comissão nesta terça (20) teve protesto com faixas

A Comissão Especial que analisa mudanças no Estatuto do Desarmamento deve votar, na tarde desta quarta-feira (21), o substitutivo ao projeto 3722/12, do deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG), relator da matéria.

Renomeado como Estatuto de Controle de Armas de Fogo, a proposta reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas no País; estende o porte para outras autoridades, como deputados e senadores; e garante a todos os que cumprirem os requisitos mínimos exigidos em lei o direito de possuir e portar armas de fogo.

Em razão do início da Ordem do Dia no Plenário da Câmara na terça-feira (20), o presidente da comissão, deputado Marcos Montes (PSD-MG), encerrou os trabalhos antes da votação. Os debates nesta quarta (21) devem ter início às 13h30.

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Na terça (21), durante as discussões, o deputado Glauber Braga (PSO –RJ) afirmou que as alterações propostas na lei pelo deputado Laudivio são “péssimas e aumentam o número de homicídios no Brasil”. Na avaliação de Braga, o argumento da “legítima defesa” é falho.

— Que legítima defesa é essa que permite que uma única pessoa compre 600 munições por ano? É, no mínimo, brincar com nossa inteligência.

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O deputado disse, ainda, que a redução do número de homicídios e o fim dos conflitos armados não interessam àqueles que perderiam espaço e poder com isso.

— Quem defende esse relatório são aqueles que querem construir e acumular poder por meio da morte de muitos policiais e cidadãos brasileiros.

Direito

A favor de mudanças no Estatuto do Desarmamento, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) rebateu as acusações de Braga e disse que o parlamentar do PSOL deveria indicar os nomes dos que seriam beneficiados com a medida.

— Na política, não se joga para o alto, é preciso apontar os nomes e dizer quem é. Aqui, na Câmara dos Deputados, nós representamos alguém. Eu sei quem eu represento: o cidadão de bem, que precisa ter o direito de defesa dentro do seu lar [...] Vamos aprovar essa proposta e depois vamos às compras. Cada cidadão que entender que deve ter uma arma que a tenha.

Glauber Braga citou uma pesquisa do instituto Datafolha realizada em setembro do ano passado segundo a qual 62% dos entrevistados acreditam que a posse de armas deveria ser proibida. Na opinião de Rodrigues, porém, a sondagem demonstra, na verdade, o desejo da população de ver as armas de fogo longe das mãos dos criminosos.

Durante a reunião, manifestantes contrários à revisão do estatuto protestaram com faixas.

Polêmicas

Com a votação, os trabalhos da comissão chegarão ao fim. A tendência é que a proposta do relator seja aprovada. Nesse caso, ela deve ser levada a plenário.

Ao longo do ano, as reuniões foram marcadas por polêmicas. Em um dos episódios mais marcantes, ocorrido em 28 de abril, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) chegou a pedir financiamento a representantes da fabricante brasileira de armas Taurus, que estavam na plateia.

— Tem representantes aí da Taurus: eu gostaria que vocês me financiassem, mas a campanha toda. Não é me dar R$ 70 mil e a mídia dizer que eu fui financiado.

A prestação de contas do deputado referente às eleições de 2014 aponta que ele recebeu, por meio do diretório de seu partido, R$ 80 mil doados pela Taurus à legenda. A quantia representa 5% do R$ 1,5 milhão recebido durante a campanha.

Compra de arma de fogo

Para adquirir uma arma de fogo de uso permitido – não restrito – pelo novo estatuto o interessado deverá ser maior de 21 anos; apresentar a documentação necessária (identidade, CPF ou CNPJ, comprovantes de residência e de emprego); e atestar com documentos e laudos emitidos por profissionais ou instituições credenciadas ter capacidade técnica e psicológica para o manejo e uso da arma a ser adquirida.

Atualmente, o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) já prevê essas exigências, mas proíbe a venda de arma de fogo ao cidadão comum com menos de 25 anos. As mesmas exigências valem para aquisição de partes, componentes e acessórios de armas de fogo, bem como de munições, estojos, espoletas, pólvora e projéteis. O texto define ainda o limite máximo de seis armas por pessoa.

Outra modificação sugerida pelo relator retira da lei vigente o impedimento para que pessoas que respondam a inquérito policial ou a processo criminal possam adquirir e portar armas. O substitutivo também permite a compra e o porte para condenados em processo criminal por infração penal culposa.

Licença permanente

Em substituição ao Certificado de Registro de Arma de Fogo, o texto cria o Certificado de Registro e Licenciamento de Arma de Fogo, reforçando o caráter de licença permanente.

Outra modificação do relator assegura que a licença para a aquisição de armas de fogo e de munição de uso permitido será sempre concedida ao interessado que atender aos requisitos estabelecidos

Atualmente, o Estatuto do Desarmamento prevê que o interessado deverá declarar a efetiva necessidade da arma, o que permite, segundo o relator, que a licença venha a ser negada ou recusada pelo órgão expedidor.

Gratuidade de taxas

O parecer do relator prevê a gratuidade de taxas necessárias à aquisição da primeira arma e à emissão de certificados necessários ao seu porte para proprietários e trabalhadores residentes na área rural e para os que se declararem pobres.

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