Ministro adotou postura mais descontraída e bateu fotos com membros da imprensa após sessão
Nelson Jr./01.07.2014/STFO presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, se defendeu, nesta terça-feira (1º), da fama de "brigão" que conquistou ao longo dos 11 anos em que fez parte da mais alta Corte do Brasil.
Com o histórico de bate-bocas e desencontros com colegas de plenário, advogados, jornalistas e militantes petistas, Barbosa afirmou que o período foi "turbulento só para a imprensa", não para ele, e que só "comprou briga" para defender a Constituição.
— Eu comprei briga nessa linha, sempre que achei que havia desvios, tentativas de desviar-se do caminho correto, que é aquele traçado pela Constituição. Isso é o que interessa, o resto não tem muita importância.
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Sorridente e amistoso em sua última conversa com jornalistas ainda como membro do STF, Barbosa disse que, na Corte, defendeu a importância de se cumprirem as normas e que sempre agiu com pouca tolerância para o que ia contrário a esse pensamento.
— É importante que o brasileiro se conscientize da importância da centralidade, da obrigação de todos cumprirem as normas, a lei, a Constituição. Esse é o norte principal da minha atuação. Pouca condescendência com desvios, com essa inclinação natural a contornar os ditames da lei, da Constituição.
Em vários momentos da conversa com jornalistas, Barbosa citou a tranquilidade do dever cumprido e da alma leve pelo momento.
Balanço
O ministro afirmou ter terminado bem o seu período de mais de uma década como ministro do Supremo. Em toda a carreira como membro da Corte, Barbosa disse que nenhum assunto, nenhum tema, "absolutamente nada" ficou pendente. Ele mencionou avanços conquistados pela Corte durante esse período.
— Foi um período de privilégio imenso de poder tomar decisões importantes para o nosso País. Foi um período que, não em razão da minha atuação individual, mas, coletivamente, o Supremo Tribunal Federal teve um papel extraordinário no aperfeiçoamento da nossa democracia e isso é que é fundamental para mim.
A sessão de hoje foi especialmente interessante para ele, segundo o próprio ministro. Não em razão da sua última atuação como maestro e ministro da Corte, mas pelo assunto. O plenário do Supremo discutiu o tamanho das bancadas dos Estados na Câmara dos Deputados, a partir de uma resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
— Hoje nós julgamos um tema que é um tema da minha especial predileção, que é esse jogo entre os Poderes da República. Democracia é, sobretudo, saber os limites de atuação, de deliberação dos órgãos do Estado e também do indivíduo, do cidadão. E hoje nós tivemos a deliberação. Sufocada pela Copa do Mundo, [a história] passou desapercebida, mas que é um assunto extremamente importante que é saber o limite de atuação dos Poderes.