Por causa de uma letra, a Exsergia Engenharia e Consultoria, sediada em Santos, litoral de São Paulo, está em uma jornada para esclarecer que não está envolvida em casos de corrupção.
Tudo começou quando Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente Lula, foi alvo de mandado de condução coercitiva, em maio deste ano, por ser suspeito de usar a empresa em que é sócio, a Exergia Brasil, como forma de mascarar contratos milionários da empreiteira Odebrecht, em Angola.
O nome quase igual e as coincidências de ambas terem sido registradas em Santos e serem do ramo de engenharia fizeram com que a confusão começasse e os clientes da Exsergia passassem a olhar com desconfiança para as atividades da empresa. A diretoria da consultoria, que atende grandes bancos, fala em “prejuízos incalculáveis”.
Rosangela Perez, diretora da Exsergia, afirma que no mesmo mês em que Taiguara foi conduzido coercitivamente, a empresa perdeu uma expressiva oportunidade de negócio, atribuída à confusão.
— Não temos nenhum envolvimento com a Odebrecht e nem com nenhuma obra governamental. Atuamos em ramos diferentes de engenharia, além de o nosso registro ter sido feito em 2008, um ano antes da empresa de Taiguara.
E os prejuízos podem beirar os milhões. Rosangela explica que por pouco não perderam um contrato de serviços de R$ 10 milhões.
— Nosso representante quase teve uma negativa, porque o cliente em potencial achou que nossa empresa estivesse sendo investigada pela Polícia Federal. Os prejuízos são incalculáveis, uma vez que existe a possibilidade de alguns clientes em potencial não nos procurarem, achando que somos a Exergia Brasil.