A presidente Dilma Rousseff divulgou uma nota neste domingo (13) repudiando as pichações na sede da UNE (União Nacional dos Estudantes).
A presidente classificou o ato como uma "ação violenta cometida por vândalos".
"É intolerável a violência cometida por vândalos que neste sábado atacaram a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em São Paulo. Trata-se de uma ação violenta, que confunde o debate político saudável e democrático com a disseminação do ódio".
A sede da UNE amanheceu pichada na manhã de sábado (12). Os pichadores escreveram mensagens como "Vendidos” e “Mortadelas”. Para Dilma, a pichação se trata de "uma intimidação gratuita e uma afronta a democracia".
"O que se viu na sede da UNE, no entanto, foi um gesto de intimidação gratuita e uma afronta a democracia, e deve ser repudiado por todos aqueles que acreditam numa nação livre e democrática."
Dilma Rousseff também criticou a intervenção da Policia Militar durante uma reunião de apoio ao Lula no sindicato dos metalúrgicos do ABC, em Diadema. DIlma pediu que governo de São Paulo apure o ocorrido.
"É preciso que o governo de São Paulo apure com rigor o ocorrido e as motivações para a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Que os fatos sejam plenamente esclarecidos."
Para a presidente da UNE, Carina Vitral, não é coincidência que o “ataque” tenha acontecido um dia antes das manifestações populares pelo país.
— Reflete o que temos visto nos últimos dias, essa polarização política na sociedade apoiada no ódio e na intolerância e não no debate público. Isso demonstra que estamos do lado certo, lutando a favor da democracia, contra o ódio e a intolerância.
Segundo Carina, a diretoria da UNE fará um boletim de ocorrência e pedirá proteção policial para a sede da entidade neste domingo (13).
Para ela, é preciso respeitar as instituições do país.
— Isso nos remete a um período muito duro da nossa história. A última vez que a sede da UNE foi atacada foi em 1º de abril de 1964, quando os golpistas da ditadura militar incendiaram a sede da UNE, que ficava no Rio de Janeiro.
Leia a nota de Dilma Rousseff na íntegra:
“É intolerável a violência cometida por vândalos que neste sábado atacaram a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em São Paulo. Trata-se de uma ação violenta, que confunde o debate político saudável e democrático com a disseminação do ódio. Como venho afirmando à imprensa, ações que constituam provocação, violência e vandalismo prestam enorme e preocupante desserviço ao Brasil.
Lutamos por muitos anos para o restabelecimento da ordem democrática, para o funcionamento adequado das instituições e para o pleno exercício do direito à expressão e a manifestação política. O que se viu na sede da UNE, no entanto, foi um gesto de intimidação gratuita e uma afronta a democracia, e deve ser repudiado por todos aqueles que acreditam numa nação livre e democrática.
Os mesmos princípios democráticos devem ser defendidos em relação ao episódio ocorrido na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em Diadema, na sexta-feira à noite. É preciso que o governo de São Paulo apure com rigor o ocorrido e as motivações para a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Que os fatos sejam plenamente esclarecidos”.
Secretaria divulga nota sobre os episódios do Sindicato dos Metalúrgicos e da UNE
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou nota sovbre os episódios no Sindicato dos Metalúrgicos e da UNE. O texto repudia as versões dos petistas e dos integrantes da UNE. Leia a nota na íntegra:
"A SSP repudia a errada conotação política que alguns militantes políticos pretenderam dar a uma normal situação e esclarece que não houve qualquer tipo de invasão ou intimidação a sindicalistas. Na noite de ontem (11), a PM foi informada de que haveria uma passeata em ruas públicas, cuja saída seria do Sindicato dos Metalúrgicos de Diadema.
Uma única viatura dirigiu-se ao local para verificar qual seria o trajeto, no intuito de providenciar a segurança dos manifestantes. Foram orientados a ingressar no local para falar com os responsáveis, quando, porém, passaram a ser hostilizados por várias pessoas presentes, que impediram a saída dos policiais. Para evitar qualquer tumulto, foram orientados a dirigir-se até uma sala reservada e aguardar a chegada da Força Tática.Sobre a referência à sede da UNE, a Polícia Civil desconhece a ocorrência. A PM também não foi acionada pela entidade. Apesar da ausência de notificação à polícia, o Deputado Orlando Silva (PCdoB) entrou em contato com o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que determinou rondas durante toda a madrugada e o dia de hoje nas sedes da UNE e do partido.""