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Dilma diz que consultará procurador-geral antes de nomear novos ministros

Brasil|

Por Jeferson Ribeiro

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que pretende dar posse a seus novos ministros no dia 1º de janeiro, mas que consultará o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para saber se pode haver indiciamento de algum dos possíveis integrantes de seu ministério por envolvimento no suposto esquema de corrupção na Petrobras.

"Eu vou perguntar (ao procurador-geral) o seguinte: há alguma coisa contra fulano que impeça de nomeá-lo?", disse a presidente durante café da manhã com jornalistas.

A consulta ocorrerá porque ainda não são conhecidos formalmente os nomes dos políticos envolvidos com as denúncias da operação Lava Jato, que investiga um suposto esquema de desvio de recursos dos contratos da Petrobras que teriam sido usados para financiar partidos.

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Questionada sobre quando nomeará seus futuros ministros, Dilma disse que pretende anunciar a maioria até o dia 29.

"Eu acredito que até o dia 29 (de dezembro) eu pretendo ter quase os ministros todos indicados. Não vou dizer o dia, posso fazer em várias levas, ou pode ser de uma vez só", afirmou, mantendo o suspense sobre seu ministério no novo mandato, que começa dia 1º de janeiro.

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Até agora, a presidente só anunciou formalmente sua nova equipe econômica. Com a manutenção de Alexandre Tombini no comando do Banco Central, Joaquim Levy como futuro ministro da Fazenda, Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento e o senador Armando Monteiro Neto como novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo Dilma, os nomes dos novos presidentes de bancos públicos só serão anunciados posteriormente, sem indicar quando.

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"Os ministros tomarão posse comigo, não vou fazer duas posses, porque não tem racionalidade", disse, indicando que todos os novos ministros já terão sido escolhidos.

A presidente afirmou ainda que alguns ministros serão mantidos, mas não disse quais. Dilma

Dilma foi reeleita no dia 26 de outubro, mas até agora o nome da maioria do futuro ministério não é conhecido. Isso se deve, em parte, por causa das delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, que são réus em ações penais na Justiça Federal por conta da Lava Jato.

Tanto Costa quanto Youssef teriam citado o nome de políticos com mandato, e que portanto só podem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que estariam envolvidos no esquema de corrupção na estatal. Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou uma lista com nomes de políticos de PT, PP, PMDB, PSB e PSDB que teriam sido citados em depoimentos da delação premiada.

Entre os nomes estão o do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o do ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, e o do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), os dois últimos já falecidos. Alves, por exemplo, estava entre os possíveis futuros ministros de Dilma no próximo mandato.

Como mais nomes de políticos podem aparecer nas delações de Costa e Youssef, ambas já homologadas pelo ministro Teori Zavascki, do STF, Dilma corre o risco de nomear um ministro e, logo em seguida, vê-lo envolvido no escândalo. Outro fator complicador para a presidente é sua ampla base aliada e a dificuldade de acomodar os interesses do grande número de partidos que a apoia.

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