Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Dilma diz que Palocci criou "ficção" insustentável em depoimento

Ex-presidente afirma que Palocci está desesperado para se livrar da prisão

Brasil|Do R7

Palocci foi ministro da Casa Civil no governo Dilma
Palocci foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Palocci foi ministro da Casa Civil no governo Dilma

Após tomar conhecimento das declarações ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Casa Civil — Governo Lula e Dilma), a ex-presidente Dilma Rousseff classificou nesta quinta-feira (7) as afirmações feitas por Palocci como uma "ficção".

Ontem (7), o ex-ministro disse ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato em primeira instância, que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.

Palocci também mencionou que a relação dos governos petistas com a Odebrecht era movida a vantagens dirigidas à empresa. Ela cita entre as revelações a determinação de que a mesma companhia não poderia arrematar dois aeroportos nas concessões realizadas durante o mandato da ex-presidente.

Palocci: relação dos governos Lula e Dilma com Odebrecht foi 'movida' a propina

Publicidade

Ao rebater a acusação, Dilma disse que a declaração não se passa de uma "mentira" e revelou os valores pagos pelos consórcios de aeroportos. Segundo a petista, a Odebrecht "pagou 300% a mais pelo direito de explorar o aeroporto do Galeão". "Que benefício ela obteria do governo Dilma Rousseff pagando a mais?", questiona a ex-presidente, em nota. 

Para Dilma, as declarações feitas por Palocci mostram que ele está destinado a firmar um acordo de "colaboração implorada" como "esforço de sobrevivência e a busca por liberdade". "É um recurso desesperado para se livrar da prisão. Em outros períodos da história do Brasil, os métodos de confissão eram mais cruéis, mas não menos invasivos e implacáveis", destaca a petista.

Publicidade

Confira a íntegra da nota:

"A respeito das declarações prestadas pelo ex-ministro Antonio Palocci em depoimento à Justiça Federal na quarta-feira, 6 de setembro, a Assessoria de Imprensa da presidente eleita Dilma Rousseff esclarece:

Publicidade

1. O senhor Antonio Palocci falta com a verdade quando aponta o envolvimento de Dilma Rousseff em supostas reuniões de governo para tratar de facilidades à empresa Odebrecht, seja durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou no primeiro governo dela. Tais encontros ou tratativas relatadas pelo ex-ministro jamais ocorreram. Relatos de repasses de propinas também são uma mentira.

2. Todo o conteúdo das supostas conversas descritas pelo senhor Antonio Palocci com a participação da então ministra Dilma Rousseff – e mesmo quando ela assumiu a Presidência – é uma ficção. Esta é uma estratégia adotada pelo delator em busca de benefícios da delação premiada.

3. O episódio em que cita um inacreditável benefício à Odebrecht pelo governo Dilma Rousseff, durante o processo de concessões de aeroportos, mostra que o senhor Antonio Palocci mente.

4. O ex-ministro declarou perante a Justiça Federal que a decisão do governo Dilma de não permitir que um consórcio ou empresa ganhasse mais de um aeroporto foi criada pela presidente eleita para beneficiar diretamente a Odebrecht. Isso é uma mentira!

5. Tal decisão foi tomada pelo governo para gerar concorrência entre as empresas concessionárias de aeroportos. Buscou-se evitar que, caso uma empresa tivesse a concessão de dois aeroportos, priorizasse um em detrimento do outro. O governo Dilma buscava atrair mais empresas para participar do sistema aeroportuário, garantindo que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), como órgão regulador, tivesse mais parâmetros para atuar. Mais concorrência, menos concentração.

6. Eis um fato que desmascara as mentiras do senhor Antonio Palocci. A empresa Odebrecht, que ganhou a disputa junto com o grupo Changi, pagou R$ 19,018 bilhões pela outorga do Galeão. Sem dúvida, é a maior outorga paga por aeroportos no Brasil, o que afasta a acusação de beneficiamento indevido declarada por Palocci.

7. O quadro abaixo demonstra que a Odebrecht foi responsável pela maior outorga paga ao Governo para o direito de explorar apenas um dos seis aeroportos cujas concessões foram feitas pelo governo Dilma:

CONCESSÕES DE AEROPORTOS NO GOVERNO DILMA

São Gonçalo do Amarante, Natal (RN)

Grupo vencedor: Consórcio InfrAmerica – Infravix (50%) + Corporación America (50%)

Estimativa de investimentos: R$ 650 milhões

Outorga: R$ 170 milhões

Guarulhos

Grupo vencedor: Invepar (90%) + ACSA (10%)

Estimativa de investimentos: R$ 4,6 bilhões

Outorga: R$ 16,213 bilhões

Viracopos

Grupo vencedor: Consórcio Aeroportos Brasil – Triunfo (45%) + UTC (45%) + Egis (10%)

Estimativa de investimentos: R$ 8,7 bilhões

Outorga: R$ 3,821 bilhões

Brasília

Grupo vencedor: Consórcio InfrAmerica – Infravix (50%) + Corporación America (50%)

Estimativa de Investimentos: R$ 2,8 bilhões

Outorga: R$ 4,501 bilhões

Galeão

Grupo vencedor: Odebrecht (60%) + CHANGI (40%)

Estimativa de investimentos: R$ 5,65 bilhões

Outorga: R$ 19,018 bilhões

Confins

Grupo vencedor: CCR (75%) + Munich/Zurich (25%)

Estimativa de investimentos: R$ 3,5 bilhões

Outorga: R$ 1,1 bilhão

8. Eis os fatos. A ficção criada pelo senhor Antonio Palocci não se sustenta. A Odebrecht pagou 300% a mais pelo direito de explorar o aeroporto do Galeão. Nenhuma empresa desembolsou tanto. Que benefício ela obteria do governo Dilma Rousseff pagando a mais? Qual a lógica que sustenta o relato absurdo do ex-ministro?

9. A lógica que move o senhor Antonio Palocci é a mesma que acomete outros delatores presos por longos períodos. A colaboração implorada é o esforço de sobrevivência e a busca por liberdade. Isso não significa que se amparem em fatos e na verdade. É um recurso desesperado para se livrar da prisão. Em outros períodos da história do Brasil, os métodos de confissão eram mais cruéis, mas não menos invasivos e implacáveis.

ASSESSORIA DE IMPRENSA

DILMA ROUSSEFF"

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.