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Dilma se reunirá com cúpula do PMDB na 2ª em busca de reaproximação

Brasil|

Por Jeferson Ribeiro

BRASÍLIA (Reuters) - Pressionada a rever o papel do PMDB no governo, a presidente Dilma Rousseff se reunirá com a cúpula do partido na segunda-feira em jantar no Palácio da Alvorada, depois que peemedebistas abriram fogo contra o tratamento dispensado à legenda, disse à Reuters uma fonte do governo nesta quinta-feira.

Na visão dos peemedebistas, o partido só é chamado para apagar incêndios e nunca é envolvido nas decisões do governo.

Um encontro com Dilma para discutir a relação do maior partido da coalizão no Congresso foi cobrado pela cúpula peemedebista na última segunda, quando o vice-presidente Michel Temer chegou a dizer num jantar no Palácio do Jaburu que se não houvesse mudanças no tratamento ao PMDB, ele não teria como controlar a revolta dos correligionários no Congresso.

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Quando a reclamação de Temer, que preside o partido, veio a público, causou mal estar no Palácio do Planalto e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, telefonou para o vice pedindo que ele desmentisse a informação.

Um parlamentar petista e a fonte do governo disseram à Reuters, sob condição de anonimato, que Temer se recusou a desmentir e argumentou que o governo nunca desmentia as notícias de que ele não tinha o controle do partido e que não tinha acesso à Dilma.

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O jantar desta semana, no Jaburu, tinha por objetivo aproximar os ministros da área econômica da cúpula do PMDB e, com isso, facilitar a defesa das medidas de ajuste fiscal que estão sendo tomadas pelo governo.

Mas a presença de Mercadante contaminou o encontro, segundo os peemedebistas, e o tema principal passou a ser a relação política entre o Palácio do Planalto e o PMDB.

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Nessa reunião, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos peemedebistas mais fiéis ao governo, atacou a coalizão governista e disse que ela era "capenga" e que o partido era tratado com desprezo no governo.

A relação entre governo e PMDB sempre foi tensa, mas se deteriorou muito após a reeleição de Dilma, durante a montagem do novo ministério e com sinais claros de que o partido não seria integrado ao núcleo decisório da petista.

E piorou ainda mais na Câmara, depois que o PT lançou o deputado Arlindo Chinaglia (SP) para concorrer contra o peemedebista Eduardo Cunha (RJ) na disputa pela presidência da Casa. Cunha venceu a eleição e criticou a ingerência do Executivo em favor de Chinaglia.

Nesta quinta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com senadores peemedebistas e novamente ouviu uma saraivada de críticas contra o governo, a presidente, a articulação política e a falta de rumo da gestão petista, segundo relato do parlamentar petista.

"Eles foram muito duros. Deixaram claro que não aceitam mais a relação do jeito que está", afirmou esse parlamentar.

Segundo esse parlamentar, Lula reconheceu os problemas de articulação e disse que tentaria ajudar na construção dessa nova relação com o maior aliado.

A tensão entre Dilma e o PMDB ocorre num momento em que a presidente precisa da força do partido no Congresso para aprovar, entre outras propostas, duas medidas provisórias que endurecem o acesso a benefícios como seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte, apontadas como essenciais para fazer um forte ajuste fiscal nesse ano e que podem render uma economia de até 18 bilhões de reais aos cofres públicos.

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