Eduardo Cunha: "Não precisa nem ter agenda. Propostas boas para o país sempre terão nosso apoio"
Gustavo Lima/14.07.2015/Câmara dos DeputadosO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (12) que as propostas apresentadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chamadas de Agenda Brasil, são “jogo de espuma”.
— A Câmara está disposta a participar de qualquer coisa que seja para o bem do país. Tem de saber que tipo de conteúdo. Até agora, vimos apenas um jogo de espuma, sem conteúdo concreto e utilizando parte da espuma que já vem da própria Câmara.
Afirmou Cunha, após participar de almoço com o vice-presidente Michel Temer e representantes da bancada peemedebista da Casa.
Lula elogia 'Agenda Brasil' proposta por Renan
De acordo com Eduardo Cunha, algumas das propostas apresentadas foram de iniciativa da Câmara e já foram apreciadas na Casa.
— Não precisa nem ter agenda. Propostas boas para o país sempre terão nosso apoio, assim como gostaríamos que nossas propostas que estão tramitando e que também são boas para o país, como a terceirização, já tivessem sido tratadas. De nossa parte, não há problema de analisar qualquer agenda ou tema.
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Cunha voltou a explicar que o Congresso é bicameral.
— As duas casas têm de funcionar. Não dá para achar que vamos construir uma agenda única, que vamos votar e virar lei, porque não é assim que funciona. É preciso entender que não conseguimos costurar absolutamente nada se não envolvermos as duas casas.
O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, que integra a coordenação política do governo, destacou que o PMDB “tem de ter competência para construir uma pauta comum na Câmara e no Senado”.
— Estamos vivendo uma crise séria e cabe ao PMDB buscar ser o moderador, o estabilizador desse processo de crise [...] O vice-presidente Michel Temer disse que nosso desafio é construir uma agenda coincidente entre o que está sendo proposto pelo Senado e o que são aspirações da Câmara dos Deputados.
Agenda Brasil
A Agenda Brasil foi apresentada ontem (11), no plenário do Senado, pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ela prevê, entre outras medidas, a votação de 27 proposições legislativas que objetivam aumentar a confiança dos investidores na economia do país. O documento foi motivo de encontro na segunda-feira (10) entre Renan e líderes partidários com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, na residência da presidência do Senado.
Ao anunciar a Agenda Brasil, Renan informou que o Legislativo quer colaborar para o fim da crise.
— Não é uma colaboração do Senado Federal. É uma colaboração do Legislativo. Nós queremos ser vistos como facilitadores e não como sabotadores.
O senador lembrou que o sistema legislativo é bicameral e afirmou que “todas as sugestões serão bem recebidas”.
— Discutir o impeachment todos os dias não resolve a crise econômica — disse o senador, que defende "a separação das crises".
— O governo Dilma Rousseff não é o Brasil. O reducionismo é impróprio. O governo Dilma, como todos sabem, tem data para acabar e o Brasil vai continuar existindo.
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