Preso hoje após se entregar à polícia, Luiz Estevão pode não contar com a sorte de quando foi preso em 2001 pelo crime de desvio de dinheiro na construção do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em São Paulo. O ex-senador se entregou em Brasília para cumprir a sentença de 31 anos de prisão em 2006, mas consquistou o direito de aguardar o julgamento de recursos até hoje em liberdade.
Mesmo tendo sido condenado pelo desvio de quase R$ 1 bilhão em valores atualizados, há 15 anos, em março de 2001, o político passou por uma cena inusitada quando esteve preso na então carceragem da PF (Polícia Federal) no bairro de Higienópolis, em São Paulo.
Em uma manhã, durante o banho de sol do ex-senador no local, uma moradora do bairro, Ieda Bittencourt, saiu de seu prédio, em frente à carceragem, e foi em direção ao muro da instituição. Pediu uma escada emprestada a um fotógrafo e subiu no muro da carceragem para elogiar o político.
— Gato, estou torcendo por você! Pena que somos vizinhos nestas circunstâncias. Eu queria te dizer que você é muito mais bonito ao vivo do que pela televisão.
A responsável pela elegia era coreógrafa do programa Domingo Legal, apresentado por Gugu no SBT em 2001.
— Você é mais bonito ao vivo do que na TV. Nós somos vizinhos agora por força do destino. Pena que seja nessas circunstâncias. Mas estou com você.
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No momento do elogio, Ieda vestia um pequeno short jeans e um top vermelho. O senador, já cassado à época, sorriu e agradeceu.
Qual é o motivo da falta de sorte? Se Estevão for levado para a carceragem da PF (Polícia Federal) em São Paulo (o ex-senador se entregou em Brasília às 5h40 desta terça-feira), não ficará ao alcance dos olhos da multidão. O local onde os presos ficam no local não permite espiadas por cima do muro...