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Em discurso de posse, Henrique Alves critica interferência entre poderes

Novo presidente da Câmara foi eleito com os votos de 271 deputados

Brasil|Filippo Cecilio, do R7

Durou pouco mais de dez minutos o discurso de posse do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) como novo presidente da Câmara. Ainda assim, sobrou tempo para ele mandar recado aos poderes Executivo e Judiciário, criticando a interferência desses no funcionamento do Legislativo.

— Nunca se esqueçam, os outros poderes, com todo o respeito... Minha querida presidente Dilma [Rousseff], seu conjunto de ministros, o Judiciário ilustre... Todas as homenagens a um e a outro. Não faltará a eles o nosso respeito. . Mas eles não se esqueçam de que aqui nessa Casa só tem parlamentar abençoado pelo voto popular desse imenso Brasil.

O novo presidente disse ainda que o Legislativo é o poder “que representa o povo brasileiro na sua mais sincera legitimidade”.

Henrique Eduardo Alves venceu a eleição nesta segunda-feira (4) com 271 votos. Rose de Freitas (PMDB-ES) teve 47 votos, Júlio Delgado (PSB-MG) teve 165 votos e Chico Alencar (PSOL-RJ) 11 votos.

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O peemedebista vai substituir Marco Maia (PT-RS) e ficar à frente da Casa por dois anos. Com a eleição de Henrique Alves para a presidência da Câmara, o PMDB vai comandar as duas Casas do Legislativo. Na última sexta-feira (1º), por 56 votos e 18, os senadores elegeram Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado.

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Ele prometeu, durante seu mandato, “realizar os anseios e os sonhos do parlamento brasileiro”.

Não faltaram em seu discurso as homenagens às bancadas que o apoiaram, e a si próprio:

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— Chego aqui pela minha história, meu trabalho, coerência e compromisso pelo meu parlamento. Mas chego pelo respeito à regra democrática, no cumprimento rigoroso da palavra dos partidos e das bancadas que me apoiaram para chegar aqui e eleger o presidente da câmara que eles queriam.

O novo presidente disse que a Câmara dos Deputados é alvo de “julgamentos perversos” e críticas absurdas e descabidas.

Alves lembrou que é deputado há 42 anos, com 11 mandatos consecutivos. E que passou seis anos como líder do PMDB na Casa.

— Isso mostra minha lealdade ao partido e à palavra empenhada. O Brasil quer uma Casa palpitante. É isso que quero para esse parlamento. Vida. Fazer uma pauta propositiva. O parlamento não foi feito para ganhar tempo, ele foi tempo para debater, votar e decidir.

Presidência

Henrique Alves era o favorito para o cargo desde o início da campanha entre os deputados. Ele tinha o apoio do PT. Por acordo, cada partido presidiria a Câmara por dois anos.

Não é de hoje que Henrique Alves almeja o cargo de presidente da Câmara e tem propostas polêmicas no Congresso.

Ele defende, por exemplo, que os salários dos deputados sejam iguais aos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que hoje passa dos R$ 28 mil.

O deputado também já declarou que a Câmara não pode abrir mão da prerrogativa de ter a palavra final sobre a cassação do mandato de deputados condenados no mensalão.

Denúncias

Henrique Alves enfrentou uma série de denúncias nas últimas semanas. Uma empresa de um assessor seu recebeu recursos por meio de emendas parlamentares indicadas por ele. A sede da empresa não tinha fachada e era vigiada por um bode.

Na semana passada, Henrique Alves também passou a ser investigado pelo MPF (Ministério Público Federal) por repassar R$ 357 mil para duas empresas de aluguel de veículo suspeitas. Ele nega irregularidades em todos os casos.

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