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Em gravação, Kennedy cogitou intervir contra Jango

Em conversa, ex-presidente dos Estados Unidos fala em intervenção militar 

Brasil|

Conversa foi revelada nesta semana
Conversa foi revelada nesta semana Conversa foi revelada nesta semana

Uma gravação feita 46 dias antes do assassinato de John Kennedy, em outubro de 1963, mostra que o então presidente americano cogitava se seria adequado uma "intervenção militar" no Brasil, que para os Estados Unidos vivia o risco de se tornar "uma nova Cuba". Pouco mais de cinco meses após a conversa de JFK com o embaixador americano no País, Lincoln Gordon, o então presidente João Goulart foi deposto por um golpe militar apoiado pelos EUA.

A conversa foi revelada na segunda-feira (6), pelo jornalista Elio Gaspari no site Arquivos da Ditadura, que marca o relançamento de quatro obras sobre o regime militar pela Editora Intrínseca — as séries As Ilusões Armadas, com dois volumes, e O Sacerdote e o Feiticeiro, com dois livros publicados e um terceiro em produção. O próximo 31 de março marca os 50 anos da deposição de Jango e início do regime militar, encerrado em 1985.

Na gravação, Kennedy interrompe Gordon durante uma reunião na Casa Branca e pergunta ao embaixador: "Você vê a situação indo para onde deveria, acha aconselhável que façamos uma intervenção militar?". Em seguida, o embaixador responde: "Bem, essa é a outra categoria, que eu chamo de Contingência Perigosa Possivelmente Requerendo uma Ação Rápida. Esse é o principal problema".

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O sistema de gravação instalado por Kennedy começou a operar em 1962, coincidentemente em uma conversa entre Kennedy e Gordon. O embaixador relatava com frequência a situação política no Brasil. Os EUA temiam que Jango pudesse se transformar em um "ditador populista", como mostram gravações exibidas no filme O Dia que Durou 21 Anos, recém-lançado em DVD e Blu-Ray.

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Em um dos diálogos do filme, obtidos na mesma Biblioteca Kennedy em que Gaspari encontrou a declaração de JFK divulgada ontem, Gordon começa a dizer que Jango estaria "entregando o maldito País aos..." quando é interrompido pelo presidente: "Aos comunistas".

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Em tempos de Guerra Fria, os americanos não queriam "uma nova Cuba" na América Latina. Tanto que os EUA de fato forneceram apoio logístico aos militares que conspiraram contra Jango. O sucessor de Kennedy, Lyndon Johnson, autorizou o envio de navios da Marinha americana para próximo da costa brasileira.

Como Jango não resistiu ao golpe, as embarcações da Operação Brother Sam, revelada pelo jornalista Marcos Sá Corrêa em 1976, não chegaram a atuar em mares brasileiros. 

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