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Em meio à rejeição, Renan Calheiros luta para reduzir gastos no Senado e mudar a própria imagem

Em 2013, Casa enxugou R$ 150,9 mi dos R$ 300 mi prometidos pelo senador após a posse até 2015

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília

Calheiros tenta mudar imagem com discurso de corte de gastos
Calheiros tenta mudar imagem com discurso de corte de gastos Calheiros tenta mudar imagem com discurso de corte de gastos

Desde que tomou posse como presidente do Senado em fevereiro, Renan Calheiros (PMDB-AL) é um dos alvos preferidos de protestos e manifestações nas ruas do País. Para tentar recuperar a imagem, Calheiros adotou o discurso da redução de gastos públicos no Legislativo.

A estratégia é criar uma marca positiva durante seu mandato no comando do Congresso para contrapor os escândalos de corrupção que envolvem seu nome.

Para isso, logo no primeiro mês de sua administração, o senador prometeu cortar quase R$ 300 milhões em gastos do Senado até em 2015.

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Para este ano, a meta é reduzir R$ 131 milhões. Pelas contas do Senado, esse valor já foi ultrapassado. Por meio das medidas adotadas para cortar as despesas, a Casa enxugou R$ 150,9 milhões em gastos até agosto — quase R$ 20 milhões além do previsto.

De acordo com o cientista político da UFF (Universidade Federal Fluminense) Cláudio Gurgel, a superação da meta revela que há muita “gordura” na estrutura do Senado. Segundo ele, os números também indicam a real intenção de Renan Calheiros.

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— Isso naturalmente demonstra que há uma margem, uma gordura que permitiria até outras reduções. Vai-se além da meta em uma operação tipicamente de marketing político. E, para fazer isso, é necessário que haja margem, do contrário não seria possível ir além da meta.

Ao anunciar as medida de corte de custos, Renan Calheiros fez um discurso moralizador. Segundo ele, o objetivo é evitar o desperdício de dinheiro público.

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— O que aprovamos é um conjunto de medidas visando a racionalização administrativa [...] e o fim das redundâncias e dos desperdícios.

Passado polêmico

Essa não é a primeira vez que Renan Calheiros ocupa a cadeira da presidência do Senado. O senador alagoano ocupou o mesmo cargo em 2007 e, depois de enfrentar uma crise iniciada com denúncias de que suas contas pessoais eram pagas com dinheiro de propina de lobistas, renunciou à presidência.

Na época, vieram à tona acusações de que a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha, recebia pensão de R$ 16,5 mil do senador. Com o salário de R$ 12,7 mil, Renan Calheiros alegou que a despesa era paga com dinheiro de sua renda complementar, obtida por meio de negociações agropecuárias.

O senador apresentou notas fiscais para comprovar vendas de cabeças de gado e justificar seus rendimentos, negando qualquer tipo de envolvimento com lobistas. No entanto, o MPF (Ministério Público Federal) apresentou denúncia, alegando que as notas eram falsas.

Renan Calheiros passou os últimos anos trabalhando nos bastidores para garantir sua volta à presidência do Senado. Mesmo sem ter conseguido esclarecer as denúncias, ele teve o apoio da maioria dos senadores e venceu as eleições, em fevereiro deste ano. Dos 78 senadores presentes no dia da votação, 56 escolheram Renan Calheiros.

Protestos

A população deixou claro o descontentamento com a escolha dos senadores e a rejeição a Calheiros. Foram feitas várias petições online, com assinaturas de mais de um milhão de brasileiros, pedindo o impeachment do parlamentar.

No dia da posse como presidente, o site do senador chegou a ser foi removido do ar por hackers. A ação foi em protesto contra a resistência de Renan Calheiros às manifestações e a decisão de se manter presidente do Senado.

A pressão popular também ficou evidente nos protestos que tomaram conta das ruas do País em junho. Calheiros era sempre alvo dos manifestantes, que não se cansaram de pedir a saída do parlamentar da Presidência do Senado.

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