Russomanno é líder nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura
Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão ConteúdoO candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, deputado federal Celso Russomanno (SP), disse nesta sexta-feira (29) que já devolveu aos cofres públicos o equivalente a R$ 1 milhão em verbas de gabinete não utilizadas durante seus cinco mandatos na Câmara.
— Já devolvi de verba de gabinete, que eu não uso. Mais de R$ 1 milhão [de volta aos cofres públicos].
Russomanno defendeu também sua principal bandeira, a defesa do consumidor, e lembrou que indicou o deputado que conduziria, no início, o processo sobre a quebra de decoro parlamentar do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em sabatina da Folha de S.Paulo, do UOL e do SBT, Russomanno explicou o funcionamento da sua ONG, o Inadec (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor), que, nas palavras dele, "existe para ações coletivas" e "atende gratuitamente as pessoas".
Datafolha indica Russomanno na liderança na corrida eleitoral
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Líder nas pesquisas eleitorais para a prefeitura paulsitana, o deputado federal defendeu a cassação do mandato do colega de Casa e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e lembrou que quem escolheu o primeiro relator do processo contra Cunha foi ele.
— Quem indicou o [Fausto] Pinato [primeiro relator do processo de cassação] fui eu, que fez o relatório contra o Eduardo Cunha. Se existem indícios, faça o que deve ser feito. Meu voto é pela cassação. [...]
Russomanno disse também que costuma fazer "campanhas humildes", uma crítica ao volume de recursos usados por Fernando Haddad (PT) nas últimas eleições municipais, há quatro anos.
— Na eleição de 2012, eu gastei R$ 6,9 milhões. O atual prefeito gastou R$ 66 milhões. As minhas campanhas são humildes [...] Estamos acostumados a fazer campanhas baratas. A previsão deste ano depende do que vamos conseguir arrecadar.
Transportes
Sobre o preço da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo, Russomanno disse que, em 2012, fez uma proposta para "promover a economia nas periferias" e evitar o deslocamento diário em massa para o centro da cidade. O candidato detalhou sua proposta para o preço da passagem.
— As periferias são bairros dormitórios, é preciso incentivar que as empresas se instalem nesses bairros, então a intenção é promover a mobilidade urbana. Como a gente faz isso numa cidade em que todo mundo converge para o centro todos os dias? Eu disse [em 2012] que quem estivesse nos bairros e quisesse vir para o centro fora do horário de pico, iria pagar uma tarifa menor.
Russomanno citou Tóquio, no Japão, onde a tarifa "funciona de acordo com o percurso que você usa e a cidade é descentralizada". Sobre o preço da passagem, disse que em 2012 defendeu uma redução proporcional da passagem: "Eu disse que a tarifa maior seria R$ 3. A maior de todas. Tenho vídeo gravado que mostra que proporcional para menos, sim, para mais, não."
O candidato do PRB afirmou ainda que, pela lei, radar e lombada só pode ser instalado em local de risco de acidente: "A prefeitura não faz isso".
— Não existe educação no trânsito, o que existe é arrecadação.
Velocidade das marginais
Crítico da política de mobilidade urbana de Haddad, o deputado federal prometeu rever as velocidades praticadas nas marginais Pinheiros e Tietê, atualmente fixadas em 50 km/h (local) e 70km/h (expressa).
— Eu pergunto: qual foi o intuito da redução da velocidade. Eles alegavam atropelamentos e acidentes. Quem é que sai e atravessa as pistas? O que existe são ambulantes na marginal. Existe risco para essas pessoas. [...] Existe uma indústria, inclusive os agentes da CET têm apanhado na rua, são vítimas de agressão. [...] Na nossa gestão, os camelôs não estarão nas vias, os veículos de baixa cilindrada estarão nas marginais e as velocidades voltarão ao que eram.
Privatizações
Sobre a proposta de privatização do Anhembi, do autódromo de Interlagos e dos corredores de ônibus, ideia defendida pelo candidato do PSDB à prefeitura paulistana, Russomanno criticou a proposta.
— Faltam espaços públicos e de lazer na cidade de SP. Falando de interlagos, por exemplo, você está na zona sul, perto da periferia, espaço que deveria ser usado como espaço de lazer e nunca foi feito. [...] A prefeitura vai administrar. Sou contrário privatizar porque você vai repassar à iniciativa privada. [...] Com relação aos corredores, isso é tarefa do poder público.
Ciclovias
O candidato do PRB também disse que vai revisar a política de instalação das ciclovias em São Paulo. Ciclista declarado, Russomanno disse ter "bicicletas espalhadas, são mais ou menos 20 bicicletas". Segundo ele, não são todas dele, "são da minha família. Tenho no litoral, tenho em Campos do Jordão, tenho no Rio Grande do Sul".
— A cidade foi riscada, são dados da própria CET, tem uma superintendente e dois funcionários. Ela [a superintendente] vai riscando a cidade e não foi feito estudo. [...] Atrapalhamos mais a vida da cidade do que existia lá atrás. [...] O paulistano aprendeu a pedalar no fim de semana, mas vai ao trabalho de bicicleta? Não.