O cartunista Maurício de Sousa participou de uma audiência
pública na Câmara dos Deputado nesta semana para discutir a
proibição da publicidade infantil. A proposta é do deputado Marcelo Matos
(PDT-RJ) e tem como objetivo vetar as propagandas entre 7h e 22h. Dias antes de
ir à Câmara, o criador da Turma da Mônica recebeu inúmeras criticas por
defender esse tipo de propaganda em uma rede social. Entenda nas imagens a seguir
Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
No último dia 11, Maurício de Sousa compartilhou a imagem
acima em seu perfil no Instagram, para se posicionar a favor da publicidade
infantil, e acabou gerando polêmica na rede. Após ser alvo dos comentários dos
seguidores, que criticaram o uso da imagem da criança na publicação, o
cartunista acabou excluindo o post
Reprodução/Instagram
Em sua página no Facebook, o cartunista explicou a situação, dizendo que valoriza a voz das crianças e que acabou compartilhando a imagem por
impulso. Ele ainda escreveu que sempre trabalhou para o público infantil e que
sua marca faz publicidade dos produtos, mas sempre de maneira responsável e
criteriosa, sem deixar de se preocupar com o respeito à criança
Reprodução/Facebook
Nesta terça-feira (15), o cartunista se emocionou ao falar durante audiência pública na Câmara e defender que o mais importante é que todos estejam preocupados com o bem-estar das crianças. Mauricio de Sousa defende que a regra básica é cuidar do público infantil mesmo usando publicidade
Reprodução/Instagram
O cartunista garantiu ter preocupação com a qualidade do que é anunciado e vendido.
— Em nossos estúdios, quando criamos alguma coisa, nós
perguntamos: você daria esse produto para uso de seu filho? Isso é norma, é
portaria nossa
Reprodução/Facebook
Durante a audiência pública, defensores do projeto explicaram
por que são contra as propagandas voltadas para o público infantil: um dos
principais argumentos é de que esse tipo de publicidade precisa de
regulamentação, para não incentivar o consumismo em crianças e adolescentes
Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Pedro Afonso Hartung, advogado do Instituto Alana, se posicionou a favor da proibição, alegando que crianças não são capazes de diferenciar
desenhos infantis e propaganda.
— A criança até os oito anos não faz a distinção do conteúdo
de publicidade e do conteúdo do desenho animado. A publicidade infantil é
abusiva, pois se utiliza da falta de experiência e de julgamento da criança
para vender um produto ou comprar determinado alimento
Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
O subprocurador-geral da
República José Elaeres Marques Teixeira também participou da audiência e defendeu que a proibição não vai solucionar
o problema. Para ele, a melhor saída seria regulamentar a publicidade infantil
Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Para o vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia,
Rogério de Oliveira, a utilização de personagens infantis deve ser proibida nas
propagandas, assim como a concessão de brindes e prêmios associada ao consumo
de produtos
Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Edney Narchi, vice-presidente do CONAR (Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária), garantiu, na reunião, que a entidade já possui
procedimentos suficientes para evitar que as propagandas infantis sejam
abusivas e foi mais um que se manifestou contra a proibição