-
De volta ao seu posto no Senado, a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) vem se notabilizando como a principal defensora do governo Dilma Rousseff neste ano. Na tribuna, em entrevistas ou em seus perfis nas redes sociais, a pré-candidata ao governo do Paraná não deixa passar batido nenhuma crítica à gestão da presidente; veja algumas delas na imagens seguintes
Ed Ferreira/AE
-
A última vítima do arsenal de Gleisi foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Respondendo a um artigo escrito por FHC, a senadora disse que o tucano "achincalha o Congresso" e que está fora de sua razão. Em outras palavras, FHC teria enlouquecido
Fábio Guimarães/17.12.2012/Estadão Conteúdo
-
Retrucando uma crítica de FHC ao governo de coalizão formado pelo PT, a senadora disparou:
— Nem parece que [ele] passou oito anos no comando do Executivo sem dizer "a" ou "b" sobre reforma política. E que governou com um sistema de base parlamentar tão ampla que alterou a Constituição Federal para garantir sua reeleição.Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
-
Essa não foi a primeira vez em que Gleisi levou FHC ao ringue neste ano. Em cerimônia de comemoração dos 20 anos do Plano Real organizada pelo PSDB em fevereiro, Fernando Henrique disse ter procurado Lula para pedir apoio à instalação do plano, o que teria sido negado pelo petista. O troco da ex-ministra veio de imediato:
— Não cabe à oposição, ou não cabe à situação, a um governo, solicitar apoio à oposição para os seus planos, para os seus projetos, para as suas ações. O maior apoio que o presidente Lula e que o PT poderiam dar ao Real foi dado por eles nove anos depois, quando assumiram este País, reafirmando os pressupostos da estabilidade macroeconômica. Lula assumiu o País em condições adversas. Coube àquela oposição, ao presidente Lula, ao PT, reconduzi-lo e garantir a estabilidade macroeconômica brasileiraFabio Rodrigues/ABr
-
Outro tucano que não escapou da mira de Gleisi foi o senador e pré-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG). Recentemente Gleisi atacou um projeto de lei de iniciativa do pré-candidato do PSDB que pretende transformar o Bolsa Família em um programa de Estado.
— Não fizemos nenhum discurso para tentar se apropriar do plano; tão somente fizemos o que tinha de ser feito.Dida Sampaio/11.04.2013/Estadão Conteúdo
-
Em pronunciamento na tribuna do Senado, a senadora disse que erram duplamente os líderes do PSDB quando tentam negar a contribuição fundamental dos governos do PT para a estabilidade econômica e social do País e quando ignoram que a paternidade do Plano Real pertence ao ex-presidente Itamar Franco o chefe do Executivo que bancou a criação da nova moeda para reduzir a inflação
Dida Sampaio/27.12.2013/Estadão Conteúdo
-
Gleisi também já disparou contra o presidente do STF (ministro Joaquim Barbosa), dizendo que ele levanta "ilações" sobre o processo de indicação dos ministros da corte.
— Ele abre mão da argumentação jurídica e técnica para insinuar que o processo de escolha careça de seriedade e responsabilidade. Estaria sua indicação também sujeita à suspeiçãoFellipe Sampaio/19.02.2014/STF
-
Ao se colocar contra a decisão da maioria do STF de rever a condenação de réus do mensalão por formação de quadrilha, Barbosa disse que o tribunal vivia uma "tarde triste" por reverter uma decisão por meio de uma "uma maioria de circunstância, formada sob medida para lançar por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012"
Nelson Jr./SCO/STF
-
Outro provável adversário de Dilma nas eleições de outubro, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também já foi alvo da atenção da ex-ministra da Casa Civil. Quando ainda ocupava o posto na Esplanada dos Ministérios, Gleisi rebateu críticas feitas pelo governador ações do governo contra desastres causados pelas chuvas no Espírito Santo no final do ano passado
Clayton de Souza/Estadão Conteúdo
-
Pelo Facebook, Campos disse que "foi preciso que uma tragédia se abatesse" para que o governo publicasse medida provisória que agiliza repasse de recursos para estados e municípios atingidos, e que, segundo ele, estava pronta desde de 2012. No mesmo dia, Gleisi se referiu, em sua conta no Twitter, às críticas como "oportunismo político".
"Lamentável o oportunismo político do gov Eduardo Campos em usar momentos de desgraça para tentar se promover; Tudo que foi proposto pelo Ministério da Integração para agilizar socorro, reconstrução e prevenção a desastres naturais foi encaminhado", escreveu elaAgência Brasil
-
Além desse caso, em seu primeiro discurso no Senado depois de deixar a Casa Civil, a ex-ministra fez duas críticas a Campos e o chamou de oportunista e ingrato. Gleisi disse que Campos, ex-aliado da presidente Dilma Rousseff, critica alianças políticas firmadas pelo Palácio do Planalto, mas adota a mesma conduta.
— É legítimo e democrático que uma pessoa pleiteie ser candidata e que tenha divergências, inclusive com o grupo ao qual pertenceu durante um tempo. O que é lamentável é quando essa candidatura é lançada e carece de propósito, de conteúdo e de uma causa e baseia-se praticamente em situações e manifestações de hipocrisia, de oportunismo e de ingratidão.
Gleisi citou como exemplo o Paraná, onde o PSB de Campos tem alianças com o PSDB e o DEM, mas no Amapá e Espírito Santo se une ao PTPedro França/27.02.2014/Agência Senado
-
A ex-ministra disse que o "sucesso" do governador em Pernambuco é consequência do apoio financeiro da União ao seu Estado.
— É uma manifestação de ingratidão, porque grande parte do sucesso político do governador se deve ao apoio e ao prestígio emprestados pelo ex-presidente Lula e pela presidenta Dilma a sua pessoa.
Gleisi disse ainda que a candidatura de Campos se baseia no tripé de "manifestações de hipocrisia, manifestações que não condizem com a realidade e que não estão de acordo com aquilo tudo de que o governador participou durante esse tempo"Reprodução / Twitter