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"Lá vem o Bandeirão!". "O MD-11 já chegou?". "Inverteram a cabeceira agora".
Se você entendeu essas frases (ou pelo menos alguma delas), você está mais por dentro da cultura aeronáutica do que este repórter quando foi passar um fim de semana como spotter. A convite da equipe do site AeroIn, o R7 viajou para dois aeroportos para conhecer mais sobre esse hobby (mas levado muito a sério, acreditem!). Entenda mais sobre o que é ser um spotter nas imagens a seguir
Arte R7
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Algumas pessoas consideram a aviação um hobby. Outras têm a fotografia como opção para as horas de lazer. O spotter reúne as duas coisas em uma: fotografar aviões. É assim que dá para resumir o que faz um spotter, mas de maneira bem simples
Alexandre Saconi/R7
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O spotter é um apaixonado por aviação. Muitos fazem de tudo para conseguir registrar sua aeronave favorita, seja decolando, pousando, ou nos pátios dos aeroportos pelo mundo
Alexandre Saconi/R7
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O Dia AeroIn 2015 ocorreu no fim de semana dos dias 6 e 7 de junho. A convite dos editores da revista eletrônica que tem o mesmo nome do evento, Carlos Roman e Luis Neves, o R7 viajou por dois dos maiores aeroportos do País: Viracopos (Campinas) e Cumbica (Guarulhos)
Alexandre Saconi/R7
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Em Guarulhos, o evento contou com o apoio da Aeronáutica por meio da Basp (Base Aérea de São Paulo), onde os amantes da fotografia aérea puderam se encontrar com uma visão privilegiada, bem de frente para a pista e todo o aeroporto de Cumbica. Ao todo, participaram 227 pessoas neste dia
Alexandre Saconi/R7
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Em Campinas, a Aeroportos Brasil — Viracopos, empresa que administra o aeroporto, ofereceu apoio às equipes para que os fotógrafos e suas famílias pudessem ter acesso a uma área remota, próxima à cabeceira da pista. Tudo, porém, com muita segurança e cumprindo todas as normas de segurança aeronáutica. No domingo (7), participaram 220 spotters
Divulgação/AeroIn
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Foram mais de 400 pessoas nos dois dias de evento. Muitos dos spotters foram com suas famílias para o evento
Alexandre Saconi/R7
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Ao todo, 446 pessoas se inscreveram para o evento. Participaram spotters de cinco países, além do Brasil: Argentina, Espanha, Paraguai, Reino Unido e Uruguai. No Brasil, foram representados 17 Estados e mais de 70 cidades, segundo os organizadores
Alexandre Saconi/R7
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Entre as operações de pousos e decolagens, foi possível acompanhar 141 operações em Viracopos e 423 em Guarulhos
Alexandre Saconi/R7
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Cerca de 20% dos participantes são do sexo feminino, e a idade da maioria dos spotters participantes do Dia AeroIn 2015 gira em torno de 18 e 35 anos
Alexandre Saconi/R7
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Sobre as frases de que falei lá no começo da galeria, com o passar dos dois dias entendi. Bandeirão é um avião com a pintura temática em alusão à bandeira do Brasil
Alexandre Saconi/R7
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O MD-11 é uma aeronave cargueira. Com grande porte e três turbinas bem potentes, foi o xodó dos fotógrafos
Alexandre Saconi/R7
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O MD-11 foi a aeronave que mais empolgou os spotters. Esse avião estava em Campinas, realizando uma carga, e não transportando passageiros
Alexandre Saconi/R7
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Alguns dos fotógrafos ao meu lado gritavam "Que avião lindo!" para o MD-11
Alexandre Saconi/R7
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Depois da foto, aquela conferida para ver se deu para registrar tudo direitinho
Alexandre Saconi/R7
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O MD-11 possui três turbinas bem potentes
Alexandre Saconi/R7
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Realmente, o som de suas turbinas foi bem mais forte que o das outras aeronaves, e deu para sentir na hora em que ele passou por nós
Alexandre Saconi/R7
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Em alguns momentos, me senti em meio a colecionadores de figurinhas em busca daquela que falta para completar o álbum
Alexandre Saconi/R7
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Algumas companhias aéreas pousavam com mais frequência, e com o mesmo modelo de aeronave
Alexandre Saconi/R7
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Os Boeings e os Airbus (A-320 e A-319) eram os mais frequentes
Alexandre Saconi/R7
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Alguns dos spotters ficavam de olho às vezes nas pinturas das aeronaves
Alexandre Saconi/R7
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Esta aqui, por exemplo, é toda rosa, em alusão ao combate ao câncer de mama
Alexandre Saconi/R7
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Já esta outra possui uma pintura que remete a uma obra de arte moderna
Alexandre Saconi/R7
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Nos dois dias, os organizadores coletaram brinquedos para o Profesp (Projeto Forças no Esporte)
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O projeto existe em todas as Forças Armadas, e atende a jovens das regiões das instalações militares
Divulgação/AeroIn
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Na Basp, um dos principais responsáveis pelo projeto é o sargento França, formado em educação física. É ele quem leva e traz os garotos e desenvolve as atividades físicas e de alimentação, o rancho, com os jovens
Alexandre Saconi/R7
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Foram arrecadados muito mais do que 300 brinquedos, que serão distribuídos aos garotos do Profesp
Alexandre Saconi/R7
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Na Base Aérea de São Paulo, o major Olympio recebeu aos amantes da fotografia e da aviação
Alexandre Saconi/R7
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Na foto acima estão, da esquerda para a direita, o sargento Queiroz, o major Olympio, Luis Neves e Carlos Roman
Alexandre Saconi/R7
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Em entrevista no sábado (6), Olympio destacou a participação da aeronáutica em ceder o espaço aos amantes da fotografia para que o evento fosse realizado
Alexandre Saconi/R7
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"A Aeronáutica participa na divulgação da aviação e incentivando um maior conhecimento da área por parte dos entusiastas da área", disse o major sobre o incentivo à cultura aeronáutica em todo o Brasil
Alexandre Saconi/R7
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Os dois organizadores do evento se conheceram, como não poderia deixar de ser, em um aeroporto. Em Congonhas (SP), mais precisamente
Alexandre Saconi/R7
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Ambos cresceram e mantiveram contato e paixão pela aviação
Alexandre Saconi/R7
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Há sete anos, ambos criaram o site AeroIn.net, para a divulgação da cultura aeronáutica em todo o País
Alexandre Saconi/R7
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Segundo os dois organizadores, o dia dedicado ao "spottismo" não é apenas para as pessoas especializadas em fotografia de aeronaves. "Tem a família. Vamos receber pessoas que tiram fotos com celulares, com câmeras mais simples, com câmeras mais modernas. Pessoas que apenas observam aeronaves"
Alexandre Saconi/R7
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"Para nós é importante manter aquela tradição de vir ao aeroporto, deixar seus familiares quando iam viajar e ficavam do terraço vendo a partida deles. E hoje nós sentimos falta disso nos aeroportos", destacam
Alexandre Saconi/R7
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"Este encontro, que realizamos em Viracopos e na Base Aérea de São Paulo, é para resgatar um pouco desta identidade que se foi perdida nos aeroportos do Brasil"
Alexandre Saconi/R7
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Neves e Roman destacam que aproveitaram a ideia do evento para apoiar o Profesp, dando um fundo social ao Dia AeroIn
Alexandre Saconi/R7
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Os spotters levaram diversos brinquedos, inclusive em Campinas
Alexandre Saconi/R7
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Nos dois dias pude perceber a diferença nas pinturas das aeronaves
Alexandre Saconi/R7
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Sempre era advertido pelos participantes de detalhes que pareciam simples em linhas gerais, mas eram carregados de significado
Alexandre Saconi/R7
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No avião da companhia aérea Ethiopian, da Etiópia, havia três faixas na cauda, que remetem à bandeira do País
Alexandre Saconi/R7
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Já a cauda do avião da Qatar Airways trazia o desenho do logo da empresa
Alexandre Saconi/R7
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Na Basp, era possível ver um exemplar do AT-26, o Xavante. Esse modelo já não voa mais pela FAB (Força Aérea Brasileira)
Alexandre Saconi/R7
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O P-47 também estava disponível para quem quisesse conferir essa outra máquina de guerra
Alexandre Saconi/R7
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Quando fui conversar com os spotters, tive várias surpresas. Entre elas, a de Gianfranco Beting
Alexandre Saconi/R7
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Beting estava ali por dois motivos: é o diretor de comunicação, marca e
produto da Azul Linhas Aéreas e também é spotter há mais de 30 anos
Alexandre Saconi/R7
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A empresa apoiou o evento nos dois dias, lembrou Beting. "Em primeiro lugar, a gente acredita que é muito importante fomentar a paixão pela aviação. Atrair talentos e reter talentos é um dos desafios da indústria da aviação comercial. Não só no Brasil, como no mundo todo. E, promover uma atuação mais junta ao pessoal da AeroIn foi uma das maneiras que a Azul encontrou para estar mais perto dessa comunidade que é uma comunidade de entusiastas e de pessoas que propagam o amor o conhecimento e a cultura que gira em torno da aviação"
Alexandre Saconi/R7
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E olha só ele no meio do pessoal durante a foto oficial em Viracopos
Divulgação/AeroIn
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Giancarlo relembra que é spotter há mais de 30 anos, quando ia no mesmo aeroporto de Viracopos. "Eu passei minha adolescência inteira vindo para esse aeroporto aqui, de Campinas. Acho que devo ter vindo para esse aeroporto mais de 500 vezes. Tenho mais de 580 mil fotos. É uma paixão levada muito a sério. Tenho oito livros publicados com fotos. É quase que um trabalho paralelo", diz
Alexandre Saconi/R7
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Os filhos de Beting também costuma acompanhar o pai no "spotting"
Alexandre Saconi/R7
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Essa já é a segunda vez que a Aeroportos do Brasil – Viracopos. E o número cresceu significativamente entre as duas edições
Alexandre Saconi/R7
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Um dos casos mais engraçados aconteceu com Benito Latore, spotter nas horas vagas
Alexandre Saconi/R7
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Uma vez, ele havia se posicionado próximo à cabeceira do aeroporto, mas não poderia bater foto. Na hora que o avião se aproximou, ele sacou a câmera e fez o registro...
Alexandre Saconi/R7
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Nessa hora, diversos seguranças do aeroporto começaram a correr atrás dele, relatou Benito
Alexandre Saconi/R7
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O que ele não previa, é que iria pisar e cair em uma poça de lama até a cintura
Alexandre Saconi/R7
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Mesmo com toda a correria, ele ainda conseguiu levar o registro da aeronave que tanto queria
Alexandre Saconi/R7
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"A gente quer ver os aviões como a gente via nos anos 90. E acabou tudo. Hoje é tudo atrás de vidro. O vidro de alguns aeroportos são sujos...", diz Latorre
Alexandre Saconi/R7
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"O pessoal acha que a gente está lá para fotografar coisa errada, e não tá! A gente está lá para fotografar avião e é isso que a gente quer", diz Benito
Alexandre Saconi/R7
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O spotter lembra do terraço de Congonhas, onde era comum fazer essas fotos
Reprodução/Facebook São Paulo de todos os tempos
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Lá, as pessoas, desde muitas décadas atrás, ficavam observando aviões pousarem e decolarem
Reprodução/Facebook São Paulo de todos os tempos
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Na música Aeroporto de Congonhas, o grupo Joelho de Porco faz uma alusão a este passatempo antigo das famílias paulistanas
Reprodução/Facebook São Paulo de todos os tempos
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No trecho da música, o grupo fala do hábito das famílias:
"No aeroporto de Congonhas
Passa todos os domingos
Só pra ver avião descendo
Só pra ver avião subindo"
Reprodução/Facebook São Paulo de todos os tempos
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Latorre ainda lembra que havia muito destaque para a cultura aeronáutica
Reprodução/Facebook São Paulo de todos os tempos
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Um dos exemplos é o convite acima, feito para a população conhecer o Caravelle, um dos modelos de avião da Air France, da década de 50. Desde 2004 essa aeronave não voa mais
Reprodução/Facebook São Paulo de todos os tempos
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Logo de manhã, quando chegamos em Viracopos, dava para ver três balões sobrevoando próximos à pista de pouso e decolagem
Alexandre Saconi/R7
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Este daqui quase passou por cima da pista. Vale lembrar que soltar balão é crime! Além de tudo, põe em risco toda a operação aérea
Alexandre Saconi/R7
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O balão também soltava fogos de artifício bem na hora em que passávamos por lá. Imaginem se uma turbina suga um deles?
Alexandre Saconi/R7
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Em Guarulhos, os aviões da aviação executiva paravam em um hangar bem ao lado de onde estávamos
Alexandre Saconi/R7
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Nesta hora, os pilotos reconheciam os fotógrafos e acenavam
Alexandre Saconi/R7
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Nesta foto dá para ver o reverso, mecanismo que desacelera a aeronave, aberto
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Mas, logo em seguida, ele é fechado
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Em Guarulhos, ficamos até anoitecer
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E não foram
só aeronaves de grande porte que pousaram nestes dois dias
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O ponto que foi usado para fotografar, a Basp, fica do lado oposto aos terminais do Aeroporto de Guarulhos
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Quando anoitece, é possível ver as luzes da pista se acendendo
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Olha só o monomotor chegando
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O MD-11 fica gigante em comparação com as demais aeronaves de passageiros
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Agora é a vez do bimotor
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Nessa tabela é possível ver uma comparação do tamanho entre alguns dos aviões fotografados
Reprodução/Facebook São Paulo de todos os tempos
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Ao escutar o menor barulho de uma turbina, todos já apontavam suas câmeras na direção certa
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Muitos dos participantes acompanhavam os pouso e decolagens por aplicativos para celular
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Outros participantes possuíam um rádio de escuta aeronáutica, e informavam aos demais onde as aeronaves estavam e quando iriam pousar
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Uma equipe de uma filiada à rede Record na região de Campinas foi cobrir o evento
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Quando uma aeronave pousava, outra já levantava voo em Guarulhos
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Na hora em que os aviões pousam, o contato com o solo faz a borracha dos pneus soltarem fumaça
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Tudo isso, porém, é controlado
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O ciclo de vida de um pneu não passa de poucas centenas de pousos, já que o desgaste é grande
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Embora a cor branca seja predominante, haviam aeronaves de todas as cores
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O por do sol marca o início do acendimento das luzes em Guarulhos
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Diversas aeronaves vinham de outros países
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O jogo de luzes passa uma visão inspiradora em Cumbica
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Mesmo à noite, a movimentação não para no pátio de manobras
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As torres de controle, como essa de Viracopos, ficam em locais bem altos, para permitir que seja possível observar todo o aeroporto de cima
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De vez em quando, nem tudo ocorre como planejado. É o caso dessa aeronave, que teve de arremeter para pousar logo em seguida
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As aeronaves ficaram bem perto (mas dentro do limite de segurança!) dos spotters. Isso só foi possível com o apoio da Basp em Guarulhos e da administração do aeroporto de Viracopos no 2º VCP Spotter Day
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Aviões de todos os portes chegavam a todo momento
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Toda hora em que os aviões se aproximavam, o som dos cliques das máquinas não parava
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Foi possível até mesmo observar um Super Tucano (A-29) da Aeronáutica durante uma breve pausa em Viracopos
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Este caça brasileiro a quase 600 km/h e leva até dois tripulantes
Alexandre Saconi/R7
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O evento teve mais de 1 milhão de fotos registradas, segundo as estimavas dos organizadores
Saldo final:
O repórter, que não é fotógrafo profissional nem spotter, saiu com dois cartões de memória da máquina fotográfica cheios, com mais de 1500 fotos e 63 vídeos gravados em mais de 200 pousos e decolagens.
Realmente, dá para entender a razão que é a motivação destes loucos por avião, que fazem de tudo para conseguir uma foto
Alexandre Saconi/R7