A intervenção federal assinada na última sexta-feira (16)
pelo presidente Michel Temer (MDB) trava a votação de PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) e afeta diretamente a reforma da Previdência, que tinha votação marcada para acontecer no próximo dia 28.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse
nesta segunda-feira (19) que nenhuma PEC tramitará no Senado enquanto durar a
intervenção federal na área de segurança do Estado do Rio de Janeiro. Para ele,
se o decreto for revogado com esse propósito estará se passando a ideia de que
a intervenção não era necessária
Adriano Machado/Reuters
A deputada Laura Carneiro (MDB-RJ), relatora do parecer favorável à intervenção, se declarou contra a reforma da Previdência e criticou o argumento de que a intervenção seria uma manobra para dar folego à base aliada do governo para conseguir apoio para a proposta.
— Vai votar a reforma da Previdência? Não. É real a necessidade de uma intervenção? É. A questão hoje não é mais a reforma da Previdência
Luis Macedo/Câmara dos Deputados
No sábado (17), o presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai consultar o STF (Supremo Tribunal Federal)
para verificar se é possível votar a proposta de reforma da Previdência durante
a de intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.
Na avaliação do democrata, a intervenção dificultou a missão
de agregar a base e conseguir votos para votar as mudanças no sistema de
aposentadorias
Na sexta-feira (16), o presidente Michel Temer disse que as discussões e articulações para obter o apoio necessário para a PEC da reforma da Previdência seguirá durante a intervenção federal no Rio. Ele afirma que, quando existir o apoio necessário à PEC, a intervenção será revogada para que a reforma seja votada
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 05.02.2018
Ainda que a reforma da Previdência seja travada pelo decreto
de intervenção, diversas categorias cruzaram os braços nesta segunda-feira (19)
contra as mudanças propostas pelo governo. Entre os sindicatos que adeririam à
greve aparecem os bancários, metalúrgicos e motoristas