Algumas atitudes ilícitas estão tão enraizadas no dia a dia dos brasileiros que acabam sendo vistas como uma coisa normal. Há três anos, o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira elaborou, a pedido da
BBC, uma lista que se tornou famosa por enumerar dez atitudes comuns no Brasil e que, por vezes, nem são encaradas como
corrupção. Confira
André Lessa/Estadão Conteúdo
*SUBORNAR UM GUARDA PARA EVITAR MULTA*
Quase um em cada quatro brasileiros afirma que essa atitude não chega a ser um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi
Jupiterimages/Thinkstock
*NÃO DAR NOTA FISCAL*
Para Jairo Cruz Moreira, “aceitar pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções”. O promotor diz que um menino que hoje não vê problema em colar na prova está mais propenso a subornar um guarda no futuro
Elena Elisseeva/Thinkstock
*NÃO DECLARAR IMPOSTO DE RENDA*
Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais
Eric Issel/Thinkstock
*DAR/ACEITAR TROCO ERRADO*
Especialistas concordam que a corrupção do cotidiano acaba sendo alimentada pela corrupção política. Se há impunidade no alto escalão, cria-se, segundo psicóloga Lizete Verillo, um clima para que isso se replique no cotidiano do cidadão comum
Sérgio Neves/Estadão Conteúdo
*COMPRAR PRODUTOS FALSIFICADOS*
De acordo com o Ministério Público, a corrupção corrói vários níveis da sociedade, da prestação dos serviços públicos ao desenvolvimento social e econômico do País
Reprodução
*FALSIFICAR CARTEIRINHA DE ESTUDANTE*
A sondagem da UFMG e do Instituto Vox Populi também mostra dados positivos, como o fato de 84% dos ouvidos afirmar que, em qualquer situação, existe sempre a chance de a pessoa ser honesta
Paulo Pinto/Estadão Conteúdo
*ROUBAR SINAL DE TV A CABO*
A psicóloga Lizete Verillo afirma que, em 12 anos trabalhando com ações anticorrupção, ela nunca esteve tão otimista — e justamente por causa dos jovens
Katarzyna Zwolska/Thinkstock
*FURAR FILA*
Para a psicóloga Lizete Verillo, o cenário mais animador foi criado por diversos fatores, especialmente pela explosão das redes sociais, que são uma ótima maneira de promover a fiscalização e a mobilização
Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo
*NO TRABALHO, BATER PONTO PELO COLEGA*
Lizete Verillo acrescenta, entretanto, que se a internet está ajudando os jovens a se mobilizarem e fiscalizarem, as escolas estão deixando a desejar na hora de incentivar o engajamento
Ryan McVay/Thinkstock
*FALSIFICAR ASSINATURAS*
A psicóloga afirma que a escola ainda adota inciativas isoladas para conscientizar sobre a corrupção. Para ela, é possível se avançar muito pouco sem o reforço da educação