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Tenista brasileira sai do sertão e faz história no circuito internacional

Filha de um ex-boia-fria, Teliana Pereira quebrou jejum do País e ganhou um torneio de 1ª linha

Brasil|Do R7

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O último mês de abril foi especial para o esporte brasileiro: depois de 27 anos, uma atleta do País voltou a conquistar um título de primeira linha do tênis. O feito se deu por meio de Teliana Pereira, que ficou com a taça do WTA de Bogotá ao bater a cazaque Yaroslava Shvedova na decisão por 2 sets a 1, parciais de 7-6 (2) e 6-1. Mais do que a conquista esportiva, esse triunfo representou a vitória de uma garota que venceu na vida mesmo tendo vivido uma infância pobre   Por Carolina Canossa, do R7
Nascida no sertão de Pernambuco em uma família com outros seis irmãos, Teliana só entrou no tênis porque seu pai, um ex-cortador de cana, conseguiu emprego na manutenção de quadras de uma academia após decidir migrar para o Paraná. Acompanhando "seu" José Pereira, ela passou a trabalhar como catadora de bolinhas e logo ganhou algumas chances de praticar o esporte, mas sem a menor ideia de que isso poderia virar profissão.  — Até os 13 anos, era apenas uma diversão. Entrava na quadra porque gostava muito. Depois os sonhos passaram a ser objetivos de carreira
As pessoas, porém, acreditavam no talento da menina e, aos 11, Teliana conseguiu o primeiro patrocínio, o que lhe deu tranquilidade para continuar no esporte. Com boas atuações no juvenil, profissionalizou-se em 2005. Pouco a pouco, os resultados foram aparecendo, com destaque para o bronze na disputa de duplas dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ao lado de Joana Cortez
Vencida a barreira financeira, foi o aspecto físico que testou a perseverança da pernambucana: ao disputar um torneio nos Estados Unidos, Teliana machucou o joelho. O que inicialmente parecia uma lesão simples, se complicou e ela precisou afastar-se completamente das quadras. Com isso, perdeu toda a pontuação no ranking mundial que havia obtido até então. — Foi o momento mais difícil da minha carreira. Eu tinha 20 anos, estava no auge da minha carreira, tive que operar duas vezes o joelho e fiquei dois anos fazendo fisioterapia todos os dias. Quando voltei a jogar, cada dia na quadra era aproveitado da melhor maneira possível
O retorno ao circuito internacional foi duro, mas em 2013 Teliana voltou a conseguir bons resultados. No WTA de Bogotá daquele ano, ela bateu a francesa Alizé Cornet, então 36ª do mundo, e se tornou a primeira brasileira desde 1999 a chegar às quartas de um torneio desse nível. Foi à semifinal, onde acabou perdendo. A confiança, porém, já estava retomada e nos meses seguintes ela conquistou campeonatos menores, o que lhe alçou ao top 100 do ranking mundial, algo que uma brasileira não conseguia desde a década de 90.  Já no ano passado, esteve na chave principal dos quatro Grand Slams do mundo, algo que só a lendária Maria Esther Bueno, na década de 50/60, havia feito no esporte nacional
Só alegria? Que nada! Em 2014, o joelho resolveu testá-la mais uma vez. — Tive a lesão de novo. Eu estava em uma fase boa, jogando bem. Mentalmente quando acontece uma coisas dessas é muito duro e só foi em Medellín [no último mês de abril] que comecei a jogar bem de novo, a resgatar a minha confiança.
Fundamental na carreira da filha, José Pereira também se deu bem: hoje, ele possui uma empresa de construção e manutenção de quadras de tênis em Curitiba. Não por acaso, Teliana se orgulha de onde chegou. — Já me sinto uma pessoa realizada por tudo que fiz. O trabalho duro e a perseverança são fundamentais em qualquer profissão. Realizei um sonho quando ganhei o torneio de Bogotá, mas quero mais
Inevitável então perguntar: Onde Teliana ainda pode chegar? Ela mesma responde: — Não sei. Quero ir muito longe ainda. Estou trabalhando duro para chegar o mais longe possível. As últimas semanas mostraram que posso jogar com as tops, mas tenho que ir com calma, melhorando o meu tênis, a minha tática, o meu mental e traçando objetivos aos poucos

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O último mês de abril foi especial para o esporte brasileiro: depois de 27 anos, uma atleta do País voltou a conquistar um título de primeira linha do tênis. O feito se deu por meio de Teliana Pereira, que ficou com a taça do WTA de Bogotá ao bater a cazaque Yaroslava Shvedova na decisão por 2 sets a 1, parciais de 7-6 (2) e 6-1. Mais do que a conquista esportiva, esse triunfo representou a vitória de uma garota que venceu na vida mesmo tendo vivido uma infância pobre   Por Carolina Canossa, do R7
Nascida no sertão de Pernambuco em uma família com outros seis irmãos, Teliana só entrou no tênis porque seu pai, um ex-cortador de cana, conseguiu emprego na manutenção de quadras de uma academia após decidir migrar para o Paraná. Acompanhando "seu" José Pereira, ela passou a trabalhar como catadora de bolinhas e logo ganhou algumas chances de praticar o esporte, mas sem a menor ideia de que isso poderia virar profissão.  — Até os 13 anos, era apenas uma diversão. Entrava na quadra porque gostava muito. Depois os sonhos passaram a ser objetivos de carreira
As pessoas, porém, acreditavam no talento da menina e, aos 11, Teliana conseguiu o primeiro patrocínio, o que lhe deu tranquilidade para continuar no esporte. Com boas atuações no juvenil, profissionalizou-se em 2005. Pouco a pouco, os resultados foram aparecendo, com destaque para o bronze na disputa de duplas dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ao lado de Joana Cortez
Vencida a barreira financeira, foi o aspecto físico que testou a perseverança da pernambucana: ao disputar um torneio nos Estados Unidos, Teliana machucou o joelho. O que inicialmente parecia uma lesão simples, se complicou e ela precisou afastar-se completamente das quadras. Com isso, perdeu toda a pontuação no ranking mundial que havia obtido até então. — Foi o momento mais difícil da minha carreira. Eu tinha 20 anos, estava no auge da minha carreira, tive que operar duas vezes o joelho e fiquei dois anos fazendo fisioterapia todos os dias. Quando voltei a jogar, cada dia na quadra era aproveitado da melhor maneira possível
O retorno ao circuito internacional foi duro, mas em 2013 Teliana voltou a conseguir bons resultados. No WTA de Bogotá daquele ano, ela bateu a francesa Alizé Cornet, então 36ª do mundo, e se tornou a primeira brasileira desde 1999 a chegar às quartas de um torneio desse nível. Foi à semifinal, onde acabou perdendo. A confiança, porém, já estava retomada e nos meses seguintes ela conquistou campeonatos menores, o que lhe alçou ao top 100 do ranking mundial, algo que uma brasileira não conseguia desde a década de 90.  Já no ano passado, esteve na chave principal dos quatro Grand Slams do mundo, algo que só a lendária Maria Esther Bueno, na década de 50/60, havia feito no esporte nacional
Só alegria? Que nada! Em 2014, o joelho resolveu testá-la mais uma vez. — Tive a lesão de novo. Eu estava em uma fase boa, jogando bem. Mentalmente quando acontece uma coisas dessas é muito duro e só foi em Medellín [no último mês de abril] que comecei a jogar bem de novo, a resgatar a minha confiança.
Fundamental na carreira da filha, José Pereira também se deu bem: hoje, ele possui uma empresa de construção e manutenção de quadras de tênis em Curitiba. Não por acaso, Teliana se orgulha de onde chegou. — Já me sinto uma pessoa realizada por tudo que fiz. O trabalho duro e a perseverança são fundamentais em qualquer profissão. Realizei um sonho quando ganhei o torneio de Bogotá, mas quero mais
Inevitável então perguntar: Onde Teliana ainda pode chegar? Ela mesma responde: — Não sei. Quero ir muito longe ainda. Estou trabalhando duro para chegar o mais longe possível. As últimas semanas mostraram que posso jogar com as tops, mas tenho que ir com calma, melhorando o meu tênis, a minha tática, o meu mental e traçando objetivos aos poucos

O último mês de abril foi especial para o esporte brasileiro: depois de 27 anos, uma atleta do País voltou a conquistar um título de primeira linha do tênis. O feito se deu por meio de Teliana Pereira, que ficou com a taça do WTA de Bogotá ao bater a cazaque Yaroslava Shvedova na decisão por 2 sets a 1, parciais de 7-6 (2) e 6-1. Mais do que a conquista esportiva, esse triunfo representou a vitória de uma garota que venceu na vida mesmo tendo vivido uma infância pobre   Por Carolina Canossa, do R7

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