-
Desde quarta-feira (24), as testemunhas arroladas para o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff, que começou nesta quinta-feira (25), estão confinadas no Grand Bittar Hotel, um cinco estrelas a cerca de três quilômetros do Congresso Nacional. Hospedadas em quartos separados, elas estarão incomunicáveis, proibidas de conversar entre si e sem acesso a TV, telefone ou internet.
São oito testemunhas: duas de acusação e seis de defesa.
O isolamento das testemunhas deve terminar somente no sábado (27). Ele foi adotado pelo Senado porque o rito do impeachment se baseia no Código de Processo Penal. A primeira testemunha a depor é o procurador do Ministério Público no TCU (Tribunal de Contas da União), Júlio Marcelo Oliveira. Ele é uma das duas testemunhas arroladas pela acusação no processo02.05.2016/Pedro França/Agência Senado
-
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ricardo Lewandowski, que preside as sessões do julgamento final de Dilma Rousseff, não pode se ausentar dos trabalhos em nenhum momento, nem para ir ao banheiro. A situação é diferente do que aconteceu em outras etapas do julgamento do impeachment, nos plenários da Câmara e do Senado, quando os presidentes dos trabalhos podiam se ausentar e ser substituídos durante várias horas, principalmente durante as madrugadas.
Como Lewandowski não pode se ausentar no julgamento final estão previstas várias pausas: todos os dias entre 13h e 14h e entre 18h e 19h e após quatro horas ininterruptas de trabalho. O presidente também pode suspender o trabalho a qualquer tempo quando achar necessário, desde que por um intervalo razoávelAntônio Cruz/ Agência Brasil
-
A ré no julgamento, presidente afastada Dilma Rousseff, não é obrigada a participar das sessões. No entanto, Dilma decidiu que irá fazer a sua própria defesa na segunda-feira (29). Ela poderá falar por trinta minutos e esse tempo pode ser prorrogado pelo presidente Ricardo Lewandowski.
Depois disso defesa, acusação e senadores podem fazer perguntas. Cada um terá cinco minutos para falar. A presidente Dilma não é obrigada a responder às perguntas. Se todos falarem e se Dilma responder a todas as perguntas essa fase pode demorar até 14 horasWilson Dias/16.08.2016/Agência Brasil
-
Depois de até sete dias de discussões e debates, a votação que selará o destino de Dilma Rousseff acontecerá em segundos. Cada senador irá responder sim, não ou abstenção no controle que fica nas suas mesas e é conectado ao painel eletrônico. Para evitar fraudes, antes de votar os senadores precisam digitar uma senha. Assim que todos votarem, o resultado é mostrado no painel eletrônico
Agência Senado
-
A pergunta exata que os senadores, que são os juízes de Dilma irão responder é: “Cometeu a acusada, a senhora presidente da República, Dilma Vanna Roussef, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto a instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?”
Se for condenada, Dilma perde o mandato assim que for notificada da decisãoBBC Brasil