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Gilmar Mendes diz que "república de promotores e juízes" seria decepcionante

Ministro do STF afirmou nesta segunda-feira que "não há salvação fora da política"

Brasil|Fernando Mellis, do R7

Gilmar Mendes palestrou no seminário Reforma Política Já, em SP
Gilmar Mendes palestrou no seminário Reforma Política Já, em SP Gilmar Mendes palestrou no seminário Reforma Política Já, em SP

Ao defender uma reforma política como forma de corrigir desequilíbrios e também retomar a confiança da sociedade nos políticos, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes criticou, nesta segunda-feira (26), o que chamou de ideia de uma “república de promotores e juízes”.

— Nós devemos reconhecer que democracia com políticos e políticas é um péssimo regime, mas não há outra alternativa. Nós já trocamos os políticos que buscam votos pelos militares. Acho que não subsista democracia. Alguém pode imaginar que pode agora trazer uma república de promotores ou de juízes. Temo que ficarão também decepcionados com o resultado.

Um dos argumentos usados por Mendes foi de que magistrados não são bons gestores.

— Até como gestores nós juízes e promotores não somos lá muito bons. Considerando os paradigmas que nós adotamos na gestão, em geral muito concessivo para funcionários e servidores, se nós fôssemos administrar o deserto do Saara, talvez faltasse areia daqui a pouco tempo.

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Ele pediu, ainda, “moderação” em relação às ideias de que juízes e promotores disputem eleições.

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— Vejam que os tribunais estão com orçamentos todos estourados, com problemas mais diversos, exatamente por deficit de gestão. Quem sonha com uma democracia de juízes, ou com uma ditadura de juízes, desconfie. Não há salvação fora da política.

Gilmar Mendes palestrou no seminário Reforma Política Já, organizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista.

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O ministro disse que os governos anteriores trataram a reforma política "como alguém que tenta enganar o câncer". E defendeu que "temos que aperfeiçoar logo o sistema e encerrar com esse ciclo que que equaliza todos: 'político, logo é ladrão, corrupto'."

— Sejamos críticos sim em relação às mazelas dos políticos, mas vamos aperfeiçoar o sistema. Discutamos com profundidade a superação dos sistemas que se revelam impróprios. Mas não tentemos inventar um novo regime, porque nós corremos o risco de trazermos um comprometimento sério para os paradigmas democráticos.

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