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Greve na Petrobras entra no 2º dia; empresa garante produção

Brasil|

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Permanece forte a adesão dos funcionários da Petrobras à greve iniciada na quinta-feira por cinco sindicatos que compõe Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), com sindicalistas tentando retirar trabalhadores da refinaria de Cubatão (SP), que estariam sendo impedidos de deixar a unidade pela empresa.

A paralisação, que é contra o plano de venda de ativos da estatal e busca manter direitos dos trabalhadores, em meio às dificuldades financeiras da estatal, não afetou a produção de petróleo e derivados ou o abastecimento do mercado, segundo a Petrobras.

A greve pode se tornar mais forte no domingo, quando os 12 sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), incluindo o da Bacia de Campos, prometem se unir ao movimento.

O diretor do Sindipetro Litoral Paulista, Marcelo Juvenal, filiado à FNP, disse que cerca de cem funcionários da Petrobras estão sendo mantidos na refinaria de Cubatão desde o início da greve, para que as operações não sejam interrompidas.

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O sindicato entrou com pedido de habeas corpus na Justiça para liberar os trabalhadores e foi enviado um oficial de Justiça aos postos de trabalho para averiguar a situação, segundo explicou Juvenal à Reuters.

Após a vistoria, a juíza titular da segunda vara do Trabalho de Cubatão Ana Lucia Vezneyan determinou que a empresa libere os funcionários sob pena de multa de 15 mil reais por hora e por trabalhador. "Desde às 22h45 de ontem à noite, a Petrobras está descumprindo a ordem judicial", afirmou Juvenal.

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Nas plataformas de Merluza e Mexilhão, na Bacia de Santos, os trabalhos se restringem à produção e à manutenção da segurança.

A greve não alcança as plataformas do pré-sal, que são operadas por empresas terceirizadas.

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Em outras unidades em greve, como terminais e unidades de tratamento de gás, a companhia conseguiu colocar equipes de contingências para manter as operações.

A FNP se reúne na noite desta sexta-feira para decidir se permanece em greve, inicialmente prevista para durar 48 horas.

Em nota, a Petrobras informou nesta sexta-feira que os sindicatos não aceitaram condição imposta pela companhia para que as nogociações prosseguissem e estão realizando bloqueios na entrada nas unidades, impedindo a passagem de empregados que desejassem trabalhar ou o trânsito de veículos de carga.

Dessa forma, a petroleira interrompeu as negociações temporariamente. A empresa ressaltou, no entanto, que está disposta a discutir as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) na mesa de negociação.

Segundo a companhia, a apresentação da nova proposta econômica na quarta-feira, de 8,11 por cento de reajuste nas tabelas salariais, e a proposição de detalhar as cláusulas do ACT em reuniões acordadas com os sindicatos reforçam esse compromisso.

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ADESÃO DA FUP

A greve da FUP, com seus 12 sindicatos, terá início às 15h de domingo, por tempo indeterminado, após não conseguirem acordo com a Petrobras para uma série de reivindicações, informou o órgão sindical na noite de quinta-feira.

A FUP conta com 12 sindicatos, entre eles o Sindipetro Norte Fluminense, que representa funcionários da Bacia de Campos, responsável por mais de 70 por cento do petróleo produzido no Brasil.

Segundo a federação, a Petrobras não compareceu na quinta-feira a audiência realizada com o Ministério Público do Trabalho, o que demonstra desinteresse em buscar uma solução negociada.

Contrária ao plano de desinvestimentos na Petrobras, a FUP reivindica interrupção do processo de terceirização em curso na empresa e a retomada dos investimentos no país.

"Os cortes de investimentos, venda de ativos, interrupção de obras e paralisação de projetos impactam o desenvolvimento do país e a soberania nacional", disse.

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(Por Marta Nogueira)

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