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Há muita lenda urbana em torno de foro privilegiado, diz Gilmar Mendes

Ministro afirma que questão deve ser analisada com "toda a serenidade"

Brasil|

Ministro diz que atual dimensão do foro traz "supertrabalho"
Ministro diz que atual dimensão do foro traz "supertrabalho" Ministro diz que atual dimensão do foro traz "supertrabalho"

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, disse nesta quinta-feira (23) que há muita lenda urbana em torno do foro privilegiado, uma questão que para o ministro é "complexa" e deve ser analisada com "toda a serenidade".

Ao comentar as críticas de que os processos criminais têm lenta tramitação no STF, o ministro disse que os tribunais não "são fábricas de linguiça" que têm de operar com base em critérios de produtividade.

O plenário do STF deve retomar na sessão plenária desta quinta-feira o julgamento sobre a extensão do foro privilegiado, mas existe a possibilidade de a discussão ser novamente interrompida, desta vez por pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Decano da Corte, o ministro Celso de Mello defende a conclusão da análise ainda nesta quinta-feira.

— Essa é uma questão muito complexa, tem uma série de implicações e deve ser pautada com toda a serenidade, como devem decidir os tribunais. Os tribunais não são fábricas de linguiça. Eles não têm de operar com critérios de produtividade, porque as suas decisões acabam por configurar desacertos, desconfortos e às vezes até tragédias. 

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Gilmar reconheceu, no entanto, que a atual dimensão do foro privilegiado traz um "supertrabalho" para o STF.

— Não se imaginava quando se aprovou o foro por prerrogativa de função, que nós teríamos alguma coisa como 400, 500 investigados e denunciados no Supremo Tribunal Federal, se considerarmos apenas os membros do Congresso Nacional. E claro que isso é uma conta bastante complicada de o Supremo digerir. 

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Por outro lado, o ministro afirmou que o Brasil possui uma das justiças criminais mais ineficientes do mundo.

— Só 8% dos homicídios são revelados, identificados no Brasil. Nós deixamos prescrever crime de júri, portanto homicídio e tentativa de homicídio dolosos. Isso tudo na primeira instância. Portanto, quando se faz a comparação, 'ah, o foro por prerrogativa de função é ineficiente', vamos olhar como que está funcionando a vara de homicídios aqui no Distrito Federal, em Planaltina de Goiás, lá em Cabrobó?

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O ministro concluiu que Justiça precisa ser melhorada. 

— Nós temos que melhorar a Justiça como um todo, e sobretudo a Justiça Criminal. Então, há muita lenda urbana em torno desse tema que precisa ser considerada. E claro, o Congresso tem toda legitimidade de fazer essa avaliação.

Conforme informou na terça-feira o jornal O Estado de S. Paulo, o STF deverá formar maioria para restringir a extensão do foro privilegiado. A tendência do STF é a de que prevaleça o entendimento defendido pelo ministro Luís Roberto Barroso, de que os políticos só terão direito ao foro privilegiado se o crime do qual forem acusados tiver sido cometido no exercício do mandato e for relacionado ao cargo que ocupam.

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