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Intervenção no Rio: general diz que está preocupado com resultados

Braga Netto diz que resultados serão observados a longo prazo e que objetivo é deixar mudanças nas estruturas como legado da intervenção

Brasil|Giuliana Saringer, do R7, com Agência Brasil

Governo vai disponibilizar R$ 1 bi de verba
Governo vai disponibilizar R$ 1 bi de verba Governo vai disponibilizar R$ 1 bi de verba

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse nesta terça-feira (20) que está otimista, porém preocupado com os resultados que a intervenção precisará atingir.

— Estou otimista e preocupado. Confesso que muito preocupado pela incerteza de que vamos realmente atingir todos os objetivos, mas a nossa determinação, ao sair, é deixar como legado uma mudança nas estruturas, de forma que elas tenham condições para depois por si.

Segundo Villas Bôas, os problemas que prejudicam a segurança pública do Rio de Janeiro são resultado de décadas e décadas de omissões e de necessidades básicas não atendidas.

— Os resultados virão com o tempo, e as soluções serão realmente de muito longo prazo.

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Para ele, o resultado das ações vai impactar a imagem das Forças Armadas.

— A imagem perante a sociedade será sempre consequência do que nós lograrmos atingir.

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Villas Bôas diz que a equipe de intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro deve fazer ajustes para adequar suas necessidades aos recursos disponibilizados pelo governo.

Gastos da intervenção

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Segundo o general, a necessidade de R$ 3,1 bilhões, que chegou a ser mencionada na segunda-feira (19) por parlamentares após uma reunião com o interventor, general Braga Netto, é maior do que o total de recursos de que a intervenção de fato vai precisar.

De acordo com Villas Bôas, será apresentada uma demanda de cerca de R$ 1,5 bilhão, que cobrirão tanto os passivos já existentes quanto as ações futuras.

— O governo anunciou a possibilidade de disponibilizar R$ 800 milhões. Isso vai exigir que a equipe de intervenção faça os ajustes necessários para otimizar esse recurso disponível e atingir o máximo de efeitos e objetivos. Há um componente grande de dívidas e passivos e há um componente do que deve ser para melhorar as estruturas.

O general foi homenageado nesta terça-feira no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio de Janeiro, e pediu compreensão com trabalho realizado pela intervenção.

— As causas são extremamente profundas, e pedimos a compreensão porque os companheiros que lá estão às voltas com esse tema, quanto mais se debruçam sobre ele, mais verificam sua complexidade. Eles têm procurado manter uma postura de não gerar expectativa, não tomar atitudes espetaculosas e de não inaugurar promessas.

Embora o valor necessário calculado pelo general seja de R$ 1,5 bilhão, o presidente Michel Temer informou que vai destinar R$ 1 bilhão para a intervenção. A informação foi confirmada nesta segunda (20) pela Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República. A previsão anterior do governo abrangia R$ 800 milhões.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na segunda que esses recursos poderão vir da reoneração da folha de pagamento de setores empresariais, cujo projeto de lei tramita no Congresso Nacional.

O PL (Projeto de Lei) 8.456/17 trata da redução das renúncias fiscais sobre folhas de pagamento, prevendo o fim da desoneração de determinados setores da economia. A intenção é, com a chamada reoneração, aumentar a arrecadação do governo. O projeto é uma das 15 prioridades elencadas pela presidente Michel Temer para equilibrar as contas alternativas, com o adiamento da votação da reforma da Previdência.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse também que a diferença de valores nos recursos da intervenção entre o que estima o governo, em torno de R$ 800 milhões, e o que pede o interventor, pode ser resolvida com a discussão de projetos que já tramitam na Câmara e com a medida provisória do Executivo alocando recursos para a área de segurança.

— Vai passar pelo Congresso e a gente põe pouco mais do que R$ 800 milhões. 

Morte de Marielle

Ao discursar, o general comentou o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, no último dia 14, no centro do Rio, e chamou a atenção para a polarização em torno do homicídio, que considerou injustiticável e terrível.

— Vejam o injustificavel assassinato dessa moça. Vejam e verifiquem o potencial que ele adquiriu no sentido de desagregação, de potencializar os ideais de minoria. Como diz o [ex] ministro Aldo Rebelo, o caminho da separatividade da nossa sociedade. 

O general acrescentou que se estabeleceu uma "rede de solidaridade internacional". 

— Rapidamente se estabeleceu uma rede de solidariedade internacional, e nos coloca no centro de um problema que extrapola a questão 'segurança pública'. Vem toda a parte de desigualdade racial, direitos das mulheres, que são coisas que realmente são demandadas pela nossa sociedade. 

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