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Janot abre 3 frentes de investigação contra presidente ao apresentar denúncia

Procurador-geral fatia as investigações contra o presidente e pode apresentar mais denúncias

Brasil|

Rodrigo Janot
Rodrigo Janot Rodrigo Janot

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aproveitou a denúncia criminal contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva apresentada na noite desta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir três frentes de investigação contra o peemedebista, a quem acusou de ter "ludibriado os brasileiros".

Essas frentes confirmam a estratégia do procurador-geral de fatiar as investigações contra o presidente.

A iniciativa, caso também desemboque em novas denúncias, poderá aumentar o desgaste de Temer, que precisará trabalhar para barrar na Câmara dos Deputados a autorização para que o STF julgue se receberá as acusações criminais.

Na primeira frente, Janot defendeu ao ministro Edson Fachin, do STF, a continuidade das investigações contra Temer por obstrução de Justiça no episódio da compra de silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do empresário Lúcio Funaro, bem como do pagamento de propina ao procurador da República Ângelo Goulart Villela, que teve a prisão preventiva decretada, justamente por suspeitas de ter sido corrompido pelo grupo J&F.

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O chefe do Ministério Público Federal recebeu nesta segunda-feira a conclusão do relatório final da PF que indicia o presidente e o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima por obstrução de Justiça.

Em um segundo caminho, o procurador-geral pede a abertura de um novo inquérito contra o presidente a fim de apurar a participação dele num suposto esquema de recebimento de propina para a edição de decreto 9.048, editado em maio passado pelo próprio Temer, que alterou dispositivos legais referentes à regulamentação da exploração de portos organizados e de instalações portuárias.

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Nesse caso, há a suspeita de compra desse ato normativo. Janot pede que a Polícia Federal tome, em 30 dias, depoimento de quatro pessoas, entre elas a do subchefe de Assuntos Jurídicos da Presidência, Gustavo Rocha.

Na terceira frente, o procurador-geral pede que o presidente seja investigado em outro inquérito já em curso no STF que apura suspeitas de cometimento de crimes do chamado grupo do PMDB da Câmara.

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Para Janot, as investigações indicam que não apenas Temer e o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures continuaram na atividade da organização criminosa, mas possivelmente houve a participação do ex-ministro Geddel Vieira Lima, apontado como "homem de confiança" do presidente para o trato de negócios escusos, e os atuais ministros da Secretaria-Geral, Moreira Franco, e da Casa Civil, Eliseu Padilha.

A suspeita nesse último caso que será investigada é do pagamento de propina pela Odebrecht em concessões na Secretaria de Aviação Civil.

"Os fatos devem ser analisados no contexto da organização criminosa aqui mencionada, com especial atenção para o núcleo do PMDB da Câmara", afirmou.

"As práticas espúrias voltadas a atender interesses privados, a partir de vultosos recursos públicos, não se restringem àqueles reportados na denúncia ora ofertada. Percebe-se que a organização criminosa não apenas esteve em operação, em passado recente, como também hoje se mantém em plena atividade", disse Janot.

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