O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira (18) que o esquema de lavagem de dinheiro investigado pela operação Lava-Jato, da Polícia Federal, envolve vários "destinos e destinatários" e teria movimentado uma quantia de recursos que ele nunca havia visto.
— O que eu posso dizer é que é um esquema enorme de lavagem de dinheiro. E esse dinheiro era utilizado em mais de uma utilidade. Então, tem campanha, corrupção, enfim. São vários os destinatários e destinos dessas importâncias.
Questionado se o montante ultrapassaria as primeiras estimativas de desvios de R$ 10 bilhões, afirmou:
— Está difícil fazer uma estimativa ainda, mas é muito dinheiro, nunca vi tanto dinheiro na minha vida.
O procurador-geral não quis dar detalhes sobre as investigações, que correm em segredo de Justiça, mas afirmou que, assim que o processo estiver "maduro" para ser encaminhado à Justiça, revelará os nomes dos envolvidos. Na lista deve constar a participação, por exemplo, de alguns congressistas.
— A gente está atrás dessas pessoas parlamentares e assim que tivermos condição de revelar os nomes, revelaremos.
Segundo Janot, o fato de nos próximos meses o País passar por período eleitoral não influenciará num possível adiamento da divulgação dos envolvidos.
— Esses fatos aconteceram todos antes do processo eleitoral. As investigações começaram antes do processo eleitoral. O que a gente não pode fazer é deixar de trabalhar em razão de um processo eleitoral. O que a gente não pode fazer, e não faremos, é fazer o uso político de uma investigação. Esses nomes serão revelados quando a investigação estiver madura para ir para juízo.
O procurador-geral informou ainda que já está de posse dos dados fornecidos pelo governo da Suíça, que pode ter informações referentes a movimentações bancárias do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa no país europeu.
No mês passado, o Ministério Público da Suíça bloqueou US$ 23 milhões depositados em contas atribuídas ao ex-diretor da estatal.